Economia

CENÁRIO PRECÁRIO

Como efeito colateral, pandemia reduz vaga fixa e faz crescer número de empregadas diaristas

Grupo sem carteira passou a representar 74,8% da categoria no trimestre até outubro deste ano, ante 72,2% de igual período de 2019

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"Cada mensagem que chega traz uma nova esperança", resume Edjane Costa, 41, após publicar nas redes sociais um pedido de trabalho de faxineira.

Procurando emprego há mais de seis meses, após deixar uma vaga de serviços gerais em um restaurante, ela se emociona ao falar dos cinco filhos que esperam com ela ao lado do celular.

"Trabalhei desde a adolescência como babá e doméstica, e a minha experiência é o que vai me salvar agora", conta a cearense, que busca oportunidades em Camocim (a 272 km de Fortaleza). A família hoje depende da aposentadoria da mãe dela e do benefício do Auxílio Brasil.

"Coloquei um anúncio para ser fixa ou diarista, mas prefiro trabalhar em uma casa só. Com uma patroa, dá para colocar o serviço em dia aos poucos. Fazer diária na casa uma vez por mês é exaustivo -um dia vale por três, tem de lavar da calçada ao quintal em poucas horas e não há garantia de trabalho."

Mas, como está difícil conseguir ser fixa em uma casa, ela calcula quanto tem de cobrar pela diária -cerca de R$ 70-, enquanto planeja fazer cursos de formação em culinária.

Já Lavinha Rosa de Jesus, 43, diz que prefere ser diarista, apesar das garantias da carteira assinada. Ela trabalha como faxineira há 19 anos e saiu do interior da Bahia em direção a São Paulo em busca de melhores condições de vida.

Desde jovem, já cuidava da limpeza da casa de parentes e conhecidos, em troca de auxílio para manter seus dois filhos.

"Era uma pessoa nova, já com filho, e ainda com a responsabilidade de cuidar da casa. Era acostumada com o serviço, mas não gostava", diz.

Após seu marido se mudar para a capital paulista, ela deixou o medo de lado e também migrou.

"Cheguei a trabalhar em uma mesma casa por anos, mas hoje sou diarista -e prefiro assim."

Para ela, a possibilidade de atuar em diferentes residências traz vantagens, como não depender das condições financeiras de uma só família para manter o trabalho. Consegue ganhar mais como diarista do que na época em que era mensalista.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sinalizam que, após o baque da Covid-19, a retomada do trabalho doméstico no país foi puxada pela informalidade.

De agosto a outubro deste ano, o número de trabalhadores domésticos sem carteira assinada foi estimado em 4,399 milhões. Está apenas 0,9% abaixo de igual trimestre de 2019, no pré-crise (4,437 milhões).

Sonho da carteira

Já o número de trabalhadores domésticos com carteira, historicamente menor, foi estimado em 1,483 milhão no trimestre até outubro de 2022. Ainda está 13,3% abaixo do mesmo intervalo de 2019 (1,710 milhão).

Com esses movimentos, a camada informal aumentou sua participação em relação ao total de profissionais do setor.

O grupo sem carteira passou a representar 74,8% da categoria no trimestre até outubro deste ano, ante 72,2% de igual período de 2019.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Segundo o levantamento do IBGE, o contingente total de trabalhadores domésticos foi de 5,882 milhões até outubro passado, 4,3% abaixo de igual período de 2019 (6,147 milhões).

"É uma recuperação puxada pela informalidade", afirma o economista Ely José de Mattos, pesquisador do laboratório de estudos PUCRS Data Social.

A economista Vívian Almeida, professora do Ibmec-RJ, lembra que as domésticas foram afetadas em cheio pela pandemia em razão das medidas de isolamento social e da impossibilidade de trabalhar de maneira remota.

Agora, há uma recomposição de vagas no embalo da retomada econômica, afirma Almeida. "Foi um trabalho bastante afetado, e a retomada não é linear."

Para Mário Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal, a pandemia teve um efeito disruptivo no setor.

"Logo no começo da crise, o medo da contaminação foi o principal motivo de tantas demissões. Em seguida, com o fechamento de várias empresas, muitos empreendedores e profissionais autônomos ficaram sem renda e sem condições de manter uma empregada em casa."

Mais tempo em casa

O home office também levou a uma mudança importante de comportamento por parte dos patrões. Passando mais tempo em casa e mantendo o distanciamento, famílias investiram em eletrodomésticos para facilitar o cuidado com a residência.

Segundo Avelino, o trabalho doméstico vai precisar de adaptação aos reflexos da pandemia. "O modelo híbrido se tornou uma realidade para muitas famílias que antes tinham um empregado doméstico, e muitas dessas pessoas acabaram dizendo que não querem mais alguém fixo, preferem uma diarista."

Ele defende a importância de a mensalista que virou diarista continuar contribuindo com a Previdência.

"Algumas têm a ilusão de que é melhor não ser fixa, mas as informais deixam de contribuir e perdem todos os direitos. A funcionária autônoma pode gastar pouco e seguir contribuindo para a sua aposentadoria. A recompensa vem depois."

No trimestre até outubro, o trabalho doméstico gerou uma renda média real de R$ 903 para quem atuava sem carteira no país, conforme o IBGE. O montante é similar ao verificado em igual período de 2019 (R$ 914).

No caso dos trabalhadores com carteira, o rendimento médio foi de R$ 1.486 até outubro deste ano, 4,7% abaixo de igual intervalo do pré-pandemia (R$ 1.560).

Para o economista Cosmo Donato, da LCA Consultores, existe um movimento estrutural, até de antes da pandemia, de aumento do trabalho informal -ficou inviável para muitas famílias sustentar um trabalhador doméstico fixo.

