Economia

EM MS

Pedidos de recuperação judicial em 2024 já superam o total do ano passado

De janeiro a abril deste ano, o Estado acumula 25 requerimentos, enquanto em todo o ano passado foram 23

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Os primeiros quatro meses do ano acumulam 25 pedidos de recuperações judiciais realizados por empresas em Mato Grosso do Sul. Segundo dados da Serasa Experian, o total de requerimentos feitos no primeiro quadrimestre de 2024 ultrapassam as 23 solicitações registradas no período de 12 meses do ano passado.

Ao comparar o primeiro quadrimestre deste ano com o mesmo intervalo de 2023 foi identificado um aumento de 127,27%, uma vez que neste ano os dados da Serasa mostram 25 requerimentos de recuperação judicial ante os 10 no ano passado.

O levantamento aponta ainda que a quantidade de recuperações judiciais deferidas também apresentou elevação significativa, nos primeiros quatro meses deste ano quando foram registrados 23 processos ante a um total de 10 em  2023, aumento de 109,09%.

Já o número de falências decretadas no ano anterior foi de apenas uma empresa e em 2024 até o mês de abril ainda não houve registros de empresas que foram a falência em Mato Grosso do Sul. Entretanto, em março deste ano um pedido de falência foi requerido no Estado.

Para o mestre em Economia Lucas Mikael o aumento expressivo das empresas inadimplentes no ano passado persiste neste ano, exercendo um impacto considerável no panorama da recuperação judicial.

“Embora haja indícios incipientes de melhorias, como a diminuição da inflação e das taxas de juros, a reação no âmbito da recuperação judicial parece estar se desenvolvendo mais lentamente do que o previsto”, analisa.

Mikael acrescenta que quando há aumento significativo na inadimplência empresarial, é natural esperar que a recuperação judicial desempenhe um papel crucial na restauração da estabilidade econômica. 

“No entanto, mesmo com indicadores encorajadores, como a queda da inflação e das taxas de juros, parece que essa recuperação está encontrando dificuldades em ganhar tração”, reforça.

O economista Eduardo Matos acrescenta que a situação se deve a fatores como a inadimplência, tanto por parte dos consumidores quanto por parte das empresas.

“A inadimplência cresceu absurdamente, isso em partes tem a ver com a alta da taxa de juros que nos últimos anos atingiu um patamar elevado e isso encarece o capital de terceiros”, detalha.

AGRONEGÓCIO

O segmento agropecuário também enfrenta momentos de instabilidade em Mato Grosso do Sul, situação que pode ser comprovada com registro de aumento na quantidade de pedidos de recuperação judicial no ano passado.

Conforme levantamento da Serasa Experian, em 2023, 10 produtores cadastrados como pessoa física no Estado recorreram à Justiça para não decretar falência.

No período de 12 meses, as solicitações saltaram de zero em 2022 para um total de 10 pedidos de recuperação judicial em 2023 registradas. Segundo a Serasa, em 2021, apenas um empresário recorreu ao recurso.

Para o responsável pelo setor de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, alguns fatores explicam a procura pela recuperação judicial nesse mercado. 

“As questões climáticas que têm ocasionado as quedas de safra em diversas regiões e aumentado os desafios de manejo, e o cenário econômico, tanto nacional quanto internacional, não contribuíram para a criação de uma estabilidade financeira no campo”, avalia.

RECUPERAÇÃO JUDICIAL

A recuperação judicial é um instrumento previsto na Lei nº 11.101/2005, que estabelece normas e procedimentos para a recuperação de empresas em situação financeira delicada, que visam à reabilitação econômica.

Advogado especialista em reestruturação e recuperação judicial, Carlos Henrique Santana explica que a recuperação judicial tem como principal objetivo permitir que a empresa em dificuldades financeiras possa reorganizar sua atividade, superar a crise econômico-financeira e manter as operações, evitando a falência.
Santana detalha que o processo ocorre na esfera jurídica.

“O pedido de recuperação judicial é feito no Poder Judiciário sendo acompanhado de documentação específica, onde pós análise da documentação, o juiz indica uma perícia prévia, para avaliação preliminar de condições e premissas sobre a situação da empresa, e decide pela concessão ou não da recuperação judicial”.

Ainda segundo o especialista, caso o pedido seja concedido, um administrador judicial é nomeado e um prazo é estipulado para a empresa apresentar o plano de recuperação, com as características e condições de pagamento das dívidas. 

