Economia

3,5 milhões de toneladas

Arauco estuda escoar celulose de megafábrica por hidrovia

Empresa espera receber em setembro licença para construir ferrovia de 47 km, mas enquanto isso estuda uma forma alternativa para despachar a produção de Inocência

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Apesar de já ter autorização para construir um ramal ferroviário de 47 quilômetros entre a fábrica de Inocência e a Ferronorte, a chilena Arauco agora estuda a possibilidade de escoar as 3,5 milhões de toneladas anuais de celulose pela hidrovia dos rios Paraná  Tietê. 

O plano inicial prevê investimento de R$ 1 bilhão na construção do ramal ferroviário e mais R$ 1,4 bilhão na compra de 23 locomotivas e aproximadamente 750 vagões, incluindo reservas, para formar sete trens de 100 vagões cada.

Estes investimentos de R$ 2,4 bilhões não estão previstos no projeto original de construção da fábrica, que é da ordem de R$ 25 bilhões. 

Agora, porém, conforme reportagem do jornal Estadão, os chilenos estudam uma alternativa logística combinando rodovia, hidrovia e ferrovia. Conforme esta alternativa, a celulose seria levada em caminhões até Três Lagoas, numa distância da ordem de 130 quilômetros. Seriam, em média, duzentas carretas por dia.

Depois,  a celulose seguiria pela hidrovia Paraná-Tietê até Pederneiras (SP), numa distância de 450 quilômetros e somente depois disso seria levada pela ferrovia até o Porto de Santos, percorrendo mais 550 quilômetros por trilhos. 

A viabilidade depende da análise dos impactos e custos dos múltiplos transbordos de carga, segundo reportagem do jornal paulista. 

Segundo a Arauco, a hidrovia é mais competitiva que o transporte rodoviário, retirando mensalmente 6 mil caminhões das estradas e reduzindo em 80% as emissões de CO. 

Já o transporte ferroviário reduz as emissões em 60% em comparação ao rodoviário, alinhando-se à estratégia de sustentabilidade da empresa.

A previsão é de que a fábrica entre em operação do último trimestre de 2027. Porém, caso opte pela construção da ferrovia, as obras precisam começar logo, pois devem se estender ao longo de 18 meses. 

A previsão é despachar 9,6 mil toneladas por dia em trens formados por 100 vagões fabricados especialmente para levar fardos de celulose branqueada de fibra curta de eucalipto. 

A construção da ferrovia já foi autorizada pela ANTT e a expectativa é de que a licença de instalação seja concedida agora em setembro. O trajeto previsto, caso realmente saia do papel, será paralelo à rodovia MS-377. 

Para ser operadora de toda a infraestrutura do corredor logístico, a Arauco acaba de receber da ANTT uma autorização que a qualifica como Agente Transportador Ferroviário (ATF). Com isso, a própria empresa pode montar a plataforma e operar os trens até Santos/SP.

Segundo Alberto Pagano, responsável pelo setor de transportes da Arauco, o Brasil lidera soluções logísticas na indústria de celulose, como o uso de vagões com capacidade de 96 toneladas. No Chile, sede da empresa, a capacidade varia entre 46 e 60 toneladas, dependendo da qualidade da via ferroviária.

O plano logístico da Arauco, diz Pagano, tem uma visão de longo prazo para o negócio. Considera expansões futuras — a licença de instalação do projeto Sucuriú prevê produção de até 5 milhões de toneladas —, transporte por trens de madeira e insumos líquidos e a utilização de contêineres.

Além da logística para o transporte da celulose até o porto de Santos, numa distância da ordem de 1,1 mil quilômettros, a Arauco precisa ainda de cerca de 1,5 motoristas para operar os 350 veículos (caminhões) que carregarão as toras de madeira, em 600 viagens diárias, até a unidade industrial, que está sendo implantada a 50 quilômetros da área urbana de Inocência. 

As florestas de eucaliptos da empresa, que totalizam 400 mil hectares, estão espalhadas em dez municípios no entorno de Inocência. A distância média desde as áreas de corte até a fábrica será de 110 km. 

Para atender o pleno ritmo de produção a partir de 2028, a empresa está plantando 65 mil hectares de eucaliptos por ano — o tempo médio até o corte, todo mecanizado, é de seis anos. 

