Economia

MERCADO

Preço da carne bovina se mantém em alta com a falta de oferta de gado

Aumento das exportações e chuvas intensas impactam em pouca disponibilidade de animais e na valorização da arroba do boi

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O preço da arroba do boi teve uma nova valorização no mês passado. O movimento de alta não era aguardado pelo setor produtivo. 

Com a falta de oferta de gado e retorno das exportações, o consumidor sente no bolso o aumento dos cortes bovinos. O quilo da carne que já era comercializado em patamares elevados não deve cair.

Conforme o boletim técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), em janeiro a arroba do boi gordo foi comercializada, em média, por R$ 269,80, aumento de 54,17% ante os R$ 175 praticados em 2020. 

Em novembro, o preço médio havia chegado a R$ 271 e em dezembro retraído a R$ 241.

De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rochedo e Corguinho (SRCG), Alessandro Coelho, houve um movimento inesperado de valorização.

“A demanda ainda segue maior que a oferta. A China voltou a demandar carne, após uma parada no mês de dezembro, e contribuiu com o aumento dessa demanda. Além disso, estamos no período que já não há gado de confinamento no mercado e com as chuvas intensas temos um problema de escoamento do gado a pasto. As estradas ficam intransitáveis e o gado não consegue sair”, contextualizou.

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A arroba da vaca também registrou valorização. Em janeiro de 2020, a arroba era comercializada pelo preço médio de R$ 161, já no mês passado custou R$ 254 – alta de 57,76%.

Coelho ainda ressalta que tanto o mercado interno quanto o chinês consome uma fatia maior de fêmeas. E a falta de animais terminados também esbarra no aumento do preço da soja e do milho. 

“A oferta de fêmeas diminuiu e a terminação do gado ficou mais cara com a valorização do milho e da soja. Está caro fazer a terminação do gado”.

PREÇOS

O preço dos cortes bovinos varia até 77% entre os estabelecimentos em Campo Grande, conforme levantamento realizado pelo Correio do Estado ontem. 

A reportagem aferiu preços em supermercados, casas de carnes e açougues da Capital. As maiores variações estão no preço do filé-mignon, que é comercializado entre R$ 46,90 e R$ 82,98, diferença porcentual de 76,92%. E da picanha, que vai de R$ 49,90 a R$ 87,98 – variação de 76,31%.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de janeiro a dezembro os cortes bovinos como patinho, coxão duro e coxão mole aumentaram 31,69% saindo de R$ 26, em média, para R$ 34,24.  

Para a supervisora técnica do Dieese-MS, Andreia Ferreira, os preços ao consumidor final devem demorar a cair.

“A oferta vem em queda há um bom tempo, e não é algo que recupera fácil. Não acredito que o preço da carne baixe nos próximos seis meses”, afirma.  

O presidente da Associação de Matadouros, Frigoríficos e Distribuidores de Carnes (Assocarnes-MS), Regis Luís Comarella, diz que, com a falta de oferta de animais no mercado, é difícil que o preço caia.

 “Está difícil baixar o preço da carne e, se continuar desse jeito, não vai baixar, essa é nossa grande preocupação”.

Ainda conforme a pesquisa do Correio do Estado, o corte mais barato foi o da costela, que varia de R$ 17,99 a R$ 27,98. Enquanto o mais caro é a picanha que vai de R$ 49,90 a R$ 87,98.

Segundo o comerciante da Casa de Carnes Kon Carnes, João Vitor da Silva, os clientes se assustam com os valores excessivos. 

“Nos próximos dias teremos mais um reajuste. A carne baixou em outubro, nos meses seguintes os valores se mantiveram. Os clientes se assustam com os preços, mas não deixam de consumir carne.

 Como alternativa, acabam optando por opções mais em conta. Era para ser ainda mais caro, porém, as casas de carne que aliviam, pensando no consumidor”, destacou.  

CONSUMIDORES

A manicure Rose Almeida destaca que o valor excessivo da carne vermelha tem impactado diretamente o orçamento da família e que já optou pelas substituições.

“Eu fico abismada com os valores, está tudo um absurdo. O nosso salário não sobe, é só aumento, na minha casa estamos preferindo a carne de frango e ovo, carne vermelha virou luxo para o fim de semana”, disse a manicure.

A dona de casa Antônia Perreira da Cruz reclama que não está conseguindo acompanhar os reajustes.

“Preferi diminuir a quantidade de carne e aumentar os complementos. Em casa, a solução foi fazer o picadinho com legumes ou algum outro acompanhamento. Antes encontrava carne por R$ 25, R$ 26 o quilo, agora está R$ 35, R$ 38, isso precisa mudar, tá muito caro comprar carne vermelha”, lamentou a dona de casa.

Estado abateu menos no ano passado

Relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aponta que, em Mato Grosso do Sul, as indústrias inscritas no Serviço de Inspeção Federal (SIF) abateram 3,1 milhões de bovinos em 2020. 

O total foi 12,73% inferior ao registrado no mesmo período de 2019.

“Sem a informação consolidada de produção do Mapa, as nossas estimativas somam um pouco mais de 807 mil toneladas de carne bovina produzidas em 2020, o que representou queda de 11,7% em relação as 914 mil toneladas de 2019”, detalha o relatório da federação.

O presidente da Assocarnes-MS diz que alguns frigoríficos não conseguem comprar. 

“Os abates ainda não voltaram ao normal, porque o pecuarista está relutando e quer [comercializar] a arroba a R$ 300 e não está vendendo. Hoje vários frigoríficos não tiveram abate porque não conseguiram comprar. O boi a pasto começa a entrar no mercado no mês que vem.

 Mas o que está pegando muito é o pecuarista que não quer vender a menos de R$ 300, mas não entendem que o povo está sem dinheiro”, explica Comarella.  

