Economia

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INPC de Campo Grande sobe 0,72% e ocupa a oitava posição entre as capitais com os maiores índices

Em fevereiro deste ano a taxa era de 0,48%; apesar do aumento, a capital não apresentou o pior cenário, afirma economista

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O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 0,72% em Campo Grande no mês de março, uma variação de 0,24 pontos percentuais em relação a fevereiro de 2023, quando a taxa ficou em 0,48%. No ano o INPC na Capital acumulou uma alta de 1,86%, e em 12 meses 3,23%

Ao Correio do Estado, o economista Eduardo Matos, explicou que o índice é usado para medir a inflação e corrigir o poder de compra a partir da avaliação dos preços médios de produtos e serviços como alimentação e bebidas, vestuário, transporte, habitação, entre outros. 

"Se há aumento nesse índice, é um indicativo que a população está pagando a mais por sua cesta de consumo se comparado com o período anterior ao aumento", explicou Matos.

A partir deste resultado, Campo Grande ocupa a oitava colocação entre as dezesseis capitais avaliadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), ficando atrás apenas de Porto Alegre (1,37%), Brasília (1,10%), Curitiba (1,06%), Belém (0,91), Rio Branco (0,80), Goiânia (0,75) e Grande Vitória (0,73).

"É um aumento significativo, no entanto no comparativo com as demais capitais, Campo Grande figura a oitava colocação, isto é, não é a capital com a maior variação. Isso significa que o custo de vida em Campo Grande, apesar de ter sofrido considerável alta, na média das capitais não teve pior cenário", afirmou o economista. 

O desempenho de Campo Grande no mês de março foi puxado especialmente pelos setores de transportes (2,98%), quando houve reajuste no transporte público a partir de 1º de março, vestuário (1,45%), despesas pessoais (0,57%), saúde e cuidados pessoais (0,50%), comunicação (0,36) e alimentos e bebidas (0,20).

Os únicos dois setores que tiveram variações negativas em Campo Grande, em março deste ano, foram artigos de residência (-0,65%), habitação (-0,21%) e educação (-0,04).

Esta faixa de renda foi criada com o objetivo de garantir uma cobertura populacional de 50% das famílias cuja pessoa de referência é assalariada e pertencente às áreas urbanas de cobertura do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC).

Os dados apresentados foram divulgados nesta terça-feira (11), pelo IBGE, a partir de comparativo entre os preços coletados entre 1º de março de 2023 e 29 de março de 2023 (período de referência) com os preços vigentes no período de 28 de janeiro a 28 de fevereiro de 2023 (base).

Nacional

O INPC teve alta de 0,64% em março, abaixo do registrado no mês anterior (0,77%). No ano, o INPC acumula alta de 1,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,36%, abaixo dos 5,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. 

Em março de 2022, a taxa foi de 1,71%. Os produtos alimentícios registraram queda de 0,07% em março, após alta de 0,04% em fevereiro. Nos produtos não alimentícios, foi registrada alta de 0,87%, desacelerando em relação ao resultado de 1,01% observado em fevereiro. Quanto aos índices regionais, todas as áreas tiveram variação positiva em março. 

O menor resultado foi registrado em Belo Horizonte (0,26%), onde pesaram as quedas nos preços da batata-inglesa (-18,88%) e das frutas (-11,60%). A maior variação, por sua vez, ocorreu em Porto Alegre (1,37%), puxada pelas altas de 10,63% da gasolina e de 9,69% da energia elétrica.

Saiba

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas do país. Em Campo Grande as pesquisas começaram a ser realizadas a partir de janeiro de 2014.

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Economia

Estudo mostra eficiência da pecuária em capturar mais carbono do que emitir

Práticas adequadas de manejo de solo, como a recuperação de pastagens, eficiência produtiva e desmatamento zero estão entre as principais razões para alcançar o marco

08/10/2024 17h30

Estudo mostra eficiência da pecuária em capturar mais carbono do que emitir

Estudo mostra eficiência da pecuária em capturar mais carbono do que emitir Freepik

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Estudo realizado por pesquisadores do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV (OCBio/FGV), da consultoria Fauna Projetos e do Instituto Inttegra comprovam como a pecuária nacional contribui para a captura de Gases do Efeito Estufa (GEE) da atmosfera.

O resultado revelou que 31% das fazendas analisadas removem mais que emitem carbono na atmosfera.

