Economia

NA JUSTIÇA

Mato Grosso do Sul e gigante da celulose disputam R$ 500 milhões

Procuradoria conquistou liminar que barra créditos tributários de meio bilhão de reais à indústria gigante da celulose

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A Procuradoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul conseguiu suspender decisão de primeira instância que determinava a concessão de créditos tributários de R$ 500 milhões (meio bilhão) à Eldorado Brasil Celulose S.A.  

O desembargador Marco André Nogueira Hanson atendeu ao recurso elaborado pelo procurador do Estado Fernando Zanele e suspendeu decisão anterior, que mantinha o direito de compensar todo esse montante em operações futuras de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) à indústria de celulose.  

Ainda cabe recurso da decisão. A Eldorado alega que os créditos tributários a que tem direito serão utilizados em projetos futuros, como, por exemplo, a implantação de sua segunda planta – projeto que está no papel desde a década passada e que atualmente está orçado em R$ 14 bilhões.  

É justamente nessa demora em se utilizar o crédito que se deu a disputa jurídica. A Secretaria de Estado de Fazenda autuou a Eldorado Celulose em novembro de 2021, ocasião em que lhe informou que não poderia mais utilizar R$ 500 milhões de um total de R$ 590 milhões dos créditos tributários a que tem direito. 

Motivo: o prazo para a utilização desses valores na forma de compensação havia acabado. 

A liminar concedida neste mês ao governo de Mato Grosso do Sul suspende os efeitos de outra liminar, concedida anteriormente em um mandado de segurança em primeira instância. 

Na liminar, o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública de Campo Grande, suspendeu os efeitos do auto de infração da Sefaz sobre o crédito da Eldorado.  

Majoritariamente exportadora, a Eldorado acaba por gerar pouco recolhimento de ICMS em suas operações, beneficiadas pela Lei Kandir. 

A empresa, além de receber incentivos fiscais da Sefaz, ainda atua majoritariamente na exportação, sendo seu produto principal a celulose, matéria-prima isenta de ICMS na saída (no ato da exportação) e ainda geradora créditos (para futura compensação tributária) do mesmo imposto na entrada (na atividade de produção do produto semiacabado).

Para Fernando Zanele, a decisão no agravo é importante para o Fisco estadual, por causa da magnitude de seu impacto. 

“A decisão favorável do TJMS no agravo estadual reconhece a relevância do tema e seu impacto financeiro para os cofres estaduais, bem como restabelece a interpretação certa sobre o sistema tributário do ICMS”.

Além de a Eldorado claramente não utilizar os créditos para compensação tributária, em apenas um mês, por exemplo, o volume de R$ 500 milhões, equivale – em média – a quase metade do que Mato Grosso do Sul recolhe mensalmente em ICMS.  

Na liminar, o desembargador Marco André Nogueira Hanson atende à tese apontada pela Procuradoria-Geral do Estado, que alega que, ao não ser atingida pelo prazo decadencial, a Eldorado Celulose poderia ser beneficiada duas vezes. 

A primeira vez pelos incentivos fiscais concedidos à época da instalação e também para sua operação e a segunda com a manutenção desses créditos não utilizados.

Por tratar-se de liminar, o mérito do agravo ainda será julgado pela Segunda Câmara Cível e depois, retorna à primeira instância para que o mérito do mandado de segurança seja julgado.  

LINHA 2

Previsto desde a segunda metade da década passada, o Projeto Vanguarda aguarda resolução definitiva da disputa em corte arbitral e na Justiça com a Papper Excellence, empresa de capital majoritariamente indonésio que detém 49% da participação e briga pelo controle da planta.

Apesar de os indonésios terem vencido a disputa na corte arbitral, a J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, levou vantagem na Justiça de São Paulo, que suspendeu os efeitos da decisão da corte arbitral. 

Trata-se da maior disputa corporativa no Brasil nos últimos anos, com valores na casa das dezenas de bilhões de reais. O Projeto Vanguarda está orçado em R$ 14 bilhões, mas seu lançamento ainda é incerto.  

Enquanto a Eldorado não instala sua linha 2 de produção, a concorrente Suzano ganha espaço em MS. 

Além das duas linhas que opera em Três Lagoas, mesma cidade onde a Eldorado tem sua linha 1, a Suzano também constrói em Ribas do Rio Pardo uma nova fábrica, com investimento de R$ 20 bilhões (números atualizados na semana passada).

A nova planta da concorrente promete ser uma das maiores indústrias de celulose das Américas, com capacidade de processar 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano.

Decisão judicial impede prejuízo aos cofres do Estado

Partes envolvidas

Governo de Mato Grosso do Sul e Eldorado Brasil Celulose

Disputa

Crédito tributário de  

R$ 500 milhões

Primeira decisão

Em novembro de 2021, foi concedido um mandado de segurança em primeira instância em que o juiz suspendia os efeitos do auto de infração da Sefaz sobre o crédito da Eldorado

Liminar

Concedida na primeira semana de fevereiro de 2022, a liminar atende à tese apontada pela Procuradoria-Geral do Estado e suspende a primeira liminar

Próximo passo

Por tratar-se de liminar, o mérito do agravo ainda será julgado pela Segunda Câmara Cível e, depois, retorna à primeira instância para que o mérito do mandado de segurança seja julgado.

