Economia

QUEDA

Clima derrubou o valor da produção agropecuária em 14,45% no Estado

Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária apontam redução de R$ 11 bilhões em relação ao ano anterior

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A produção agropecuária de Mato Grosso do Sul chegará ao valor total de R$ 65,260 bilhões neste ano. Conforme estimativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) terá queda de 14,45%, ante os R$ 76,283 bilhões registrados em 2023.

A queda no montante é justificada pelo clima instável, que prejudicou, principalmente, a produção de grãos no Estado.

Na subdivisão entre agricultura e pecuária, o faturamento bruto das lavouras neste ano chegará a R$ 41,820 bilhões e o da pecuária, a R$ 23,439 bilhões. A soma de todas as vendas dos produtos da agricultura deve atingir queda de 24,66% na comparação com o apurado no ano passado, quando o valor total da produção das lavouras foi a R$ 55,509 bilhões. 

Entre as culturas, a soja foi responsável por R$ 23,777 bilhões, redução de 27,29% na comparação com 2023, quando registrou VBP de R$ 32,705 bilhões. Na comparação com 2021, quando a soja foi avaliada em R$ 35,631 bilhões, houve queda de 33,26%.

A estiagem e a irregularidade de chuvas impactou fortemente a agricultura de Mato Grosso do Sul. O coordenador técnico da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), Gabriel Balta, disse que as últimas duas safras foram desafiadoras para os produtores rurais.

“Em função, principalmente, das condições climáticas [precipitação e temperatura], que impactaram significativamente o potencial produtivo. O cultivo de soja e milho no estado de Mato Grosso do Sul está se tornando cada vez mais desafiador, e o cenário atual não é para amadores”.

De acordo com as projeções locais do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga MS), a safra de soja 2023/2024 fechou em 12,347 milhões de toneladas, retração de 18% ou 2,7 milhões de toneladas a menos que a colheita do ano anterior, quando os produtores do Estado colheram 15 milhões de toneladas. 

A produtividade média foi de apenas 48,8 sacas por hectare, ante 62,4 sacas por hectare da safra anterior, o que representa queda de 21,8%. Essa redução foi resultado, segundo a Aprosoja-MS, da falta de chuvas e da irregularidade delas em boa parte do Estado desde outubro do ano passado.

Segunda principal produção agrícola de Mato Grosso do Sul, o milho chegou ao valor de produção de R$ 7,326 bilhões, queda de 38,85% no comparativo com o ano anterior, quando foram computados R$ 11,981 bilhões.

Conforme adiantado pelo Correio do Estado em setembro, a 2ª safra de milho amargou redução de 40,52% em relação ao ano anterior. No ciclo 2022/2023, a produção do milho foi de 14,220 milhões de toneladas em MS, já na safra 2023/2024 a produção foi de 8,457 milhões de toneladas, redução de 5,763 milhões de toneladas.

“Mais de 50 cidades de Mato Grosso do Sul produziram abaixo da média. A situação do produtor rural, que já não era das melhores com a primeira safra 2023/2024, se agravou com a safra de milho. Muitos agricultores solicitaram renegociação das dívidas com os bancos para que pudessem ter fôlego para a primeira safra 2024/2025”, pondera o presidente da Aprosoja-MS, Jorge Michelc.

PRÓXIMA SAFRA

As principais culturas agrícolas de MS apresentaram aumento de área plantada nesta safra, em comparação com a safra 2023/2024, e a perspectiva é de que o volume colhido também seja maior, mantendo-se as condições climáticas favoráveis.

Os dados estão na Carta de Conjuntura Agropecuária de dezembro, elaborada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

A safra de soja 2024/2025 terá um incremento de 13,2% na produção e poderá colher a segunda maior safra da história, com 13,9 milhões de toneladas. 

O milho é a cultura que deve rá ter aumento mais expressivo na produção, saltando de 8,08 milhões de toneladas na safra passada para 11,946 milhões de toneladas na safra 2024/2025, mesmo não tendo variação significativa na área ocupada pela cultura, que passou de 2.136 milhões de hectares para 2.181 milhões de hectares.