VALE DA CELULOSE


Mato Grosso do Sul, com a fábrica de Inocência, se consolida como maior fabricante de celulose do país. Vai saltar de 7,6 milhões de toneladas por ano para 11 milhões de toneladas

A Suzano inaugurou uma fábrica de Ribas do Rio Pardo em 2024 e a Eldorado tem planos para duplicar a produção em Três Lagoas. Além disso, a partir de fevereiro do próximo ano a Bracell promete começar a construção de uma fábrica em Bataguassu. 

Em 2023, a produção brasileira de celulose atingiu 24,3 milhões de toneladas, sendo 21,3 milhões de fibra curta (de eucalipto), 2,5 milhões de fibra longa (pinus) e 500 mil toneladas de pasta de alto rendimento. As exportações somaram US$ 12,7 bilhões, no patamar de 18 milhões de toneladas embarcadas, de acordo com dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

(Com informações do jornal O Estado)
 

Meio Ambiente

MS tem nova empresa responsável por gerir patrimônio ambiental do Estado

A MS Mineral passa agora a ser chamada de MS Ativos Ambientais, uma sociedade regida pelo Estado, responsável por gerir o patrimônio ambiental de MS

15/12/2025 16h15

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS

MS Ativos Ambientais passa a ser responsável pelos ativos de MS Divulgação/Bruno Rezende - Governo do Estado

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A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul aprovou na última quinta-feira (11) a transformação da Empresa de Gestão de Recursos Minerais (MS-Mineral) em uma sociedade de economia mista controlada pelo Estado, passando a ser chamada de Companhia Gestora de Ativos Ambientais de Mato Grosso do Sul Sociedade Anônima (MS Ativos Ambientais). 

O projeto já estava em movimento desde o dia 25 de novembro na Assembleia e, agora que foi aprovado, vai para sanção do governador do Estado, Eduardo Riedel. 

De acordo com o político, a MS Ativos será a estrutura responsável por converter o patrimônio natural do Estado em oportunidades econômicas e ambientais para toda a sociedade sul-mato-grossense”, seguindo um modelo empresarial sólido e alinhado “às melhores práticas nacionais e internacionais”.

Além disso, a Companhia terá condições de desenvolver e comercializar ativos ambientais, além de estruturar parcerias com o setor privado e captar investimentos nacionais e internacionais voltados à conservação, restauração e uso sustentável dos recursos naturais. 

Ao mesmo tempo, deve permitir uma ampliação da capacidade de inovação do Estado, bem como o monitoramento e gestão territorial, fortalecendo políticas para redução das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação climática que já vêm sendo implantadas. 

O que muda?

O diferencial da MS Ativos Ambientais sobre a MS Mineral é a abrangência da atuação. A antiga empresa estava focada em jazidas minerais e no aproveitamento econômico de minérios. 

Já a atual, além de gerir as jazidas minerais, tem competência de monitorar os recursos hídricos superficiais e subterrâneos em qualidade e quantidade, gerir e fiscalizar os bens ambientais, incluindo crédito de carbono e de biodiversidade. 

Entre os objetivos da MS Ativos Ambientais, destacam-se a promoção, estímulo, coordenação e execução de atividades de pesquisa, desenvolvimento, inovação, prospecção, além da preservação e aproveitamento econômico de ativos ambientais e dos recursos minerais do Estado. 

“Será através dela que o Estado vai poder receber recursos oriundos dos esforços de preservação que tem, valorizar e ser pago por ativos ambientais como o crédito de carbono, podendo desenvolver cada vez mais projetos para o fortalecimento da política ambiental do Estado”, explicou o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

Do ponto de vista da pasta, a constituição da nova empresa coloca o Estado em um novo patamar do ponto de vista dos ativos ambientais, bem como da sua valoração. 

“Temos a meta de ser Estado Carbono Neutro até 2030, mas tínhamos ainda uma deficiência organizacional que era não ter uma empresa de ativos ambientais onde é possível fazer o registro e comercialização dos créditos de carbono que serão gerados pelo crédito jurisdicional. Trouxemos elementos da MS Mineral, mas agora transformando em ativos ambientais”, explicou o secretário da Semadesc Jaime Verruck. 


