O brasileiro pagou mais impostos em 2011 do que em qualquer outro ano. Nos doze meses, foram R$ 969,907 bilhões mordidos pelo fisco dos consumidores e empresas. Segundo balanço da Receita Federal divulgado nesta sexta-feira (27), o número é 10,1% maior do que o registrado em 2010, quando a arrecadação já havia batido recorde ao alcançar R$ 826 bilhões.
Isso quer dizer que houve um crescimento de R$ 143,388 bilhões na arrecadação em relação ao verificado em 2010, sem descontar a inflação.
Já considerando o volume arrecadado descontada a inflação do ano passado, R$ 993 bilhões foram mordidos pelo governo, segundo a Receita. Em 2010, nesta comparação, a arrecadação alcançou R$ 902 bilhões e também foi recorde.
Neste caso, o crescimento é real, ou seja, com valores já corrigidos pela inflação. A série histórica da Receita tem início em 1995.
O motivo do aumento dos impostos é o aquecimento da economia brasileira. Com a economia crescendo, há mais empregos, mais renda, mais consumo e mais produção, e com isso todos pagam mais impostos, mesmo que não haja criação de novos tributos.
O valor poderia ter sido ainda maior se a economia brasileira mantivesse até o final do ano o mesmo aquecimento observado no início do ano. De acordo com o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, a desaceleração da arrecadação do segundo semestre ocorreu em função das medidas macroprudenciais do governo.
- As medidas macroprudenciais derrubaram a arrecadação na medida que o governo esperava. A inflação ficou sob controle e a atividade econômica teve uma retração, mas esperamos atividade maior em 2012, com isso arrecadação deve aumentar.
O secretário prevê um crescimento menor da arrecadação em janeiro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2011.
- Assim como no ano passado, haverá reflexo da economia do final de 2011 na arrecadação do início do ano, apesar de termos visto aquecimento do consumo em dezembro. O crescimento esperado para janeiro de 2012 é possivelmente menor do que o crescimento de janeiro de 2011, a intensidade do crescimento será menor.
De janeiro a outubro, a arrecadação de impostos bateu recorde todos os meses, e apenas em novembro e dezembro não se chegou ao recorde, apesar de crescimento.
Já a arrecadação medida pelo Impostômetro, da Associação Comercial de São Paulo, fechou o ano em R$ 1,51 trilhão, o que daria R$ 4,14 bilhões em impostos ao dia.