Economia

reação imediata

Frigoríficos de MS suspendem envio de carnes aos EUA após tarifaço de Trump

Exportação de carne bovina teve alta de 78,30% nos 6 primeiros meses deste ano, ante o 1º semestre de 2024

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Com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% todas as exportações brasileiras a partir de agosto, os frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam as vendas ao mercado norte-americano. O Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul (Sicadems) confirmou ao Correio do Estado a paralisação imediata. 

O vice-presidente do Sicadems, Alberto Sérgio Capuci, informou que todos os frigoríficos que enviam carne bovina aos EUA paralisaram as operações após o anúncio do presidente Trump. 

“Todos os frigoríficos aqui, as plantas do JBS, do Minerva, do Naturafrig, algumas outras plantas que fazem exportações aos Estados Unidos, já de imediato suspenderam a produção. Agora vamos ter que realocar até coisa que já estava produzida, vai ter que retrabalhar, realocar para outros mercados e por enquanto fica suspensa, fica inviável trabalhar com essa tarifa”, informa. 

Ainda de acordo com o representante dos frigoríficos, é incerta a estratégia de reacomodação neste momento. “Então, vai ser realocada para outros mercados, mercado interno e outros mercados importadores, é certo que será redirecionada essa produção. Mas, por enquanto, realmente já está tudo parado”, conclui.

Conforme apurou o Correio do Estado, o grupo JBS já está redefinindo a estratégia para o caso de a tarifa não ser derrubada e deve enviar 30% da produção para o Chile e outros 30% para um mercado ainda novo, o Egito, além de redistribuir o restante para o mercado interno e outros países do Mercosul. 

A empresa foi consultada para confirmar as informações, mas não se manifestou sobre o assunto até o fechamento desta edição. 

Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) apontam que as vendas de Mato Grosso do Sul aos EUA somaram US$ 315 milhões (R$ 1,7 bilhão) de janeiro a junho deste ano, ante US$ 283 milhões no mesmo mês do ano passado (R$ 1,4 bilhão) – alta de 11,4%.

Somente a carne bovina teve alta de 78% nas exportações entre os dois anos, saindo de US$ 81,434 milhões no primeiro semestre do ano passado para US$ 145,201 milhões no mesmo intervalo deste ano. 

Na sexta-feira, durante agenda pública, o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, afirmou que os navios que saem agora já não chegam antes da tarifa ao País. 

“Você pode até ter uma aceleração da tentativa de exportação no curto prazo para tentar amenizar, mas hoje o navio já não chega mais lá até o dia 30. Então, no curto prazo, os produtos especificamente da cadeia produtiva da carne tendem a ficar retidos no mercado interno, podendo ter inclusive até uma queda de preço. No médio prazo, você vai procurar ver o quanto que ele vai absorver com 50% a mais e procurar novos mercados”, disse Verruck.

IMPACTO

Segundo especialistas ouvidos pelo Correio do Estado, embora os efeitos práticos da medida ainda dependam de sua efetivação – dada a instabilidade do histórico de Trump –, a iniciativa foi recebida como uma ameaça direta à competitividade dos produtos sul-mato-grossenses no segundo maior mercado de destino das exportações do Estado.

No caso da carne bovina, por exemplo, caso o envio ao exterior aumente, o produto ficará mais caro no mercado interno. Se houver redução do envio aos EUA, o alimento pode ficar mais barato no mercado local.

O governador Eduardo Riedel (PSDB) disse durante agenda ontem que acredita que a taxação deve ser resolvida de forma diplomática. “Eu acho um equívoco do presidente Trump taxar o Brasil, até porque a relação comercial do Brasil com os Estados Unidos é antiga e nós não somos mais importadores do que exportadores, nosso saldo com eles é negativo. Então, acho que tem que ser resolvido no âmbito da diplomacia, da conversa, buscar solucionar essa situação no âmbito do comércio exterior”.

O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), Sérgio Longen, classificou a medida como “inaceitável” e também defendeu a via diplomática como a única solução viável. 

“Temos defendido a competitividade da indústria brasileira. Sobretaxar neste momento é algo difícil, é inaceitável nesses padrões. Entendemos que o presidente americano vem utilizando essa estratégia com diversos países e chegou a vez do mercado brasileiro”.

