Economia

PROJETO DE LEI

Liberdade econômica: MS quer simplificar abertura de empresas e concessão de licenças

Um ano após legislação nacional ser sancionada, governo envia versão estadual à Assembleia Legislativa

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Mato Grosso do Sul tem 268.736 empresas em funcionamento, conforme dados da Junta Comercial do Estado (Jucems). Com a Lei da Liberdade Econômica, a intenção, segundo a gestão estadual, é facilitar e ampliar a implantação de novos empreendimentos e estimular a geração de empregos.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) aprovou em primeira votação, na semana passada, o Projeto de Lei nº 229/2020, que institui a Declaração Estadual de Direitos de Liberdade Econômica do Estado; estabelece normas e atos de liberação de atividade econômica; e institui o Comitê para a Implantação da Lei de Liberdade Econômica de Mato Grosso do Sul (Cile-MS).

O assunto deve ser pautado novamente nas próximas sessões.  

Últimas notícias

Na prática, é uma regulamentação da norma aprovada pelo governo federal em setembro do ano passado, com o objetivo de facilitar a vida dos empresários em relação ao poder público. 

Entre as facilitações estão a dispensa de licenças e alvarás para atividades de baixo risco e a desburocratização de abertura e fechamento de empresas.    

Conforme o texto do governador enviado à Alems, o projeto tem o intuito de adequar a legislação sul-mato-grossense ao modelo de desburocratização e simplificação das relações entre os empreendedores e o Estado.  

“Um amplo e contínuo projeto de desburocratização da máquina pública e de maior acessibilidade aos serviços públicos, a fim de que o indivíduo possa empreender, produzir, empregar e gerar renda”, explica o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) em texto enviado ao presidente da Alems com o projeto.  

Simplificação

Para o analista técnico do Sebrae-MS, Julio Cesar da Silva, tanto a Lei Federal nº 13.874/2019 quanto a versão estadual tratam dos mesmos pontos. 

“Destaco a dispensa de Ato Público de Liberação que quer dizer que as atividades consideradas de baixo risco estão dispensadas de ter alvará de localização e funcionamento e licenças em geral, como Sanitária e Ambiental, para iniciar suas atividades. Ou seja, a partir do momento em que o empreendedor receber o seu CNPJ, ele já pode abrir a empresa”, complementa.  

“Ele [empresário] está dispensado do papel pregado na parede do estabelecimento para poder iniciar, mas ele não está dispensado de cumprir com as normas sanitárias e ambientais, entre outras, para o bom funcionamento do seu negócio, ou seja, ele pode a qualquer momento receber a visita do fiscal na sua empresa e esse fiscal fará sua fiscalização normalmente, e caso o empreendedor não esteja cumprindo as normas, sua empresa pode até ser interditada”, destacou o analista.

O advogado Leandro Provenzano acredita que o projeto de lei vai nortear as mudanças.

 “Esse projeto é o primeiro passo para que sejam implementadas efetivamente novas medidas. O projeto não fala de fato o que vai mudar da legislação estadual, mas dá os princípios que vão reger esses próximos atos.  Por exemplo, a parte que diz que uma empresa pode gerar renda em qualquer horário e feriados, isso já está valendo. Quanto menos poder tiver o Estado sobre as empresas, melhor elas vão se desenvolver. O que pode gerar mais renda e, inclusive, mais tributos para o Estado”.  

Comitê

O projeto de lei do Executivo enviado no começo de dezembro à Alems cria um comitê para a implantação da lei. 

Conforme o documento, o Cile-MS vai elaborar, coordenar e articular ações e atividades para implementação das medidas previstas na lei, “principalmente no que se refere à dispensa e à simplificação de atos públicos de liberação”.

A partir da criação do grupo é que mudanças mais substanciais serão implementadas, de acordo com Provenzano.

 “Ela [proposta] passa várias questões mais genéricas que não alteram em si nada que já existe. O projeto cria um comitê para a implantação dessa lei e desse comitê que vão sair as legislações que vão alterar a lei aqui. O que o projeto mostra é um norte que vai acabar com aquelas burocracias de licença, autorização, concessão, tudo isso que o brasileiro reclama e que demora muito para abrir uma empresa e colocar essa empresa para funcionar”, contextualiza.  

Ficará a cargo do Cile emitir orientações e fomentar o uso de ferramentas tecnológicas aos órgãos e entidades dos poderes executivos estadual e municipais. 

A presidência do comitê ficará a cargo do secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.  

O primeiro-secretário da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande (ACICG) e advogado tributarista, Roberto Oshiro, acredita que a instituição do grupo vai efetivar a aplicação da legislação. 

“Essa desburocratização é importante, mas precisa de fato acontecer na ponta. A lei começa, mas não finaliza, por isso a gente precisa dessa comissão constituída para provocar a regulamentação, por meio dos decretos e atos normativos, para fazer com que a lei seja cumprida e os empresários e cidadãos sintam os efeitos benéficos”.