A terceira principal cultura agrícola de Mato Grosso do Sul, a cana-de-açúcar, também apresenta crescimento de área e estimativa de produção. Na safra 2023/2024, foram plantados 629,9 mil hectares da cultura no Estado e a produção chegou a 50.771 mil toneladas de cana. Para a safra atual, a área soma 675,1 mil hectares e a estimativa de produção é de 51.880 toneladas de cana. 

PECUÁRIA

Na pecuária, Mato Grosso do Sul deve apresentar um movimento contrário ao das lavouras. Conforme levantamento do Mapa, a estimativa para este ano é de valor da produção pecuária em R$ 23,439 bilhões, alta de 12,82% ante o valor registrado ano passado, de R$ 20,774 bilhões. Em 2021, o valor bruto da pecuária de MS foi avaliado em R$ 23,316 bilhões. 

O rebanho bovino apresentou aumento neste ano, e a estimativa é de que a produção de gado chegue a R$ 17,019 bilhões, alta de 14,22%, ante os R$ 14,900 bilhões de 2023.

7º NO RANKING

Na comparação nacional, o VBP de Mato Grosso do Sul ocupa a 7ª posição no ranking, entre 26 estados e Distrito Federal.

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Meio Ambiente

MS tem nova empresa responsável por gerir patrimônio ambiental do Estado

A MS Mineral passa agora a ser chamada de MS Ativos Ambientais, uma sociedade regida pelo Estado, responsável por gerir o patrimônio ambiental de MS

15/12/2025 16h15

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS Divulgação/Bruno Rezende - Governo do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou na última quinta-feira (11) a transformação da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral) em uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado, passando a ser chamada de Companhia Gestora de Ativos Ambientais de Mato Grosso do Sul Sociedade Anônima (MS Ativos Ambientais). 

O projeto já estava em movimento desde o dia 25 de novembro na Assembleia e, agora que foi aprovado, vai para sanção do governador do Estado, Eduardo Riedel. 

De acordo com o político, a MS Ativos será a estrutura responsável por converter o patrimônio natural do Estado em oportunidades econômicas e ambientais para toda a sociedade sul-mato-grossense”, seguindo um modelo empresarial sólido e alinhado “às melhores práticas nacionais e internacionais”.

Além disso, a Companhia terá condições de desenvolver e comercializar ativos ambientais, além de estruturar parcerias com o setor privado e captar investimentos nacionais e internacionais voltados à conservação, restauração e uso sustentável dos recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, deve permitir uma ampliação da capacidade de inovação do Estado, bem como o monitoramento e gestão territorial, fortalecendo políticas para redução das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação climática que já vêm sendo implantadas. 

O que muda?

O diferencial da MS Ativos Ambientais sobre a MS Mineral é a abrangência da atuação. A antiga empresa estava focada em jazidas minerais e no aproveitamento econômico de minérios. 

Já a atual, além de gerir as jazidas minerais, tem competência de monitorar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos em qualidade e quantidade, gerir e fiscalizar os bens ambientais, incluindo crédito de carbono e de biodiversidade. 

Entre os objetivos da MS Ativos Ambientais, destacam-se a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, prospecção, além da preservação e aproveitamento econômico de ativos ambientais e dos recursos minerais do Estado. 

“Será através dela que o Estado vai poder receber recursos oriundos dos esforços de preservação que tem, valorizar e ser pago por ativos ambientais como o crédito de carbono, podendo desenvolver cada vez mais projetos para o fortalecimento da política ambiental do Estado”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

Do ponto de vista da pasta, a constituição da nova empresa coloca o Estado em um novo patamar do ponto de vista dos ativos ambientais, bem como da sua valoração. 

“Temos a meta de ser Estado Carbono Neutro até 2030, mas tínhamos ainda uma deficiência organizacional que era não ter uma empresa de ativos ambientais onde é possível fazer o registro e comercialização dos créditos de carbono que serão gerados pelo crédito jurisdicional. Trouxemos elementos da MS Mineral, mas agora transformando em ativos ambientais”, explicou o secretário da Semadesc Jaime Verruck. 


 

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

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