O mês de outubro foi o pior mês de 2025 para geração de empregos em Mato Grosso do Sul. É o que mostrou a pesquisa do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgada nesta quinta-feira (27).
Ao todo, foram admitidos 34.640 trabalhadores, enquanto foram desligados 33.760, resultando em um saldo de 880 empregos, menor número desde dezembro de 2024, quando o saldo foi negativo (-14.604).
Esse número reflete uma série de queda nos saldos de empregos no Estado que vem desde julho, última vez que foi registrada uma alta no saldo de acordo com o Caged.
Em comparação ao mês de setembro, o número de contratações teve uma leve queda de 0,39%, quando foram admitidos 34.776 novos trabalhadores.
Quanto às demissões, houve aumento de 1,08%, frente ao número anterior de 33.397.
Os dados indicam uma desaceleração no ritmo de contratações, acompanhada de estabilidade nas demissões, o que vem resultando em um crescimento menor na geração de postos de trabalho no Estado.
Nos setores de postos de trabalho, o comércio foi o destaque na geração de empregos, com um saldo positivo de 432 trabalhadores em outubro.
Em seguida, vêm os setores de construção, com um saldo de 412 empregos e o setor da indústria, com 203.
Em contrapartida, os setores de serviços e da agropecuária continuam com saldo negativo no mês de referência, com -95 e -72 respectivamente. Ou seja, houveram mais demissões que contratações.
O setor de serviços foi o que mais empregou pessoas neste mês, mas também foi o que mais demitiu. Foram 12.239 admitidos contra 12.334 desligados.
Do outro lado, o setor com maior saldo, ou seja, maior geração de postos de trabalho, foi o setor do comércio, com 8.360 novos trabalhadores e 7.928 demitidos, gerando o saldo de 432, o maior dos setores.
Ainda assim, os números são os maiores registrados no ano no Estado.
Quanto aos trabalhadores, foram empregados mais mulheres (468) que homens (412), predominantemente com ensino médio completo, de 18 a 24 anos. A faixa etária dos 30 a 39 anos concentrou o menor número de novos postos de trabalho com um saldo de -395.
Os maiores saldos de trabalho foram entre os trabalhadores de produção de bens e serviços industriais (602) e trabalhadores de serviços, vendedores do comércio em lojas e mercados (490).
No acumulado de janeiro a outubro de 2025, já foram admitidos 367.445 trabalhadores e desligados 335.625, gerando um saldo anual de 31.820 novos empregos em 10 meses.
Nacional
Em todo o Brasil, foram abertas 85,1 mil vagas formais de trabalho no mês de outubro, frutos de 2,27 milhões de contratações e 2,18 milhões de demissões.
Esse número representa uma queda de 35% em relação ao mesmo mês no ano passado, quando foram criadas 131,6 mil vagas com carteira assinada.
Esse é o pior resultado para um mês de outubro desde o início do novo Caged, em 2020.
No acumulado do ano, foram criados 1,8 milhão de novos empregos em todo o território brasileiro.
Para o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o resultado é baixo em decorrência da alta na taxa básica de juros, hoje em 15% ao ano.
“Venho chamando atenção desde maio, para a necessidade do BC, que tem e responsabilidade de monitoramento, que era preciso olhar com atenção, que a economia ia entrar num processo de desaceleração. Isso que tem inibido o ritmo de investimento’, disse.