“É um documento que apresenta as medidas que a empresa pretende adotar para superar a crise financeira. Esse plano deve ser submetido à aprovação dos credores e do juiz. Se aprovado, a empresa tem a chance de implementar as medidas propostas”, explica o advogado sobre o plano de recuperação.

Santana ainda lista alguns fatores que podem levar uma empresa a ingressar com uma ação de recuperação judicial.

“Endividamento excessivo, crise econômica ou setorial, problemas operacionais ou de gestão, falta de capital de giro, eventos inesperados, conjuntura jurídica e, especialmente, quando ocorre a incapacidade de negociar acordos extrajudiciais”, finaliza o advogado.

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Tratativas

Gás natural argentino é fundamental para o pleno funcionamento da UFN3

Há a necessidade de aumentar a oferta do gás no País; o transporte via Gasbol é a melhor opção para MS

20/11/2024 09h30

MARCELO VICTOR

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Com o avanço das tratativas para a retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN3), outra preocupação é o aumento da oferta do gás natural, matéria-prima da fábrica de fertilizantes. O acordo firmado entre os governos do Brasil e da Argentina para viabilizar a importação do combustível argentino ao País pode ser fundamental para consolidar a produção dos nitrogenados em Mato Grosso do Sul. 

Conforme adiantou o Correio do Estado na edição de ontem, uma das possibilidades é que o gás natural da região de Vaca Muerta, na Argentina, chegue ao Brasil por meio do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), via Corumbá.

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a ampliação da oferta do combustível é essencial para o funcionamento da indústria em Três Lagoas. 

“Temos que aumentar a oferta de gás para atender a UFN3, que serão 2,5 milhões de metros cúbicos diários necessários daqui a dois anos. Claramente tem um grande cenário a ser discutido, e Mato Grosso Sul tem que estar olhando isso de uma maneira muito próxima, de tal forma a ampliar a oferta de gás.

E no curto prazo, o que está mais disponível e com preço mais competitivo é o gás natural argentino. Estamos com o olhar bastante atento, procurando fazer as articulações nacionais e internacionais para que a gente tenha aumento da oferta de gás pelo Gasbol”, explica Verruck ao Correio do Estado.

Algumas rotas estão em estudo para o envio de gás da Argentina ao Brasil. A primeira delas envolve a reversão do fluxo do Gasbol, transportando o gás da Argentina para a Bolívia e, de lá, para o Brasil. 
A segunda opção seria a construção de um gasoduto atravessando o Chaco paraguaio, cuja viabilidade ainda precisa ser estudada. A terceira rota prevê a conexão direta dos gasodutos argentinos com a cidade de Uruguaiana (RS). Outra alternativa seria uma passagem pelo Uruguai. 

Como noticiado pelo Correio do Estado em maio deste ano, o Paraguai avança nas tratativas para uma via alternativa, para construir um novo gasoduto, que conecte os três países – Argentina, Paraguai e Brasil –, e a construção dessa via beneficiaria MS também.

Por fim, também é considerada a possibilidade de transformar o produto em gás natural liquefeito (GNL) para exportação via navios, embora essa opção aumente os custos.

Para Mato Grosso do Sul, a melhor opção seria a reversão do fluxo e o transporte via Gasbol, uma vez que a cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o gás natural ocorre na entrada em Corumbá.

“Achamos que é uma boa opção, dado que o Gasbol está ocioso. Ele tem capacidade para 30 milhões de metros cúbicos [diários] e tem passado entre 13 e 15 milhões de m³/dia, quer dizer, uma ociosidade de 50%. E no curto prazo, o que nós consideramos a mais importante para Mato Grosso do Sul seria a reversão do gasoduto. Como a Bolívia não tem sinalizado a ampliação da oferta nem novos investimentos, esse seria o cenário de curto prazo mais adequado, porque teríamos uma oferta de gás mais barato, aumento da arrecadação de ICMS, devido ao aumento do volume, e seria uma excelente opção para atender a UFN3”, avalia Verruck. 

O governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou ontem, durante agenda pública, que pretende trabalhar para que o produto chegue ao País por Mato Grosso do Sul: “Nossa gestão é que essa entrada de gás seja por Mato Grosso do Sul. Nós teríamos muitos ganhos se entrasse por aqui e vamos trabalhar para isso”.

