Economia

FÁBRICA DE FERTILIZANTES

Petrobras reserva mais de R$ 250 milhões para a retomada da UFN3

Valor representa 6,82% dos R$ 3,7 bilhões estimados pela estatal para colocar a unidade em funcionamento

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A Petrobras pretende investir R$ 252,3 milhões no ano que vem para retomar as obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN3), localizada em Três Lagoas. O valor representa 6,82% dos R$ 3,7 bilhões estimados pela estatal para colocar a unidade em pleno funcionamento, conforme dados apresentados pelo governo federal na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2025 – que fixa os investimentos – apresentada ao Congresso.

O uso desse recurso é reforçado pela declaração do diretor-executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, William França, sobre a previsão de que a diretoria da Petrobras, no primeiro trimestre de 2025, leve ao conselho de administração da estatal a proposta de retomada das obras da UFN3. 

A declaração foi dada em entrevista ao site Estúdio Eixos, durante o Congresso ROG.e, que ocorreu entre os dias 23 e 26 deste mês, no Rio de Janeiro, que debate sobre o segmento de energia.

“Estamos fechando estudos para que a gente possa voltar ao mercado e concluir, terminar, a complementação mecânica da UFN3, em Três Lagoas”, destacou o executivo.

“Contratamos uma empresa, não só em Três Lagoas como na Ansa [Araucária Nitrogenados S.A., unidade de fertilizantes localizada em Araucária, no Paraná] também, para a gente desibernar. Nós montamos uma equipe nossa, do refino, como fizemos também, como a engenharia fez na UFN3. Executou, onde nós perscrutamos, chamamos de due diligence, uma análise completa de inspeção das bombas, dos compressores, dos reatores de processo, as condições de integridade, para que a gente possa ter uma visão detalhada, aprofundada do que falta fazer, de quanto vai custar, de qual Capex [valor do investimento] é necessário para que a gente possa, fechando a viabilidade econômica, voltar a operar, no caso da Ansa. E no caso da UFN3, terminar o projeto”, explicou.

O diretor-executivo não descartou a possibilidade da UFN3 ter um parceiro: “Estamos conversando sobre parceiro”. Em seguida, afirmou que ainda não tem o diagnóstico. 

“No caso da UFN3, estamos finalmente terminando esse processo de valuation [avaliações] para que a gente possa então recalcular o estudo de EVTE [viabilidade técnica e econômica] do projeto”, completou. 
Depois, os dados serão encaminhados para análise do conselho sobre a retomada do projeto de conclusão, para “a complementação mecânica do projeto”. Segundo ele, a previsão é de que seja encaminhado ao conselho “até o primeiro trimestre do ano que vem”. 

PREVISÃO

 A previsão era de que o estudo de viabilidade técnica e econômica e o processo de licitação poderiam ser iniciados ainda neste ano para a unidade entrar em operação em 2028. 

No entanto, só com a aprovação do projeto de término da obra aprovado pelo conselho da Petrobras é que se torna possível o uso em 2025 dos R$ 252,3 milhões previstos na LOA. 

De acordo com a LOA, o órgão responsável pelos investimentos é o Ministério de Minas e Energia, por meio da Petrobras. O documento especifica que os R$ 252,35 milhões serão utilizados na “implantação de Unidade de Produção de Fertilizantes Nitrogenados, com capacidade produtiva de 1.223 mil toneladas ao ano de ureia e 70 mil toneladas por ano de amônia – no Estado de Mato Grosso do Sul”, com um custo total estimado em R$ 3,699 bilhões”.

Porém, o texto ainda depende de aprovação do Congresso Nacional, o que deve ocorrer até o fim deste ano. Embora haja somente agora esse recurso para investimento no orçamento da Petrobras, desde o ano passado está aprovado pelo Conselho de Administração da estatal um plano estratégico de investimentos de US$ 102 bilhões até 2028, incluindo a retomada das obras da UFN3. À época, a companhia anunciou que voltaria a produzir fertilizantes. 

A obra da Petrobras começou em 2011 e foi paralisada em dezembro de 2014, com 81% dos trabalhos concluídos. Na época, o valor orçado era de R$ 3,9 bilhões. Agora, o governo federal estima que serão necessários R$ 5 bilhões para produzir 3.600 toneladas de ureia e 2.200 toneladas de amônia por dia, impulsionando o uso do gás natural que vem da Bolívia ao consumir diariamente 2,3 milhões de metros cúbicos.

