Nos últimos 12 meses, o preço do café ficou, em média, 52% mais caro em Mato Grosso do Sul, é o que indica a projeção sul-mato-grossense do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Em comparação, o valor médio do café de 500 gramas saltou de R$ 12,96 em novembro de 2023 para R$ 19,74 em novembro último, crescimento de 52,31%. Do mesmo modo, o café de 1kg que custava R$ 25,91 há 12 meses, hoje custa R$ 39,47, crescimento de 52,33% no período.
Ao longo de quatro semanas, foram pesquisadas ao menos 10 marcas de café do tipo tradicional - três em cada um dos 30 estabelecimentos participantes -, uma vez que segundo o Dieese, variações no tipo da bebida causam alterações nos valores.
Em levantamento repassado ao Correio do Estado pela economista e supervisora tecnica do Dieese em Mato Grosso do Sul, Andreia Ferreira, a maior evolução dos preços se deu entre abril deste ano e novembro último, período em que o preço médio do café cresceu 41%, enquanto o crescimento nos seis meses anteriores havia sido de apenas 7,95%.
Um dos fatores para esse aumento nos preços é o fato de que, tanto Brasil, quanto Vietnã, maiores produtores de café do mundo, foram atingidos por fenômenos climáticos extremos, como secas e inundações.
Alinhado a isso, “o país sofreu sua pior seca em 70 anos durante agosto e setembro, seguida por fortes chuvas em outubro, aumentando os temores de que a safra possa fracassar.", disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank à BBC.
Produto | nov./2023 | dez./2023 | jan./2024 | fev./2024 | mar./2024 | abril/2024 | mai./2024 | jun./2024 | julho/2024 | ago./2024 | set./2024 | out./2024 | nov./2024 |
Café (500G) | R$ 12.96 | R$ 13.48 | R$ 13.32 | R$ 13.31 | R$ 13.29 | R$ 13.99 | R$ 14.42 | R$ 14.72 | R$ 16.02 | R$ 16.56 | R$ 18.63 | R$ 19.49 | R$ 19.74 |
Café (1kg) | R$ 25.91 | R$ 26.95 | R$ 26.64 | R$ 26.61 | R$ 26.57 | R$ 27.97 | R$ 28.84 | R$ 29.44 | R$ 32.04 | R$ 33.12 | R$ 37.25 | R$ 38.98 | R$ 39.47 |
Alimentação mais cara
Os custos da alimentação e bebidas elevaram a inflação de Campo Grande para 0,63% em novembro último, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A Capital apresentou o segundo maior aumento percentual entre as capitais do país no último mês, atrás apenas do Acre, que apresentou alta de 0,93% no período. Conforme os números, o preço da carne foi o principal 'vilão' do período.
Entre os maiores aumentos (11,02%), destaque para os seguintes cortes: pá/paleta (10,64%), acém (11,54%), lagarto comum (11,70%) e costela (15,83%).
“A alta dos alimentícios foi influenciada, principalmente, pelas carnes, que subiram mais de 8% em novembro. A menor oferta de animais para abate e o maior volume de exportações reduziram a oferta do produto”, ressaltou o gerente do IPCA e INPC, André Almeida. No ano, o IPCA no Brasil acumula alta de 4,29%.
Em Campo Grande, altas também foram observadas nas hortaliças e verduras (7,23%), com destaque para alface (9,57%), mandioca (6,04%) e tomate (5,34%). Subiu também o óleo de soja (7,99%). Já no lado das quedas, destacam-se a banana d’agua/nanica (-15,08%) e cebola (-6,22%).
Matéria alterada às 17h52 para acréscimo de informação