Marco

Para Oshiro, a legislação federal foi um marco para o País e provocou uma mudança geral.

 “Principalmente em nível de princípios no ordenamento jurídico, o princípio da boa-fé, a liberdade econômica, que são importantes para todos os empreendedores. Principalmente neste novo ambiente que temos de inovação tecnológica. E a aprovação da lei estadual vem regulamentar a federal. É bom que os estados façam em conformidade com a lei federal, porque tudo que estiver em desconformidade é passível de questionamento jurídico”, destaca.  

Em evento realizado ontem (14) na Alems, o secretário de Estado Jader Rieffe Jiulianelli Afonso destacou que a ideia da liberdade econômica é o Estado ser livre, princípio constitucional da livre iniciativa.

 “A Lei nº 13.874 vem regulamentar isso, a ideia é que o Estado interfira o mínimo possível, para que o mercado possa gerar mais emprego, com o mínimo de burocracia, assim as empresas ficam isentas de licença prévia para operar, se elas operarem com baixo risco. Já está em tramitação na Assembleia Legislativa o Projeto de Lei Nº 229, que regulamenta em nível estadual esta lei federal. Os municípios deverão então mapear todos os entraves, analisando quais são os empreendimentos de baixo risco, e preparar medidas de desburocratização”, afirma.

Em fevereiro, o governador e prefeitos de 11 cidades de Mato Groso do Sul assinaram um termo de compromisso com a Lei de Liberdade Econômica. 

O ato simbólico indicou que Alcinópolis, Bandeirantes, Bodoquena, Chapadão do Sul, Santa Rita do Pardo, Inocência, Maracaju, Naviraí, São Gabriel do Oeste, Pedro Gomes e Três Lagoas assumiram a meta de simplificar procedimentos, cortar taxas e extinguir burocracias que emperram as atividades econômicas.

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Meio Ambiente

MS tem nova empresa responsável por gerir patrimônio ambiental do Estado

A MS Mineral passa agora a ser chamada de MS Ativos Ambientais, uma sociedade regida pelo Estado, responsável por gerir o patrimônio ambiental de MS

15/12/2025 16h15

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS Divulgação/Bruno Rezende - Governo do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou na última quinta-feira (11) a transformação da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral) em uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado, passando a ser chamada de Companhia Gestora de Ativos Ambientais de Mato Grosso do Sul Sociedade Anônima (MS Ativos Ambientais). 

O projeto já estava em movimento desde o dia 25 de novembro na Assembleia e, agora que foi aprovado, vai para sanção do governador do Estado, Eduardo Riedel. 

De acordo com o político, a MS Ativos será a estrutura responsável por converter o patrimônio natural do Estado em oportunidades econômicas e ambientais para toda a sociedade sul-mato-grossense”, seguindo um modelo empresarial sólido e alinhado “às melhores práticas nacionais e internacionais”.

Além disso, a Companhia terá condições de desenvolver e comercializar ativos ambientais, além de estruturar parcerias com o setor privado e captar investimentos nacionais e internacionais voltados à conservação, restauração e uso sustentável dos recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, deve permitir uma ampliação da capacidade de inovação do Estado, bem como o monitoramento e gestão territorial, fortalecendo políticas para redução das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação climática que já vêm sendo implantadas. 

O que muda?

O diferencial da MS Ativos Ambientais sobre a MS Mineral é a abrangência da atuação. A antiga empresa estava focada em jazidas minerais e no aproveitamento econômico de minérios. 

Já a atual, além de gerir as jazidas minerais, tem competência de monitorar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos em qualidade e quantidade, gerir e fiscalizar os bens ambientais, incluindo crédito de carbono e de biodiversidade. 

Entre os objetivos da MS Ativos Ambientais, destacam-se a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, prospecção, além da preservação e aproveitamento econômico de ativos ambientais e dos recursos minerais do Estado. 

“Será através dela que o Estado vai poder receber recursos oriundos dos esforços de preservação que tem, valorizar e ser pago por ativos ambientais como o crédito de carbono, podendo desenvolver cada vez mais projetos para o fortalecimento da política ambiental do Estado”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

Do ponto de vista da pasta, a constituição da nova empresa coloca o Estado em um novo patamar do ponto de vista dos ativos ambientais, bem como da sua valoração. 

“Temos a meta de ser Estado Carbono Neutro até 2030, mas tínhamos ainda uma deficiência organizacional que era não ter uma empresa de ativos ambientais onde é possível fazer o registro e comercialização dos créditos de carbono que serão gerados pelo crédito jurisdicional. Trouxemos elementos da MS Mineral, mas agora transformando em ativos ambientais”, explicou o secretário da Semadesc Jaime Verruck. 


 

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

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