O doutor em Economia e professor da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) Daniel Frainer aponta que a medida tem mais motivações políticas do que econômicas. “Essa questão é uma questão política, não é uma questão econômica, justamente por conta dessa questão do processo contra o ex-presidente Bolsonaro que começou todo esse ‘zum-zum-zum’ dele em relação ao envio dessa carta dos 50%”, disse.

Para Frainer, Trump tem um histórico de recuos e falta de previsibilidade em políticas tarifárias. “Ele tem esse vai e vem das políticas, então a gente não tem uma credibilidade de que isso se sustente nem no curto nem no médio prazo”, finalizou.

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IMPOSTOS

Alta renda adota novas estratégias para evitar IR de 10% em 2026

Antecipação de resultados, uso de holdings e engenharia societária ganham força antes da tributação de dividendos

16/12/2025 05h00

Advogado tributarista Vladimir Rossi Lourenço

Advogado tributarista Vladimir Rossi Lourenço Divulgação

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O outro lado da isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil, que começará a valer em 2026, é a compensação dessa receita por meio da alíquota efetiva de até 10% para quem tem renda de mais de R$ 50 mil mensais ou a entrada em vigor do IR de 10% sobre a distribuição de dividendos das empresas.

As mudanças nas regras para o segmento considerado de alta renda têm mobilizado contadores e escritórios de advocacia neste fim de ano. Isso porque a nova tributação passa a valer a partir de 1º de janeiro do próximo ano.

Os advogados ouvidos pelo Correio do Estado recomendam cautela e afirmam que as estratégias para atenuar o recolhimento de impostos devem ser analisadas caso a caso.

O especialista em Direito Tributário Vladimir Rossi disse ao Correio do Estado que são muito limitadas as alternativas para driblar a alíquota efetiva de 10% para quem tem renda superior a R$ 50 mil, mas a limitação não significa que elas não existam.

A principal das alternativas usadas para atenuar o efeito da nova legislação tributária é a antecipação de dividendos pelas empresas.

“Para os anos anteriores a 2025, é possível estabelecer uma programação de distribuição desse lucro. A lei permitiu que eles possam ser distribuídos em 2026, 2027 e 2028 sem sofrer a tributação”, explica Vladimir Rossi.

Ele lembra, contudo, de outra incerteza embutida nessa estratégia. “Existem empresas que estão ingressando com mandado de segurança pelo fato de que não é possível saber o lucro antes do encerramento do exercício”, explica.

Segundo ele, esses dados só estarão disponíveis depois da elaboração e da publicação do balanço da empresa, que é feita nos primeiros meses do ano. “Por isso, essa data estabelecida [pela lei] é incompatível com essa sistemática”, analisa.
 

Rossi lembra que, durante a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, houve emendas que empurravam a data-limite para abril de 2026, no fim da temporada de balanços, mas elas não acabaram passando e ficaram fora do texto final da lei.

O advogado ainda lembra que muitas empresas estão entrando com mandado de segurança e algumas até já conseguiram liminares para que tenham a oportunidade de verificar o lucro a ser distribuído somente depois do fim do ano contábil.

“Ocorre que, para fugir disso, as empresas estão fazendo uma ata de distribuição sem apontar valores, para que seja possível distribuir os dividendos nos três anos subsequentes”, explica.

Lastro contábil

O advogado Samuel Miranda disse ao site especializado Brazil Economy que antecipar os dividendos é um movimento inteligente, mas faz um alerta. “Não basta transferir o dinheiro, é preciso um lastro contábil real”.

Entre as dicas para dar esse lastro estão a elaboração de um balanço intercalar bem elaborado, um Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) atualizado e a ata formal de sócios aprovando a distribuição dos dividendos.

Sobre a antecipação dos dividendos, quem adotar a estratégia deve ficar atento ao Fisco financeiro: não antecipar mais do que o caixa da empresa suporta. “Distribuir lucro que não existe é contabilmente perigoso”, diz Miranda.