PROCESSO

A construção da UFN3 teve início em 2011, mas as obras foram interrompidas em 2014, por conta do envolvimento de integrantes do consórcio em casos de corrupção. Naquele ponto, a construção estava com cerca de 80% das obras concluídas. 

O processo para vender a UFN3 começou em 2018, que incluiu também a Araucária Nitrogenados (Ansa), localizada em Curitiba (PR). A venda conjunta tornou a concretização do negócio inviável.

Em 2019, a gigante russa de fertilizantes Acron chegou a um acordo para adquirir a unidade, mas a crise na Bolívia impediu a finalização do negócio. 
No ano seguinte, em fevereiro de 2020, a Petrobras lançou uma nova oportunidade de venda. No entanto, as negociações foram retomadas somente no início de 2022, com o mesmo grupo russo.

Já em 28 de abril de 2022, a Petrobras anunciou que a venda da fábrica para o grupo Acron não havia sido concluída. Ainda em 2022, a Petrobras relançou a oferta de venda da fábrica ao mercado. 

Finalmente, em 24 de janeiro de 2023, a estatal declarou o encerramento do processo de comercialização da unidade, gerando expectativas para o reinício das obras.

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LOTERIA

Resultado da Quina de ontem, concurso 6543, quinta-feira (26/09): veja o rateio

A Quina realiza seis sorteios semanais, de segunda-feira a sábado, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

27/09/2024 07h55

Confira o resultado da Quina

Confira o resultado da Quina Foto: Arquivo

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 6543 da Quina na noite desta quinta-feira, 26 de setembro, de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 2 milhões. Nenhum apostador acertou as cinco dezenas sorteadas e o prêmio acumulou em R$ 2,8 milhões.

  • 5 acertos - Não houve ganhadores;
  • 4 acertos - 78 apostas ganhadoras (R$ 4.078,46 cada);
  • 3 acertos - 4.095 apostas ganhadoras (R$ 73,98 cada);
  • 2 acertos - 89.881 apostas ganhadoras (R$ 3,37 cada);

Três apostas de MS - duas em Campo Grande e uma em Angélica - acertaram 4 dezenas e embolsaram R$ 4.078,46 cada. 

Confira o resultado da Quina de ontem!

Os números da Quina 6543 são:

  •  14 - 33 - 57 - 64 - 17

O sorteio da Quina é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Quina 6544

Como a Quina seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre no sexta-feira, 27 de setembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 6544. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Quina é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 5 dentre as 80 dezenas disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 2, 3, 4 ou 5 números.

Como apostar na Quina

A Quina tem seis sorteios semanais: de segunda-feira a sábado, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Ganham prêmios os acertadores de 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas cinco dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 24.040.016, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 7.507,50 a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 8.005, ainda segundo a Caixa.

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Economia

Governo antecipa dívida pública superior a 81% do PIB em 2026

Novas projeções colocam Brasil acima de um patamar de endividamento que a própria equipe econômica dizia estar afastado

26/09/2024 22h00

Palácio do Governo

Palácio do Governo Antônjo Cruz/ Agência Brasil

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Com a piora no resultado das contas públicas e o aumento na taxa de juros, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já vê a dívida bruta do governo acima de 81% do PIB (Produto Interno Bruto) a partir de 2026, último ano do atual mandato do presidente.

As novas projeções do Tesouro Nacional são maiores que as divulgadas pelo governo em abril, quando houve a mudança nas metas fiscais de 2025 em diante, e colocam o Brasil acima de um patamar de endividamento que a própria equipe econômica dizia estar afastado.

"Se nada for feito, ela poderia chegar [a 80% do PIB], mas esse cenário não vai acontecer", disse o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, em sua primeira entrevista no cargo.

De lá para cá, o governo regularizou o pagamento de sentenças judiciais represadas pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que contribuiu para a elevação da dívida, mas também ampliou despesas obrigatórias e pactuou a exclusão de gastos da meta de resultado primário --que, mesmo fora da conta, impactam o endividamento do país.

Nas estatísticas do Banco Central, a única vez em que a dívida bruta ficou acima de 80% do PIB foi durante a pandemia de Covid-19.

O governo enfrenta o ceticismo do mercado e de órgãos de controle por calcar boa parte de suas projeções de receitas em medidas incertas ou de fôlego único, que não terão o mesmo desempenho em anos seguintes (como o resgate de depósitos judiciais). Isso lança desconfiança sobre a capacidade de entregar uma melhora fiscal duradoura.