O levantamento, que foi realizado entre agosto de 2023 e maio de 2024, contou com a análise do volume de emissões de carbono de 103 propriedades fornecedoras da Friboi, em 12 estados brasileiros.

Além disso, foi confirmado que práticas adequadas de manejo de solo, como a recuperação de pastagens, eficiência produtiva e desmatamento zero estão entre as principais razões para alcançar o marco.

Já os 46% das fazendas mais eficientes emitem menos GEE para cada tonelada de carcaça. O estudo é um dos maiores já realizados sobre o tema no mundo.

Método

A partir do método de mensuração internacional utilizado pelo setor conhecido como GHG Protocol, do World Resources Institute (WRI) e do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), mensalmente foram coletados dados sobre as emissões e as remoções de GEE das propriedades.

Após análise, os pesquisadores concluíram que entre os fatores que influenciaram diretamente o resultado estão a idade de envio de bovinos para processamento, o perfil da dieta do gado, a qualidade no manejo das pastagens e o controle do desmatamento nas propriedades.

Vale lembrar que o estudo contou com a contribuição da JBS 

Programa Fazenda Nota 10

Criado em 2017, o programa tem o objetivo de auxiliar criadores de gado de corte fornecedores da Friboi na gestão da produtividade, tendo o foco em dois pontos: rentabilidade e sustentabilidade de suas propriedades. 

O FN10 já impactou cerca de 860 propriedades, que cobrem área equivalente a pouco mais de 1,4 milhão de hectares. Atualmente, há 435 fazendas participantes do programa em todo o Brasil.

Segundo Fabio Dias, os participantes do FN10 alcançam cerca de 15% de aumento no Ganho Médio Diário (GMD) de peso, por animal, nos rebanhos, e diminuem em média 9% as despesas por arroba produzida. "Além do aspecto econômico, a  pecuária com práticas sustentáveis pode ser cada vez mais parte da solução da questão climática, como demonstrou nosso estudo", afirma o executivo.

 

Gás natural

Fim da exportação de gás boliviano para a Argentina beneficia MS

Volume que era enviado para a Argentina, será repassado para o Brasil, o que deve favorecer a arrecadação local

08/10/2024 16h40

Estação de gás natural em Campo Grande

Estação de gás natural em Campo Grande Gerson Oliveira

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O encerramento das exportações de gás natural da Bolívia para a Argentina beneficiará Mato Grosso do Sul a partir deste mês.

A redução das importações do país vizinho tem impactado negativamente o caixa do Estado, que tributa com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) todo o gás natural que entra pelo gasoduto Bolívia-Brasil.

No final de setembro, a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) confirmou que deixou de enviar gás natural para a Argentina, destinando todo o excedente de sua produção ao Brasil, a preços “igualmente competitivos”.

Com essa mudança, o volume de gás natural importado da Bolívia deve aumentar de 15 milhões de m³ por dia para 19 milhões de m³ por dia, já que a Argentina adquiria 4 milhões de m³ diários do país andino.

Óscar Claros, gerente de Contratos e Exportações da YPFB, explicou que o Brasil absorverá naturalmente o gás que antes era enviado à Argentina. “Qualquer volume que deixemos de enviar ao mercado argentino já tem destino garantido no Brasil. Portanto, para nós, como YPFB, não há diferença”, afirmou.

As exportações obrigatórias de gás natural para a Argentina foram interrompidas no final de setembro, após mais de 20 anos. Claros destacou que era previsível que a Argentina buscasse autossuficiência e autoabastecimento, especialmente após as descobertas de gás na região de Vaca Muerta, há uma década.

Atualmente, a Bolívia produz 33 milhões de m³ por dia de gás natural e passará a enviar pouco mais da metade (19 milhões de m³) ao Brasil. O restante será absorvido pelo mercado interno boliviano.
Em 2023, a Bolívia obteve US$ 875 milhões com a venda de gás para a Argentina, que, junto com o Brasil, tem sido o principal destino nas últimas décadas.

Mato Grosso do Sul

O gás natural já foi uma das principais fontes de receita para Mato Grosso do Sul, gerando até R$ 70 milhões por mês na década passada, quando a produção boliviana estava em seu auge e o Brasil importava pouco mais de 30 milhões de m³ mensais.

Atualmente, com a importação reduzida à metade, as receitas não chegam nem à metade desses valores, mas ainda assim têm grande impacto na arrecadação, especialmente em um ano marcado pela quebra de safra no Estado.

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