Economia

PRODUÇÃO

Citricultura avança e MS caminha para 30 mil hectares de laranjais

Estado atrai R$ 2,1 bilhões em investimentos e se consolida como novo polo de produção de citros

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Mato Grosso do Sul está em processo acelerado de transformação do seu perfil produtivo, com a consolidação de um novo polo de citricultura. De acordo com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o Estado já tem 15 mil hectares de laranjais plantados e caminha para atingir a meta de 30 mil hectares nos próximos anos, condição considerada fundamental para a instalação de uma indústria de suco.

Conforme afirmou o secretário Jaime Verruck, o crescimento da citricultura faz parte de uma estratégia estadual de diversificação da matriz produtiva e industrialização. 

“Essa mudança está ajudando a melhorar o resultado da economia estadual. Tivemos, nos últimos anos, a entrada da citricultura, que já tem pelo menos 30 mil hectares de plantio prospectados e em andamento. Temos também áreas de amendoim em expansão, onde antes havia pastagem degradada. Toda esta mudança de cultura de plantio abre mais possibilidades para que novos empreendimentos venham para MS e gerem empregos”, pontuou.

Para viabilizar essa expansão, o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) também abriu linha de crédito específica para o financiamento da formação e da ampliação de pomares de citros no Estado. Os recursos visam dar suporte ao pequeno, médio e grande produtor, oferecendo condições facilitadas para investimento em mudas, irrigação e infraestrutura.

“O setor de citricultura está se consolidando como uma nova alternativa econômica para a região do Bolsão. A atração de uma indústria de sucos e o financiamento para ampliação de pomares mostram a solidez do projeto”, destacou o secretário Jaime Verruck.

O governo estadual também implementou medidas fiscais para incentivar a cadeia produtiva como crédito presumido de 80% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para operações interestaduais de laranja destinada à industrialização, visando tornar o ambiente ainda mais atrativo para investimentos futuros.

Conforme já publicado pelo Correio do Estado, a previsão da Semadesc é de que, ao superar a marca de 30 mil hectares, o Estado viabilize a instalação de uma unidade de produção de suco concentrado e congelado, atendendo tanto ao mercado interno quanto ao externo.

“As pessoas sempre perguntam se vai ter indústria. Sim, na hora que nós tivermos acima de 32 mil hectares de laranja, vai ter. Nós entendemos que o processo da industrialização é natural”, afirmou o secretário, em entrevista recente.

INVESTIMENTOS

Atualmente, o setor de citros em Mato Grosso do Sul já contabiliza R$ 2,1 bilhões em investimentos anunciados, conforme levantamento oficial da Semadesc e apuração do Correio do Estado. Cinco grandes grupos empresariais do setor decidiram apostar no potencial produtivo do Estado.

O grupo Cutrale iniciou o plantio de 1,7 milhão de pés de laranja em Sidrolândia, em área que deve chegar a 4,8 mil hectares até 2026. A produção anual estimada é de 8 milhões de caixas de laranja.

“Nós entendemos que o processo de industrialização é natural. A Cutrale vai chegar a quase 5 mil hectares, com a previsão de ampliar”, detalhou Verruck.

A Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles) está desenvolvendo um projeto de 8 mil hectares de laranja em Ribas do Rio Pardo, com investimentos de R$ 1,2 bilhão e previsão de geração de 1.200 empregos diretos e 2.400 indiretos.

O grupo Junqueira Rodas já iniciou o plantio de 1.500 hectares em Paranaíba e deve ampliar a área para 2.500 hectares em Naviraí.

A Agro Terena está implantando 1.200 hectares de pomares em Bataguassu.

A Citrosuco anunciou investimento no Estado, com projeto inicial em desenvolvimento, aguardando ampliação da base de produção.

Segundo informações da Semadesc, todos esses empreendimentos integram o esforço estadual de consolidação de um polo agroindustrial voltado à citricultura.

MOTIVAÇÃO

A decisão das empresas de investir no Estado foi motivada por fatores como disponibilidade de terras, qualidade de solo, regime climático favorável e, principalmente, o status de área livre da praga greening, que afeta a citricultura em estados produtores tradicionais, como São Paulo.