ACORDO

O acordo foi assinado pelos ministros Alexandre Silveira, de Minas e Energia, e Luis Caputo, da Economia da Argentina, durante um evento paralelo à cúpula do G20, no Rio de Janeiro (RJ).

A iniciativa prevê a utilização do gás proveniente de Vaca Muerta, uma das maiores reservas argentinas, para ampliar a oferta e reduzir os custos no mercado brasileiro. 

A operação deve começar já neste ano, com a importação de 2 milhões de m³/dia. O volume será ampliado gradualmente, alcançando 10 milhões de m³ diários em três anos e chegando a 30 milhões de m³/dia até 2030, o equivalente a quase um terço do consumo diário atual no Brasil.

Segundo analistas ouvidos pelo Correio do Estado, isso pode fortalecer a competitividade industrial do Estado, gerando ativos como emprego e renda, além de auxiliar na transição energética.

“Ter um novo país para comprar o gás é importantíssimo, uma vez que a balança comercial do Estado tem quase 90% de importação de gás. Como é um produto internacional, para se trazer, há um custo. Contudo, [ele é] necessário, uma vez que MS necessita desse gás para energia, para empresas. Ou seja, é importantíssimo”, pontua o doutor em Economia Michel Constantino.

O doutor em Administração Leandro Tortosa corrobora que uma das questões mais importantes é a atração de empreendimentos e a segurança energética: “Se a gente tiver energia com uma matriz mais diversificada, com mais opções, como seria nesse caso, e com uma redução de custos, mais investimentos podem ser atraídos para Mato Grosso do Sul”.

FÁBRICA

Como publicado pelo Correio do Estado no mês passado, a aprovação da retomada da obra ocorreu oficialmente em 26 de outubro, data em que o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o retorno das obras da UFN3. A empresa já provisionou R$ 3,5 bilhões e agora vai a mercado em busca de um parceiro.

A expectativa é de que, na fase de construção, a obra deverá empregar 8 mil pessoas, enquanto na fase de operação serão 600 trabalhadores, entre empregados da Petrobras e terceirizados.

O cronograma de obras da empresa tem como prioridade inicial a busca de parceiros no mercado até o primeiro semestre do ano que vem. Os R$ 3,5 bilhões aprovados pela Petrobras significam o provisionamento do valor para que a estatal vá a mercado em busca de contratar parceiros para a conclusão da obra.

A planta de fertilizantes, paralisada em 2014 com 80% das obras concluídas, já conta com R$ 3,9 bilhões investidos no empreendimento.

Inicialmente, o plano era de que as obras fossem finalizadas até 2026, antes do fim do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB). Porém, considerando que o período de construção deverá ser de 12 a 18 meses, o prazo já começa a ficar apertado. 

A unidade será capaz de transformar os 2,5 milhões de m³ de gás natural em 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia.

Loterias

Resultado da Lotofácil de hoje, concurso 3248, terça-feira (19/11)

A Lotofácil é uma das loterias mais populares no Brasil, com sorteios realizados seis vezes por semana, de segunda a sábado; veja números sorteados

19/11/2024 19h18

Confira o resultado da Lotofácil

Confira o resultado da Lotofácil Foto: Arquivo

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 3248 da Lotofácil na noite desta  terça-feira, 19 de novembro de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 4 milhões. 

Confira o resultado da Lotofácil de hoje!

Os números da Lotofácil 3248 são:

  • 19 - 04 - 18 - 20 - 25 - 01 - 05 - 11 - 12 - 03 - 14 - 10 - 08 - 16 - 06

O sorteio da Lotofácil é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: 3249

Como a Lotofácil tem seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no quarta-feira, 20 de novembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 3249. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Lotofácil é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 3,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 15 dente as 25 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Como apostar na Lotofácil

Os sorteios da Lotofácil são realizados diariamente, às segundas, terças, quartas, quintas, sextas-feiras e sábados, sempre às 19h (horário de MS).

O apostador marca entre 15 e 20 números, dentre os 25 disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos através da Teimosinha.

A aposta mínima, de 15 números, custa R$ 3,00.

Os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao Tesouro Nacional para aplicação no FIES - Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com 15 dezenas, que custa R$ 3,00, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 3.268.760, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 20 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 211, ainda segundo a Caixa.

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