Economia

Agricultura

Inverno menos rigoroso traz boas perspectivas para a safra de milho

Sob influência do El Niño, a estação será mais quente e chuvosa, de acordo com a previsão do tempo

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Sob influência do El Niño, o próximo trimestre será mais chuvoso e com frio menos rigoroso em Mato Grosso do Sul, conforme indica estudo do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec). 

A previsão coincide com o período de desenvolvimento da safra de milho 2022/2023. De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi, a alteração climática deve beneficiar os agricultores.

O estudo elaborado pelo Cemtec indica temperaturas e índice de chuvas acima da média histórica em Mato Grosso do Sul no inverno, próxima estação do ano. O fenômeno de nome El Niño consiste no aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico e será o responsável pelas mudanças no clima.

“No Estado, o El Niño acaba influenciando positivamente. A gente percebe que, quando é uma transição ou realmente é o El Niño já consolidado, o volume de chuva em Mato Grosso do Sul é bem maior e até o frio é um pouco mais ameno”, disse Dobashi em referência ao evento climático. Perante o cenário que se estabelece, o presidente analisa o momento como animador, uma vez que a safra passada não foi muito boa em decorrência da estiagem bastante acentuada. 

Dobashi salienta que o produtor sul-mato-grossense está esperando estabilidade climática de três a quatro anos, evidenciando ainda que o Estado tem sofrido com intempéries nos últimos anos. 

“A safra passada de milho foi bastante complicada, uma safra em que o produtor de MS se descapitalizou bastante, então, agora a gente espera esse alívio, contando que o El Niño traga um bom clima para se estabilizar e que a gente possa ter boas produções”, disse. 

Ratificando o parecer do titular da Aprosoja-MS, o secretário-executivo de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Rogério Beretta, explica que o padrão normalmente ocorrido da região deve ser ligeiramente alterado com uma maior distribuição de chuvas.

“O que favorece a agricultura, sobretudo as lavouras de milho, que precisam de água nesta época para completar o ciclo de amadurecimento das espigas”, argumenta o secretário.

Segundo o Cemtec, a média histórica de chuvas para os meses de junho, julho e agosto, período de inverno no Hemisfério Sul, varia entre 100 e 200 milímetros em Mato Grosso do Sul, com maior incidência na região sul (200 mm a 300 mm) e um pouco menos na região norte (50 mm a 100 mm).

Já a média histórica das temperaturas para o trimestre varia entre 17ºC, na região sul, até 22°C, na região norte. Portanto, o fenômeno El Niño também pode resultar em aumento da temperatura, embora os técnicos do Cemtec sugiram que há outras forças climáticas que determinam as condições gerais do clima.

COMERCIALIZAÇÃO 

Coordenadora econômica da Aprosoja-MS, Renata Farias analisou o cenário comercial para o milho em Mato Grosso do Sul. “A safra 2022/2023 já possui cerca de 21% comercializados até o momento, a um preço médio ponderado de R$ 62,11. A comercialização está 6 pontos porcentuais acima do registrado na safra passada, no mesmo período”, explicou.

Segundo a economista e especialista em agricultura, a expectativa é de uma safra com comercialização mais rápida, em virtude das reduções de preço que têm acontecido no mercado. “A safra de milho ajuda a diluir os custos de produção da soja, no entanto, esse custo considerava uma saca a mais de R$ 70 e hoje está sendo vendida a preços bem inferiores, inclusive se igualando aos praticados antes do período pandêmico”, ressaltou Renata.

Segundo o Boletim Casa Rural, divulgado pela Famasul, a estimativa é de aumento de 5,4% em comparação com o ciclo anterior (2021/2022), atingindo a área de 2,325 milhões de hectares.

O relatório demonstra uma produtividade estimada em 80,33 sacas por hectares (sc/ha), e esta se encaixa na média de sacas do potencial produtivo das últimas cinco safras do Estado. Com isso, a produção esperada gira em torno de 11,3 milhões de toneladas para a segunda safra do milho.

Contudo, o boletim aponta retração de 12,28% na comparação com o ciclo anterior. Diante dessa estimativa, porém, destaca-se que a área ainda está sendo levantada, o que pode gerar diferenças tanto para mais quanto para menos.

Nas questões climáticas, o documento enfatiza que o futuro da cultura ainda é incerto. “Mato Grosso do Sul apresenta 54% da produção fora da melhor janela de semeadura, correndo o risco de sofrer com intempéries climáticas [estiagem, geada e queda de granizo]”, detalha o boletim.

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

CAMPO GRANDE (MS)

Carnê virtual do IPTU 2026 está disponível na internet; confira

Neste ano, reajuste do IPTU é de 5,32%, com 10% de desconto à vista

15/12/2025 12h00

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel MARCELO VICTOR

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Carnê do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), referente ao ano de 2026, está disponível e já pode ser consultado via internet. Saiba quanto veio o imposto da sua casa, em 2025, neste site.

Neste ano, o IPTU será reajustado em 5,32%, conforme noticiado pelo Correio do Estado. O reajuste cobrou a inflação, prevista no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A expectativa é que milhares de carnês físicos sejam entregues na casa do contribuinte neste mês de dezembro de 2025.

As formas de pagamento do IPTU 2026 são:

  • À vista, com 10% de desconto – vencimento em 12 de janeiro
  • Parcelado, em 12 vezes – vencimento em dias de feriados, finais de semana ou não úteis, o pagamento deverá ser feito no primeiro dia útil subsequente

Ainda haverão aqueles contribuintes beneficiados com o Bônus IPTU Azul, que terão desconto de 10% (dez por cento) sobre o valor do IPTU e da Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares lançados.

A concessão do Bônus IPTU Azul será efetivada independentemente de requerimento do contribuinte, mediante a redução de 10% no valor lançado, e, sobre o valor já deduzido, será aplicado o desconto para pagamento à vista, conforme a opção do contribuinte.

Neste ano, as cores azul e amarelo também dão adeus ao IPTU. Até então, os carnês eram emitidos em tons diferentes: azul para contribuintes sem débitos e amarelo para aqueles com pendências.

Pessoa consultando o valor do IPTU do seu imóvel

IPTU

O IPTU é um imposto brasileiro, de competência municipal, que deve ser pago por pessoas que tenham propriedades dentro do perímetro urbano.

A arrecadação do tributo municipal é convertido em melhorias para a cidade, nas áreas de segurança, educação, saúde, infraestrutura e lazer.

Quem não paga IPTU, corre risco de perder a posse do imóvel.

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