Economia

ESTIAGEM HISTÓRICA

Por falta de água no rio Paraguai, transporte de minérios cai 38%

Na régua de Ladário, rio amanheceu nesta terça-feira com 3,2 metros abaixo da média histórica para esta época e em três semanas embarques terão de ser suspensos

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Por causa do baixo nível do rio Paraguai, que nesta terça-feira amanheceu com apenas 1,21 metro na régua de Ladário, o transporte de minérios e soja nos quatro primeiros meses do ano caiu 47% na comparação com igual período de 2024. Os embarques de minérios, o principal produto que desce pelo rio, caiu 38% e está prestes a acabar.

No primeiro quadrimestre do ano passado, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (17) pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), foram embarcados 2,44 milhões de toneladas. Neste ano, apenas 1,29 milhão. 

A principal retração, de 75,6%, ocorreu nos embarques de soja, que são feitos em Porto Murtinho. Nos primeiros quatro meses de 2023 foram exportados 412,3 mil toneladas pelo terminal, o que equivale a cerca de 8,5 mil carretas. Neste ano, o volume foi de apenas 100 mil toneladas, ou duas mil carretas.

Boa parte desta retração deve-se ao desinteresse das indústrias argentinas pela soja brasileira, já que neste ano o país vizinho voltou a ter safra normal e a produção local deu conta de abastecer as esmagadoras instaladas ao longo da hidrovia. No ano anterior a estiagem havia provocado quebra na safra e por isso os embarques em Porto Murtinho dispararam.

No caso dos minérios, a queda é um pouco menor, de 38%. No ano passado as empresas que operam a partir de Ladário e Corumbá escoaram 1,93 milhão de toneladas no primeiro quadrimestre, ante 1,18 milhão neste ano. 

E esta queda ocorreu porque o nível do rio demorou a subir. Em anos aneriores, os embarques podem ser retomados a partir do começo de fevereiro. Neste ano, porém, somente em abril a água chegou a um metro, o que obrigou as empresas a retardarem a retomada dos embarques, que haviam parado em novembro. 

COM OS DIAS CONTADOS

Porém, por causa do baixo nível do rio, o transporte está nos seus últimos dias, uma vez que nos últimos 18 dias o rio baixou 20 centrímetros. Em média, nesta época do ano o Paraguai está em 4,4 metros na régua de Ladário. Agora, está 3,2 metros abaixo disso. 

O pico deste ano foi de apenas 1,47 metro, um dos mais baixos da história. No ano passado, chegou 4,24 metros e o transporte de minérios e soja foi possível até o final de novembro. Agora, com queda de um centímetro por dia, as barcaças terão de parar já na primeira semana de julho.

Isso porque o transporte a pleno vapor só é possível quando o nível está acima de 1,5 metro em Ladário, depois disso, as embarcações com minério já começam a descer com parte da carga. Porém, depois de fica abaixo de um metro, o transporte é suspenso, já que existem três grandes bancos de areia entre Ladário e Porto Murtinho que impedem a passagem dos comboios. 

Segundo o professor e estudioso do comportamento do nível do Rio Paraguai, Carlos Padovani, da Embrapa Pantanal, a menor cheia desde 1900, quando começaram as medições, ocorreu em 1971, ano em que a máxima foi de apenas 1,11 metro. 

Antes disso, em 1964, o pico havia ficado em apenas 1,33 metro. Na maior cheia que se tem registro ocorreu em 1988, quando o rio chegou a 6,64 metros em Ladário.  

A pior seca do rio foi registrada em 1964, quando o nível caiu para 61 centímetros abaixo de zero no local de medição de Ladário. Depois disso, em 2021, a régua no mesmo local chegou a registrar 60 centímetros abaixo de zero. E, seguindo o atual ritmo de queda, é possível que fique abaixo disso, a não ser que ocorram chuvas atípicas nos próximos três meses. 

