O patrimônio líquido médio da população sul-mato-grossense é o sétimo maior em comparação com as demais unidades da federação, calculado em R$ 36.027 em pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo tomou por base dados do Imposto de Renda para traçar um mapa da riqueza no país.
Ele revela que os trabalhadores do Estado ganham em média R$ 1.200,79 por mês. O Distrito Federal ocupa o topo do ranking. Por lá, os ganhos giram em torno dos R$ 2.981,04.
Aliás, nenhum lugar tem mais ricos por metro quadrado que a nobre região do Lago Sul de Brasília. Levando em conta somente quem vive nessa localidade, ganha-se em média R$ 23 mil por mês, 19 vezes a média de renda da população brasileira, que é a mesma de Mato Grosso do Sul.
Considerando apenas quem declarou imposto, a renda média no bairro salta para R$ 38,4 mil mensais, que é 4,5 vezes o que receberam todos os brasileiros que também acertaram as contas com o fisco.
MATO GROSSO DO SUL
A equipe do Correio do Estado analisou os microdados do estudo e chegou à conclusão que é em Chapadão do Sul onde as pessoas ganham mais por aqui. A renda média no município é de R$ 2.068,60 mensais, enquanto os moradores de Campo Grande, que ficou na segunda colocação na lista, recebem R$ 1.857,10, em média.
Somente em nove cidades sul-mato-grossenses os ganhos superam o valor do salário mínimo, que é de R$ 1.045: Dourados (R$ 1.468,02), Maracaju (R$ 1.401,42), Três Lagoas (R$ 1.318,66), São Gabriel do Oeste (R$ 1.264,00), Ivinhema (R$ 1.182,90), Costa Rica (R$ 1.161,73) e Camapuã (R$ 1.122,59), além da Capital e de Chapadão, que já foram citados anteriormente.
Por outro lado, na outra ponta do ranking está Japorã, onde segundo o FGV a renda média fechou em apenas R$ 132,67 mensais. Uma pequena parcela da população (2,47%), que corresponde aos que necessitam declarar o imposto, ganha R$ 5.371 por mês.
Na lista dos maiores patrimônios líquidos médios do Estado, Cassilândia está no topo com R$ 71.510,22. Em seguida vem Chapadão do Sul, com R$ 68.975,56 e só então Campo Grande, com R$ 58.391,64.
Os habitantes médios de Ladário, por outro lado, têm o menor patrimônio médio de Mato Grosso do Sul, com R$ 3.065,46.
Ainda conforme a FGV, Itaporã tem a maior diferença entre as rendas de quem declara imposto e a média da população em geral: R$ 8.477,11. Na sequência vem Maracaju (R$ 8.853,86) e Campo Grande (R$ 8.345,43).
“Os dados do Imposto de Renda de Pessoa Física nos permitem captar a renda com mais propriedade que os dados de pesquisas domiciliares tradicionalmente usados em estudos sobre pobreza e desigualdade. Assim, podemos pensar os critérios para declaração do Imposto de Renda como uma espécie de linha de riqueza que permite identificar os residentes no país com maior poder de compra seguindo as regras tributárias vigentes”, disse o economista Marcelo Neri no documento que acompanha o estudo.
Além disso, o ranking geral também mostra que seis das dez profissões melhor remuneradas estão relacionadas ao serviço público.
“Precisamos fazer a reforma administrativa, os dados também ajudam a vislumbrar as melhores possibilidades da reforma tributária sobre o Imposto de Renda Pessoa Física”, afirma o chefe da pesquisa.