Engenharia societária

O advogado Reginaldo Santos disse ao Correio do Estado que a utilização de holdings tem sido uma tendência no momento. “A distribuição [dos dividendos] é tributada quando repassada à pessoa física, mas para a pessoa jurídica não é”, explica.

A holding, segundo Santos, passaria a realizar os investimentos do proprietário, explica o advogado sobre a estratégia que vem sendo adotada nessa “virada” de tributação sobre a alta renda.

Vladimir Rossi, ao comentar sobre as holdings, alerta para a natureza das despesas das pessoas jurídicas.

“É preciso ter cuidado com as despesas corriqueiras da pessoa física colocadas na pessoa jurídica. Vamos colocar escola, planos de saúde na pessoa jurídica? Tem de tomar cuidado, porque isso pode ser encarado como uma distribuição disfarçada de lucro e ser tributado também pela Receita”, disse.

Samuel Miranda, em entrevista ao Brazil Economy, lembrou da estratégia da diluição familiar na empresa. A isenção de R$ 50 mil mensais sobre o dividendo deve ser aplicada por beneficiário (CPF) e, por isso, ao aumentar o número de sócios, o montante tributável é diluído.

“É absolutamente legal incluir cônjuge ou filhos maiores na sociedade, mesmo com uma porcentagem pequena, como 1%, inserindo uma cláusula de distribuição desproporcional de lucros”.

Ele dá um exemplo prático: “Um empresário sozinho paga imposto sobre o que exceder R$ 50 mil. Se incluir o cônjuge, o casal pode retirar até R$ 100 mil mensais isentos [R$ 50 mil cada]”.

Miranda, contudo, ressalta que não adianta colocar os filhos menores como sócios, uma vez que a responsabilidade usufrutuária é dos pais, o que leva o Fisco a entender que se trata de renda do genitor.

Elisão ou evasão?

Miranda e Rossi alertam sobre a linha tênue em que se trafega ao lançar mão de algumas estratégias.

“A diferença entre elisão [legal] e evasão [crime] está no propósito negocial. Se você cria apenas uma estrutura para não pagar imposto, sem lógica empresarial, é simulação. Se há um propósito econômico verdadeiro, é planejamento legítimo”, lembrou Samuel Miranda.

Vladimir Rossi lembra do risco de o Fisco, no caso da antecipação de dividendos, classificar a operação como distribuição disfarçada de lucros.

“É muito difícil haver situações de elisão fiscal para driblar essa [nova] legislação”, analisou.

Advogado tributarista Vladimir Rossi Lourenço

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Loterias

Resultado da Super Sete de hoje, concurso 785, segunda-feira (15/12)

A Super Sete tem três sorteios semanais, às segundas, quartas e sextas, sempre às 21h; veja quais os números sorteados no último concurso

15/12/2025 20h17

Foto: Super Sete

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 785 da Super Sete na noite desta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, a partir das 21h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 500 mil.

Confira o resultado da Super Sete de hoje!

Os números da Super Sete 785 são:

Verifique sua aposta e veja se você foi um dos sortudos deste concurso.

  • Coluna 1: 5
  • Coluna 2: 2
  • Coluna 3: 4
  • Coluna 4: 9
  • Coluna 5: 2
  • Coluna 6: 9
  • Coluna 7: 8

O sorteio da Dupla Sena é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Super Sete 786

Como a Super Sete tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na quarta-feira, 17 de dezembro, a partir das 21 horas, pelo concurso 786. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Super Sete é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

Como jogar na Super Sete

Os sorteios da Super Sete são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 20h (horário de MS).

O Super Sete é a loteria de prognósticos numéricos cujo volante contém 7 colunas com 10 números (de 0 a 9) em cada uma, de forma que o apostador deverá escolher um número por coluna.

Caso opte por fazer apostas múltiplas, poderá escolher até mais 14 números (totalizando 21 números no máximo), sendo no mínimo 1 e no máximo 2 números por coluna com 8 a 14 números marcados e no mínimo 2 e no máximo 3 números por coluna com 15 a 21 números marcados.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6,  9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

O valor da aposta é R$ 2,50.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas sete dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 158.730, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 21 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 280, ainda segundo a Caixa.

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