Cinco anos após ser reativado em Mato Grosso do Sul, o porto de Porto Murtinho deve quintuplicar a capacidade de operação, saltando das atuais 460 mil toneladas para 2 milhões de toneladas em 2020. A estimativa é da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), baseada em investimentos projetados para a ampliação do terminal portuário atual e na entrada em funcionamento de dois novos terminais, a serem construídos e operados por um grupo argentino. Os investidores já adquiriram área própria para os empreendimentos e apresentaram ao governo do Estado, no mês passado, o projeto do complexo portuário, com investimento inicial de US$ 40 milhões.
“Nós temos o porto da APPM [Agência Portuária de Porto Murtinho], numa área de quatro hectares. Neste ano, eles vão operar 460 mil toneladas e, para o ano que vem, eles já têm contrato para 600 mil toneladas. Para fazer isso aqui, eles têm que ampliar, têm que investir. Eles não conseguem com essa estrutura do porto. Então, vão fazer investimento no atual. O que nós estamos fazendo? Um grupo argentino comprou área própria e lá vai fazer o porto”, explicou o secretário Jaime Verruck.
O projeto do grupo argentino, o PTP Group, prevê a construção de um terminal portuário multipropósito para as operações com contêineres, carga break-bulk (carga geral ou fracionada), veículos e granéis minerais, além da construção de um terminal portuário de grãos, com sistema de recebimento e carregamento de grãos, estruturas de galpões e silos. O investimento total nas duas estruturas chega aos US$ 76 milhões. Outra proposta dos argentinos é a utilização de barcaças e empurradores desenvolvidos especificamente para o Rio Paraguai.
“A gente acredita que, com esse conjunto, o porto de Porto Murtinho adquire a capacidade de exportar, anualmente, 2 milhões de toneladas. Atualmente, são 460 mil toneladas e já se está no limite, tanto que muita coisa é colocada [no porto] em Corumbá. Então, essa é a nossa estimativa, até por causa da oferta que nós temos”, reforça o titular da Semagro. “E também estamos falando sobre entrada de produtos [pelo porto], como fertilizantes da Argentina, e outros, como trigo e cevada”, complementa.
Com atuação também no Paraguai, o grupo argentino, processa milho, soja, trigo e amendoim e tem interesse em comprar os grãos de Mato Grosso do Sul. Como contrapartida, segundo informações da Semagro, pediu ao governo do Estado a manutenção do decreto do Programa de Estímulo à Exportação ou Importação pelo Porto de Porto Murtinho (Proeip), vigente até 2025, os incentivos fiscais e o acesso até a área. A equipe do governo se comprometeu a fazer estudos para analisar custos e melhor via e condições para que os caminhões trafeguem até o porto.
Armazenagem
Outros dois projetos de expansão da armazenagem de produtos, envolvendo a iniciativa privada, também estão adiantados, contribuindo para melhorar a infraestrutura do complexo portuário. “[Próximo do porto atual] tem uma área, que são 100 hectares, e o Estado está negociando. Não sabemos a forma ainda, se vai ser desapropriação ou compra, mas nós queremos adquirir 30 hectares. Temos dois projetos com interessados – um bem firme e já internalizado dentro da secretaria, e o segundo em discussão. A ideia é dar 15 hectares para cada um”, explicou Verruck.