As projeções atualizadas da dívida pública não foram divulgadas pela equipe econômica na apresentação do Orçamento, realizada em 2 de setembro, embora a trajetória seja monitorada de perto pelos agentes econômicos por ser um dos principais indicadores de solvência do país.

A reportagem extraiu as estimativas das informações complementares à proposta de Orçamento de 2025, um documento com mais de 2.700 páginas enviado ao Congresso Nacional em 18 de setembro.

A nova projeção demonstra uma tendência contínua de crescimento da dívida no atual mandato, saindo de 74,4% do PIB em 2023 para 81,6% em 2026. O indicador ainda sobe para 81,8% do PIB em 2027, até recuar levemente a 81,5% no ano seguinte.

A dívida líquida, que desconta das obrigações do governo os créditos a receber e as reservas internacionais (uma espécie de poupança em dólares), também ficou maior.

Em resposta por escrito, o Tesouro disse que "houve um aumento no nível da DBGG [dívida bruta do governo geral], mas não em sua tendência", já que a estabilização da dívida deve ser alcançada entre 2027 e 2028.
O órgão atribuiu a revisão dos números "principalmente à mudança no cenário de taxa de juros", que apontou uma Selic em média 1,2 ponto maior entre 2024 e 2026 do que no cenário adotado como premissa em abril.

Mas a projeção também foi influenciada pelas estimativas fiscais deste ano, segundo o Tesouro. O dado de abril considerava o déficit de R$ 9,3 bilhões apontado em março, enquanto o Orçamento incorporou o déficit de R$ 57,5 bilhões calculado em julho.
Na semana passada, o governo atualizou a projeção novamente e previu um rombo ainda maior, de R$ 68,8 bilhões, o que tende a levar as projeções da dívida para a casa dos 82% do PIB no futuro.

A escalada da dívida para o patamar acima de 80% já foi considerada no passado, em estudos do próprio Tesouro, como insustentável para um país com as características do Brasil. A volta do grau de investimentos pelas agências de classificação de risco, que o Brasil perdeu durante o governo Dilma Rousseff (PT), também fica mais distante.

Especialistas afirmam que não há um número mágico a partir do qual a dívida se torna um problema muito grande, mas avaliam que o cenário se mostra desafiador.

"Quando a dívida é crescente e num nível relativamente alto, como é o nosso caso, é uma fonte de vulnerabilidade. O governo é dependente do mercado financeiro para financiar a dívida pública", diz o economista Manoel Pires, coordenador do Centro de Política Fiscal e Orçamento Público do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Segundo ele, à medida que a dívida pública aumenta, o governo também precisa ampliar seu esforço de superávit primário para estabilizá-la, cortando despesas ou elevando receitas.

Pires também ressalta que uma parcela considerável da dívida vence no curto prazo, o que gera uma pressão no mercado, eleva as taxas de juros cobradas no refinanciamento e realimenta a própria dinâmica da dívida.

O aumento nas taxas também afeta a estrutura de juros da economia, o que encarece e atrapalha investimentos do setor privado. Segundo ele, as projeções sinalizam uma preocupação para a trajetória econômica do país no futuro.

As novas estimativas do governo podem ser consideradas otimistas, dado que consideram um resultado primário no centro das metas estipuladas para o período 2025-2028. Em 2024, no entanto, o governo tem entregado uma execução perto da margem inferior da regra, que permite um déficit de até R$ 28,8 bilhões (sem contar despesas fora da meta).

Se essa tendência se mantiver, significará um resultado efetivo pior em até 0,25% do PIB ao ano. Em quatro anos, isso daria uma diferença de 1% do PIB a mais na projeção de endividamento.

O economista Cláudio Hamilton, coordenador de Finanças Públicas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), diz que as projeções de dívida são muito sensíveis aos parâmetros econômicos adotados, como crescimento do PIB e taxa de juros, e é normal haver revisões.

Ele afirma, porém, que o principal motor para reduzir o endividamento do país é o superávit primário, que tem sido uma "questão desafiadora" para o governo. "Não quer dizer que não vai aumentar [o superávit], mas o governo tem tido dificuldades em fazer isso", diz.
Ele ressalta que medidas como a revisão de gastos são bem-vindas, mas não são suficientes para conter as grandes tendências, como o avanço de gastos previdenciários e assistenciais.

"Isso vai colocar uma pressão. É impossível ter superávits crescentes? Não, mas precisa cortar outras despesas, ou aumentar receitas. Mas aumentar receitas passa pelo Congresso. É uma escolha da sociedade", afirma Hamilton.
 

*Informações da Folhapress 

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