Ele avalia que não é correto dizer que a chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) das Domésticas, que regulamentou o trabalho na área, tenha sido negativa, já que o objetivo da mudança na legislação foi aumentar os direitos das trabalhadoras, e não necessariamente elevar o número de pessoas ocupadas nessa função.

Donato também afirma que o que pode ser feito para reduzir a informalidade no trabalho doméstico é a criação de um programa integrado de capacitação, para que essas trabalhadoras tenham oportunidade de atuar em outras áreas.

Segmentos da chamada economia do cuidado, que tendem a crescer com o envelhecimento da população, podem ser saídas para algumas delas.

"A informalidade é um problema e sempre vai ser a porta de saída para momentos de crise, mas a solução de longo prazo é capacitar a força de trabalho para aproveitar a mão de obra de forma digna", completa.

 

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Economia

Possível taxação do aço pelos EUA impacta exportações do Brasil

Avaliação é de especialistas entrevistados pela Agência Brasil

10/02/2025 21h00

Vale/Arquivo/Divulgação

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A taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio, prometida pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, impacta a produção desses setores no Brasil, avaliaram especialistas em comércio exterior consultados pela Agência Brasil.

O país da América do Norte é o maior comprador do aço brasileiro. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, em 2022, os EUA compraram 49% do total do aço exportado pelo país. Em 2024, apenas o Canadá superou o Brasil na venda de aço aos Estados Unidos.

No caso do alumínio, a dependência dos EUA é menor. O país foi o destino de 15% das exportações de alumínio do Brasil em 2023. O principal comprador do alumínio brasileiro é o Canadá, que absorveu 28% das exportações desse produto naquele ano. Os dados são da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

O professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luiz Carlos Delorme Prado afirmou que a possível taxação deve ter impacto nos setores atingidos, mas não deve causar maiores problemas para o conjunto da economia.

“Embora a taxação seja muito importante para essas indústrias, para o conjunto da economia brasileira o impacto não é tão grande assim. O Brasil vai ter que redirecionar essas exportações, ou então, o que eu acho mais importante, tentar aumentar o consumo doméstico de aço. O Brasil tem alternativas. É diferente do México e do Canadá, que são muito mais dependentes do mercado americano”, explicou Prado.

O especialista acrescentou que o impacto será menor para o setor do alumínio. “O setor pode sofrer indiretamente porque as exportações de produtos de alumínio do Canadá para os Estados Unidos podem cair, isso pode afetar as exportações brasileiras para o Canadá. Mas, de qualquer maneira, o impacto é menor”, completou.

Caso a taxação resulte em queda na produção desses produtos no Brasil, haverá perda econômica, de produtividade e de empregos nesses setores e nas demais áreas interligadas ao aço e ao alumínio, avaliou o economista, doutor em relações internacionais e CEO da Amero Consulting, Igor Lucena.

“No Brasil, você vai ter uma diminuição da fornalha, diminuição da cadeia produtiva e essa diminuição termina gerando queda da produção, que significa dispensa dos funcionários, queda do faturamento e até mesmo impacto na nossa balança comercial, com reflexos sobre o PIB”, comentou em entrevista à Agência Brasil.

Reciprocidade

O governo brasileiro aguarda o governo dos Estados Unidos oficializar a taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio para se manifestar sobre o tema, informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil pode usar a lei da reciprocidade, aumentando as taxas de produtos estadunidenses consumidos pelo Brasil. "O mínimo de decência que merece um governo é utilizar a lei da reciprocidade”, disse em entrevista a rádios de Minas Gerais.

Protecionismo

Os analistas avaliam que a medida pode ser uma tentativa do governo Trump de favorecer o mercado de aço dos Estados Unidos ao encarecer o produto comprado no exterior. Porém, o economista Igor Lucena ponderou que haverá efeitos negativos para os estadunidenses.

“Um aço mais caro para os Estados Unidos ou uma falta de aço vai impactar negativamente a economia americana. Não há dúvida em relação a isso”, afirmou, acrescentando que o anúncio desse tarifaço pode ser uma tática para conseguir arrancar concessões dos países em negociações em outros áreas.

O professor Luiz Carlos Prado destacou que essa tática de negociação é prejudicial ao funcionamento da economia internacional. “Isso leva a ondas de choques, leva à redução de investimentos, leva a retaliações, porque, óbvio, o Brasil deve retaliar. Se o Brasil não reage, ele fica muito mais vulnerável a esse tipo de pressão”, comentou.

Durante o seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio, mas concedeu depois cotas de isenção para parceiros, incluindo Canadá, México e Brasil, que são os principais fornecedores desses produtos.

loteria

Resultado da Lotofácil de hoje, concurso 3316, segunda-feira (10/02)

A Lotofácil é uma das loterias mais populares no Brasil, com sorteios realizados seis vezes por semana, de segunda a sábado; veja números sorteados

10/02/2025 19h22

Confira o resultado da Lotofácil

Confira o resultado da Lotofácil Divulgação

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 3316 da Lotofácil na noite desta segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 1,7 milhão.

Confira o resultado da Lotofácil de hoje!

Os números da Lotofácil 3316 são:

  • 10 - 21 - 11 - 16 - 14 - 22 - 03 - 18 - 07 - 17 - 02 - 20 - 25 - 23 - 15

O sorteio da Lotofácil é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 3317

Como a Lotofácil tem seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na terça-feira, 11 de fevereiro, a partir das 20 horas, pelo concurso 3317. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Lotofácil é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 15 dente as 25 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Como apostar na Lotofácil

Os sorteios da Lotofácil são realizados diariamente, às segundas, terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador marca entre 15 e 20 números, dentre os 25 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 15 números, custa R$ 3,00.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com 15 dezenas, que custa R$ 3,00, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 3.268.760, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 211, ainda segundo a Caixa.

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