“O diferencial de Mato Grosso do Sul é que estamos livres do greening, uma vantagem sanitária que garante qualidade da produção e segurança para os investidores”, reforçou Verruck.

Além disso, o governo estadual tem investido em infraestrutura logística, energia e agilidade no licenciamento ambiental, para garantir o avanço seguro dos projetos.

A expansão da citricultura ocorre dentro de um cenário de forte crescimento do agronegócio em Mato Grosso do Sul. De acordo com a Resenha Regional do Banco do Brasil, o PIB estadual deve crescer 5,5% neste ano, puxado justamente pela agropecuária e pela agroindústria.

“Com esses resultados, Mato Grosso do Sul terá um dos maiores crescimentos de PIB do Brasil. Se, no ano passado, a agropecuária recuou 3,2%, este ano, deve crescer 8,5%. O crescimento da agropecuária tem influência direta na indústria de transformação e no comércio, além de gerar novos empregos”, afirmou Verruck.

“O ciclo é claro: ampliamos o plantio, criamos escala, garantimos a segurança sanitária, atraímos a indústria e geramos emprego e renda para a população”, concluiu.

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Meio Ambiente

MS tem nova empresa responsável por gerir patrimônio ambiental do Estado

A MS Mineral passa agora a ser chamada de MS Ativos Ambientais, uma sociedade regida pelo Estado, responsável por gerir o patrimônio ambiental de MS

15/12/2025 16h15

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS Divulgação/Bruno Rezende - Governo do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou na última quinta-feira (11) a transformação da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral) em uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado, passando a ser chamada de Companhia Gestora de Ativos Ambientais de Mato Grosso do Sul Sociedade Anônima (MS Ativos Ambientais). 

O projeto já estava em movimento desde o dia 25 de novembro na Assembleia e, agora que foi aprovado, vai para sanção do governador do Estado, Eduardo Riedel. 

De acordo com o político, a MS Ativos será a estrutura responsável por converter o patrimônio natural do Estado em oportunidades econômicas e ambientais para toda a sociedade sul-mato-grossense”, seguindo um modelo empresarial sólido e alinhado “às melhores práticas nacionais e internacionais”.

Além disso, a Companhia terá condições de desenvolver e comercializar ativos ambientais, além de estruturar parcerias com o setor privado e captar investimentos nacionais e internacionais voltados à conservação, restauração e uso sustentável dos recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, deve permitir uma ampliação da capacidade de inovação do Estado, bem como o monitoramento e gestão territorial, fortalecendo políticas para redução das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação climática que já vêm sendo implantadas. 

O que muda?

O diferencial da MS Ativos Ambientais sobre a MS Mineral é a abrangência da atuação. A antiga empresa estava focada em jazidas minerais e no aproveitamento econômico de minérios. 

Já a atual, além de gerir as jazidas minerais, tem competência de monitorar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos em qualidade e quantidade, gerir e fiscalizar os bens ambientais, incluindo crédito de carbono e de biodiversidade. 

Entre os objetivos da MS Ativos Ambientais, destacam-se a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, prospecção, além da preservação e aproveitamento econômico de ativos ambientais e dos recursos minerais do Estado. 

“Será através dela que o Estado vai poder receber recursos oriundos dos esforços de preservação que tem, valorizar e ser pago por ativos ambientais como o crédito de carbono, podendo desenvolver cada vez mais projetos para o fortalecimento da política ambiental do Estado”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

Do ponto de vista da pasta, a constituição da nova empresa coloca o Estado em um novo patamar do ponto de vista dos ativos ambientais, bem como da sua valoração. 

“Temos a meta de ser Estado Carbono Neutro até 2030, mas tínhamos ainda uma deficiência organizacional que era não ter uma empresa de ativos ambientais onde é possível fazer o registro e comercialização dos créditos de carbono que serão gerados pelo crédito jurisdicional. Trouxemos elementos da MS Mineral, mas agora transformando em ativos ambientais”, explicou o secretário da Semadesc Jaime Verruck. 


 

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

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