Para o presidente do sindicato rural, a oferta começa a se estabilizar no fim de fevereiro. 

“Com os frigoríficos sem estoque, temos esse descompasso nos preços. Mas a gente acredita que a chuva dando uma trégua teremos a estabilização da oferta no fim deste mês”, conclui Coelho.

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ECONOMIA

Setor financeiro é o maior pagador de impostos do país e cresce mais que PIB, diz estudo

O Brasil enfrenta uma carga tributária superior à registrada em 75% dos países, em níveis semelhantes aos de economias desenvolvidas, de acordo com o material da Fin.

14/12/2025 21h00

Arquivo/Agência Brasil

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O setor financeiro é o que mais paga impostos federais no Brasil desde pelo menos 2011, indica estudo da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin) divulgado neste domingo, 14.

Com base em dados de arrecadação da Receita Federal, a pesquisa concluiu que, entre 2016 e 2021, a indústria financeira pagou, em tributos, cerca de 10 pontos porcentuais a mais do que a sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) sugeriria.

O Brasil enfrenta uma carga tributária superior à registrada em 75% dos países, em níveis semelhantes aos de economias desenvolvidas, de acordo com o material da Fin. Ao mesmo, tempo, 4,5% do PIB são gastos com redução de impostos para atividades escolhidas. "Consequentemente, enquanto as empresas no Brasil pagam um elevado volume de impostos, algumas atividades pagam muito mais do que outras", dizem os pesquisadores.

Os números foram revelados em um contexto de disputas de narrativa entre fintechs e bancos sobre quem enfrenta a tributação mais alta. No final de novembro, o CEO do Nubank, David Vélez, afirmou que a fintech vem sendo a maior pagadora de imposto no Brasil, com um alíquota efetiva de 31%. Em resposta, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alegou que a diferença decorre da rentabilidade mais alta e acusou a instituição de Vélez de se aproveitar de "assimetrias regulatórias".

Um dos 5 maiores setores

De acordo com o relatório da Fin, a atividade financeira representou 4,8% do PIB brasileiro em 2024, o equivalente a R$ 483,6 bilhões em valor adicionado. É um dos cinco maiores setores da economia, à frente de áreas intensivas em mão de obra O segmento apresentou crescimento de 7,5% em 2023 e de 3,7% em 2024, acima da expansão do PIB (3,2% em 2023 e 3,4% em 2024), aponta o trabalho.

"Os dados mostram com clareza que o sistema financeiro brasileiro não apenas impulsiona investimento, inovação e consumo, como também sustenta uma parcela significativa do emprego formal e da arrecadação pública. Com um ambiente econômico favorável, o potencial de contribuição desse setor ao País pode ser ainda maior", disse a presidente da Fin, Cristiane Coelho.

O crédito ao setor privado alcançou 93,5% do PIB em 2024, aquém da mediana internacional (de 139,0%), conforme o estudo. Apesar disso, entre 2019 e 2024, a métrica cresceu 16,5 pontos porcentuais, o terceiro maior avanço entre cerca de 40 economias analisadas. Para efeito de comparação, pela mediana dos países avaliados, o crédito privado como proporção do PIB teve retração de 5,7 pontos porcentuais.

Em meio à popularização do Pix, o estudo mostra ainda que o Brasil está entre os mercados que mais ampliaram o volume e o valor de transações eletrônicas. Já em relação ao mercado de trabalho, o número de empregados do setor cresceu, em média, 3,2% ao ano de 2011 a 2021, enquanto a remuneração nominal subiu 7,4% ao ano.

"Quando observamos todas as atividades que compõem o setor financeiro, fica clara a sua verdadeira dimensão: em 2024, ele respondeu por quase 5% do PIB brasileiro e foi a atividade, entre as grandes acompanhadas pelo IBGE, cujo desempenho mais se correlaciona com o consumo e o investimento futuros", afirma o economista Vinícius Botelho, gerente de Assuntos Econômicos da Fin.

LOTERIA

Resultado da Dia de Sorte de ontem, concurso 1152, sábado (13/12): veja o rateio

A Dia de Sorte realiza três sorteios semanais, às terças, quintas e sábados, sempre às 19h; veja quais os números sorteados no último concurso

14/12/2025 08h05

Confira o resultado do Dia de Sorte

Confira o resultado do Dia de Sorte Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 1152 da Dia de Sorte na noite deste sábado, 13 de dezembro de 2025, a partir das 21h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 950 mil. Nenhuma aposta saiu vencedora e o prêmio acumulou para R$ 1,3 milhão.

  • 7 acertos - Não houve ganhadores
  • 6 acertos - 68 apostas ganhadoras, R$ 1.845,12
  • 5 acertos - 1.863 apostas ganhadoras, R$ 25,00
  • 4 acertos - 21.890 apostas ganhadoras, R$ 5,00
  • Mês da Sorte: Fevereiro - 66.183 apostas ganhadoras, R$ 2,50

Confira o resultado da Dia de Sorte de ontem!

Os números da Dia de Sorte 1152 são:

  • 12 - 14 - 16 - 24 - 22 - 10 - 18
  • Mês da sorte: 02 - Fevereiro

O sorteio da Dia de Sorte é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 1153

Como a Dia de Sorte tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na terça-feira, 16 de dezembro, a partir das 21 horas, pelo concurso 1153. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Dia de Sorte é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 7 dente as 31 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 4, 5, 6 e 7 números.

Como apostar na Dia de Sorte

Os sorteios da Dia de Sorte são realizados às terças, quintas e sábados, sempre às 20h (horário de MS).

O apostador marca entre 7 e 15 números, dentre os 31 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 4, 5, 6 e 7 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 7 números, custa R$ 2,50.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

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