 

Economia

Com 4,7 milhões de hectares de áreas degradadas passíveis de recuperação, MS é destaque nacional

Através de programas voltados ao carbono zero, crédito sustentável e uso eficiente do solo e água, o Estado é consolidado como exemplo nacional em recuperação de pastagens degradadas

15/12/2025 14h30

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado

Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gado FOTO: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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Mato Grosso do Sul tem cerca de 4,7 milhões de hectares de pastagens degradadas com que podem ser transformadas em algum tipo de atividade, como agricultura, pecuária, sistemas agroflorestais ou silvicultura. 

Esse número é parte de um montante total de 12 milhões de hectares de pastagens degradadas em todo o território estadual. 

As estratégias de recuperação de pastagens degradadas tornou o Estado um exemplo nacional no assunto, já que as ações estaduais garantem competitividade, sustentabilidade e segurança alimentar. 

A recuperação das áreas combinam políticas públicas estruturantes, crédito sustentável e inovação com programas voltados ao uso eficiente do solo e da água, como o Prosolo, MS Irriga, Plano ABC+ MS, Precoce MS e o FCO Verde. 

"Estamos mostrando ao Brasil que é possível produzir mais e com responsabilidade ambiental e tecnologia", disse o secretário Jaime Verruck, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc). 

O Plano Estadual do Governo do Estado tem como meta definida a recuperação de 1.167 milhão de hectares nas pastagens degradadas até 2030. Esse desafio é um dos motores da nova economia verde em Mato Grosso do Sul que, através do uso de ciências e políticas públicas permanentes, consolida a referência do Estado no setor de pecuária de baixo carbono e agropecuária sustentável. 

"Quando governo, produtores e instituições de pesquisa trabalham juntos, conseguimos acelerar a transição para uma agropecuária moderna, de baixa emissão de carbono e com alto desempenho", destacou Verruck.

Políticas públicas

De acordo com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), a degradação observada em Mato Grosso do Sul é resultado de anos de práticas antigas da pecuária extensiva, com baixa taxa de lotação e pouco uso de manejo e adubação. 

Isso causou o desgaste do solo e queda na produtividade das forrageiras, plantas cultivadas para alimentar os animais (gado, aves, suínos), sendo necessárias soluções robustas, que hoje fazem parte da política principal de Estado. 

As políticas públicas de MS são: 

  • Prosolo: programa de restauração das áreas afetadas por erosão, implantando práticas conservacionistas, recuperando a fertilidade do solo e melhorando estradas vicinais;
  • MS Irriga: programa de ampliação da irrigação sustentável e do uso racional da água para intensificação da produção; 
  • Plano ABC+ MS: plano de sistemas integrados de plantio direto, uso de bioinsumos e manejo de resíduos;
  • Precoce MS: incentivo ao manejo eficiente e à pecuária de baixo carbono; 
  • FCO Verde: linha de crédito destinada à recuperação da produção e de projetos sustentáveis. Entre 2020 e 2024, foram R$ 812 milhões destinados a 771 projetos. 
Áreas podem ser recuperadas e têm potencial de virar áreas de criação de gadoFeito por Denis Felipe - Com IA

Destaques

A Semadesc e o Fundo para o Desenvolvimento das Culturas de Milho e Soja (Fundems), estão investindo R$ 7,6 milhões em certificação e monitoramento do carbono na soja e no milho. 

Com relação à pecuária, além do status alcançado em 2025 de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Estado avança na implantação do seu Sistema Estadual de Rastreabilidade Bovina, previsto para iniciar em 2026 e cobertura total até 2032. 

Além disso, também é desenvolvido o Selo Verde, que vai integrar dados ambientais e produtivos, garantindo transparência socioambiental nas cadeias de carne e da soja. 

Mato Grosso do Sul também está entre os cinco maiores consumidores de bioinsumos do País, através do Programa Estadual de Bioinsumos, criado em 2022. Também estão em funcionamento projetos de confinamento sustentável e intensificação das pastagens, ampliando produtividade e garantindo bem-estar animal. 

"Nossa meta é chegar ao produtor com assistência técnica de qualidade e acesso a crédito sustentável, garantindo que cada propriedade tenha as condições para produzir mais e conservar mais", reforçou Verruck.
 

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