Mesmo diante da crise causada pela pandemia de Covid-19, Mato Grosso do Sul aumentou o seu estoque de empregos, ou seja, mais pessoas estão empregadas.
Conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no dia 1º de janeiro de 2020 o número de pessoas no mercado formal (com registro em carteira) era de 515.005, em julho são 516.067, diferença de 1.062 registros.
Os dados divulgados nesta sexta-feira (21) apontam que no acumulado do ano, de janeiro a julho, foram registradas 118.148 admissões, contra 116.587 desligamentos, saldo de 1.561 novas vagas.
De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Daniela Dias, este foi um excelente resultado.
“De fato, a gente já percebe que o cenário está sendo amenizado, apesar da pandemia. Nós tínhamos uma expectativa antes da pandemia da recuperação um pouco mais efetiva da economia advinda da crise iniciada no segundo semestre de 2014. Então as projeções para o ano de 2020 eram bem positivas, a pandemia infelizmente interrompeu esse processo”, disse a economista.
Somente no mês de julho foram 2.635 vagas a mais no mercado de trabalho sul-mato-grossense. Foram 16.251 contratações contra 13.616 desligamentos. O resultado foi puxado pela boa atuação da indústria, com a criação de 1.438 vagas, seguido do comércio (943), serviços (556) e construção, com 130 novas vagas.
No lado oposto, a agropecuária registrou saldo negativo em 432 empregos.
A economista explica que a retomada está acontecendo aos poucos e que 57% das vagas criadas em julho foram para o setor terciário (comércio e serviços).
“Muitas oportunidades surgiram, tivemos a amenização da taxa de desemprego, da queda do faturamento [comércio], novas formas de serviços surgindo, então tudo isso contribuiu para que a gente tivesse esse saldo menos pior, até positivo quando a gente fala de indústrias. Estamos ainda um pouco aquém do esperado, mas acreditamos que estamos em um cenário mais otimista”, reforçou Daniela.
No mês de junho, Mato Grosso do Sul já confirmava a tendência de recuperação. O resultado entre admissões e demissões foi positivo em 1.433 vagas, diferença entre 13.934 admissões e 12.501 demissões. Na análise mensal, somente abril e maio apresentaram saldo negativo na geração de empregos formais no Estado.
“Esse é o melhor resultado do Caged durante a pandemia, só vai perder no ano para o mês de fevereiro, que a gente ainda não tinha evidências muito nítidas [da Covid-19] no Estado. Em fevereiro, foram 5.039 novas vagas. Mas esse com certeza é o melhor desempenho durante a pandemia”, informou Daniela.
ESTADOS
Entre os estados brasileiros, o desempenho de Mato Grosso do Sul também se destaca. Segundo os dados da Secretaria do Trabalho, Mato Grosso teve o melhor desempenho em 2020 (de janeiro a julho) com saldo de 8.372 postos de trabalho.
Seguido do Maranhão, com 2.327 vagas e na sequência, com o terceiro melhor desempenho no ano, Mato Grosso do Sul com a criação de 1.561 empregos formais.
Considerando os 26 estados e o Distrito Federal, apenas seis entes federados registraram saldo positivo na geração de empregos entre janeiro e julho de 2020.
NACIONAL
O saldo do País voltou a ficar positivo em julho, foram abertos 131.010 postos de trabalho com carteira assinada no mês passado. A primeira vez desde fevereiro em que o emprego formal cresceu.
No acumulado do ano, no entanto, o mercado de trabalho continua sentindo o impacto da pandemia. De janeiro a julho, foram fechadas 1.092.578 vagas, o pior resultado para os sete primeiros meses do ano desde o início da série histórica, em 2010.
Considerando os ramos de atividade econômica, quatro dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais em julho no País. Assim como em Mato Grosso do Sul, a estatística foi liderada pela indústria, com a abertura de 53.590 postos. O indicador inclui a indústria de transformação, de extração e de outros tipos.
Em segundo lugar vem a construção, com 41.986 novos postos, seguida pelo grupo comércio, reparação de serviços automotores e de motocicletas, com 28.383 novas vagas. Em quarto lugar vem o grupo que abrange agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, com 23.027 postos.
O único setor a registrar fechamento de postos de trabalho foi o de serviços, com a extinção de 15.948 postos.
Entre os estados, 24 unidades criaram novos postos e três extinguiram empregos com carteira assinada. A maior variação positiva ocorreu em São Paulo, com a abertura de 22.967 postos. O pior desempenho foi do Rio de Janeiro (-6.658).