A Frucamp, responsável por 77% da produção de citricultura do país, anunciou nesta quarta-feira (29) o plantio de mais de 3 mil hectares neste ano, em Cassilândia, no Mato Grosso do Sul.
Com isso, mais um player do mercado de citros chega ao Estado, que se consolidou como o “vale da citricultura”, contando com grandes empresas do setor investindo nos municípios de Paranaíba, Três Lagoas, Bataguassu e Sidrolândia.
Durante reunião com o prefeito de Cassilândia, Rodrigo de Freitas, e a coordenadora de Fruticultura da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc/MS), Karla Nadai, foram debatidos com os representantes da Frucamp, Candinho e Ederson, os avanços da citricultura na região.
Também participaram os fiscais estaduais agropecuários da Iagro, Cristiane Navarrete, de Paranaíba, e Carlos Aparecido Barbosa, de Cassilândia.
Investimento
Em 2024, representantes da Frucamp, da Família Fachini, conforme relatou Karla Nadai, fizeram uma visita à Semadesc. Desde esse encontro, o projeto já conta com aproximadamente 800 hectares plantados, e a meta deste ano é alcançar 1.800 hectares.
O secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, destacou que, no Mato Grosso do Sul, as empresas estão iniciando o cultivo da laranja em Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo, Paranaíba, Aparecida do Taboado, Três Lagoas, Água Clara, Bataguassu, Chapadão do Sul, Figueirão, Terenos, Jaraguari, Inocência e Paraíso das Águas.
“O município de Cassilândia se torna uma nova rota da citricultura, somando-se aos municípios que já possuem empreendimentos que abrigarão cerca de 30 mil hectares de pomares”, destacou Jaime Verruck, que completou:
“Hoje, já temos no Estado mais de 30 mil hectares de laranja plantados. A citricultura prospera em áreas mais arenosas, com menor teor de argila, o que é importante. Como a laranja está sendo cultivada com sistemas de irrigação, há uma perspectiva de investimentos altos, mas com elevada produtividade. Além do clima, solo e áreas disponíveis, notamos, em especial, a migração da produção de laranjas de São Paulo para MS devido à incidência da doença do greening”, explicou o secretário.
Legislação rígida
Durante a reunião, segundo o prefeito de Cassilândia, Rodrigo de Freitas, também foram discutidas ações de combate ao greening. Por meio da Lei Estadual nº 6.293, de 22 de agosto de 2024, foi proibido o cultivo, venda e plantio da murta, planta hospedeira da doença que prejudica o cultivo de laranjas.
“A reunião destacou a importância de medidas preventivas, como o uso de mudas certificadas e a erradicação da murta, que abriga o inseto transmissor da doença”, afirmou o prefeito.
Além disso, a coordenadora de citricultura ressaltou a necessidade de medidas preventivas contra ameaças à produção de frutas cítricas, mencionando que problemas semelhantes já causaram quedas na produção na Flórida, nos Estados Unidos.
Para tornar o Estado um ambiente seguro para investimentos, foi frisado que Mato Grosso do Sul adota uma política de tolerância zero contra o greening e incentiva o plantio de mudas cítricas certificadas.
Por fim, destacou-se a importância de conscientizar a população para evitar a compra de mudas sem procedência, vendidas por ambulantes, o que pode colocar em risco a citricultura local.