Economia

Etanol fica quase 2% mais caro na primeira quinzena de dezembro, aponta IPTL

O preço médio do etanol nos postos brasileiros na primeira quinzena de dezembro foi de R$ 4,50

15/12/2025 19h00

Foto: Arquivo

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O preço médio do etanol nos postos brasileiros na primeira quinzena de dezembro foi de R$ 4,50, o que representa uma alta de 1,81%, ou R$ 0,08, na comparação com o mesmo período de novembro, de acordo com o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). A gasolina, por sua vez, inicia dezembro estável.

No caso do etanol, a maioria das regiões apresentou alta, com destaque para o Sudeste, com aumento de 2,31% (média de R$ 4,42, menor média do País).

Já o Nordeste apresentou a maior queda para o etanol do período, de 1,04% (R$ 4,75). O Norte seguiu com o etanol mais caro do Brasil, com média de R$ 5,20 (-0,19%).

A alta reflete um movimento comum dessa época, quando o produto começa a ficar menos disponível e o valor acaba subindo, explica em relatório o diretor de Rede de Abastecimento da Edenred Mobilidade, Renato Mascarenhas.

Considerando as médias por Estados, a maior alta do País no período ocorreu em Minas Gerais, de 2,90%, alcançando o preço médio de R$ 4,61.

Já a maior redução do biocombustível foi registrada no Rio Grande do Norte, de 5,56%, que fez com que o preço médio do biocombustível neste Estado recuasse a R$ 4,59.

O levantamento, com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados, aponta que o preço médio da gasolina na primeira quinzena de dezembro foi de R$ 6,33.

Nas análises regionais do mesmo período, o IPTL registrou que, apesar da estabilidade nacional, a maioria das regiões apresentou queda no preço médio da gasolina, com destaque para o Norte, com queda de 0,44% (R$ 6,79, maior média do País entre as regiões).

O Sudeste teve a gasolina mais competitiva, com média de R$ 6,22, apesar de ter registrado a maior alta do período, de 0,48%.

Considerando as médias por Estados, a maior alta para a gasolina foi verificada em Minas Gerais, onde o combustível chegou a R$ 6,26 após aumento de 0,64%.

Já o Estado com a maior redução no preço médio da gasolina foi o Rio Grande do Norte, onde o combustível foi comercializado em média por R$ 6,10, após queda de 3,02%.

Na primeira quinzena de dezembro, o menor preço médio da gasolina foi registrado na Paraíba, a R$ 6,08 (estável). A gasolina com o maior preço médio do País foi registrada em Roraima: de R$ 7,41(estável).

Já o etanol mais caro do País na primeira quinzena de dezembro foi o do Amazonas, com preço médio de R$ 5,45 (-0,37%).

A Paraíba foi o Estado com o etanol mais barato, com preço médio de R$ 4,29, um recuo de 2,28% em relação à primeira quinzena de novembro, de acordo com o IPTL.

Economia

Multas do Procon podem ser pagas com desconto até 23 de dezembro

Os 45% de desconto estão previstos no programa Refis 2025, e cumpre as normativas publicadas na Lei nº 6.495/25

15/12/2025 16h30

O valor de cada parcela não pode ser inferior a R$ 529,20

O valor de cada parcela não pode ser inferior a R$ 529,20 Divulgação/Procon/MS

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O programa de recuperação de débitos, Refis 2025, permite o pagamento de multas administrativas aplicadas pelo Procon de Mato Grosso do Sul com até 45% de desconto. A medida está prevista em lei e o prazo para adesão vai até 23 de dezembro.

De acordo com o secretário-executivo do Procon/MS, Angelo Motti, a medida integra o Refis 2025, do Governo do Estado, e cumpre as normativas publicadas na Lei nº 6.495/25.

“Trata-se de uma oportunidade para a regularização de débitos, mediante a aplicação de desconto de até 45% nos pagamentos à vista, assim como parcelamento em até 60 vezes, com percentuais progressivos entre 20% e 30%”, pontua Motti.

Em caso de parcelamento, conforme a lei, o valor de cada parcela não pode ser inferior a 10 Uferms, o que representa, em dezembro, R$ 529,20.

Como funciona

Interessados em aderir ao programa devem preencher um “requerimento de adesão” e protocolar o documento junto ao Procon Mato Grosso do Sul até o dia 23 de dezembro, a fim de garantir tempo hábil para o processamento da documentação.

A entrega do requerimento pode ser realizada de forma presencial na sede da instituição, localizada na Rua Padre João Crippa, nº 3115, em Campo Grande. Uma outra forma é enviar a documentação ao e-mail [email protected], com cópias para [email protected] e [email protected].

Ficam de fora do processo apenas os débitos não tributários inscritos em dívida ativa, ajuizados ou não, cuja adesão deve ser encaminhada diretamente à Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Mais informações sobre o Refis do Procon Mato Grosso do Sul podem ser obtidas pelos telefones (67) 3316-9845 e 3316-9855.

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