Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) apontam que os índices de endividamento e inadimplência cresceram, no mês de setembro de 2024, em Campo Grande.
De acordo com a pesquisa, o número de endividados era de 216.586 em agosto e 218.085 em setembro, o que representa aumento de 1,4% de um mês para o outro.
Consideram-se endividadas famílias que possuem contas/dívidas com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, compra de imóvel, parcelas de carro e seguros.
Dos entrevistados, 15,4% se consideram muito endividados, 21,6% mais ou menos endividados, 29,9% pouco endividados e 33,1% não possuem dívidas.
Dos que possuem dívidas, 45,1% afirmaram que estão em atraso e 54,4% disseram estão em dia. O percentual de famílias com dívidas em atraso é de 30,2%.
Os principais tipos de dívidas são cartão de crédito (72,4%), carnê (17,7%), financiamento de casa (9,9%), crédito pessoal (8,1%), financiamento de carro (6,8%), crédito consignado (4,9%), outras dívidas (4,6%), cheque especial (1,5%) e cheque pré-datado (0,1%).
Dos que estão com dívidas em atraso, 17,2% acreditam que vão conseguir pagar as dívidas em atraso no próximo mês, 36,1% acreditam que não vão conseguir, 38,9% afirmaram que vão conseguir parcialmente. Já o percentual de famílias que não conseguirão pagar as dívidas em atraso é de 10,9%.
Dos entrevistados, 22% estão comprometido com dívidas por até 3 meses, 16,1% entre 3 e 6 meses, 13,8% entre 6 meses e 1 ano, 31,4% por mais de 1 ano e 16,8% não sabem/responderam. A média é de 7 meses de comprometimento com dívidas.
De acordo com a economista do Instituto de Pesquisa Fecomércio MS (IPF/MS), Regiane Dedé de Oliveira, o orçamento das famílias segue apertado.
“Os índices mostram que, embora a economia tenha apresentado sinais de melhora, com a redução da inflação e do desemprego, o orçamento das famílias segue apertado. Especialmente as de menor renda, uma vez que entre as que recebem até 10 salários mínimos, 17% indicam estar muito endividadas, contra 7,1% das que estão acima dessa faixa de rendimento”, explicou.
A pesquisa foi realizada com aproximadamente 17,8 mil famílias nos dez últimos dias de setembro/2024.