INVESTIMENTO MILIONÁRIO

Atvos dá mais um passo para implantação de usina de biometano em MS

Empresa do setor sucroalcooleiro entrou com pedido de licença para ampliação e instalação da unidade produtora de biometano a partir de resíduos de cana-de-açúcar, que terá investimento de R$ 350 milhões

19/09/2024 17h29

Indústria de Nova Alvorada será ampliada para produção de biometano

Indústria de Nova Alvorada será ampliada para produção de biometano Reprodução/Divulgação

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A Atvos, usina sucroalcooleira com três unidades em Mato Grosso do Sul, entrou com pedido de uma licença de ampliação e instalação do projeto de uma unidade produtora de biometano da Usina Santa Luzia, situada em Nova Alvorada do Sul.

Será o segundo projeto de implantação de biometano do setor sucroenergético a partir dos resíduos de cana-de-açúcar e vinhaça, com investimento previsto de R$ 350 milhões, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.

Ainda segundo o secretário, a capacidade instalada de produção seria de 28 milhões de metros cúbicos de biometano.

A diretoria da Atvos se reuniu nessa quarta-feira (18) com Verruck, com o assessor de investimentos e secretário-executivo de Qualificação Profissional, Esaú Aguiar, e o diretor-presidente do Imasul, André Borges, para tratar sobre a licença.

Inicialmente, o biometano é utilizado para a conversão das frotas da usina Santa Luzia e da usina Eldorado.

"É um projeto robusto, e será o maior projeto deste tipo já instalado no Estado, que irá permitir inclusive a colocação de produtos de venda de biometano para o mercado. Então, é um volume significativo para em termos de produção do biometano e que pode ser colocado à venda", explicou o secretário.

Verruck informou que o Estado já manifestou interesse em adquirir biometano através da MSGás, que lançou um edital de aquisição de biometano.

"Eu tenho destacado que o biometano, na verdade, pode ser distribuído na mesma estrutura de gás natural e também ser usado para substituição de veículos a diesel", afirmou.

O secretário ressaltou também que há planos de substituir os caminhões que hoje operam com diesel e podem passar a operar com biometano.

Como forma de estimular a produção de energia limpa, o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou, em abril deste ano, a redução do ICMS do biometano, de 17% para 1,8%.

Usinas

Atualmente, a Atvos têm  três empreendimentos em Mato Grosso do Sul, sendo:

  • usina Eldorado, localizada no distrito de Ipezal, em Angélica;
  • usina Santa Luzia, no município de Nova Alvorada do Sul;
  • Unidade Agroindustrial de Costa Rica.

Juntas, as usinas são responsáveis por esmagar aproximadamente 11 milhões de toneladas de cana-de-açucar por safra.

Em Nova Alvorada do Sul a planta da Atvos opera com capacidade para moer 5,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, dos quais são produzidos 498 milhões de litros de etanol, suficiente para movimentar 9 milhões de carros compactos, aponta a companhia. 

Ainda, a Atvos ressalta que essa capacidade cogera o equivalente a  376 GWh de energia elétrica limpa, sendo que a companhia ainda possui os seguintes polos: 

Com a implantação da nova unidade no município, em uma área de 150 mil metros quadrados, a fábrica usará os resíduos que sobram na cadeia produtiva da cana (vinhaça e torta de filtro).

Empreendedorismo

Governo lança cartão de crédito e débito para MEIs

Iniciativa atinge mais de 14 milhões de microempreendedores

19/09/2024 10h30

Novo cartão MEI reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios

Novo cartão MEI reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios Foto: Gerson Oliveira

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O governo federal lançou, na última segunda-feira (16), o Cartão MEI, uma novidade que promete oferecer uma série de benefícios para os Microempreendedores Individuais (MEIs). 

O Cartão MEI foi inicialmente disponibilizado pelo Banco do Brasil, mas o governo pretende ampliar a oferta do serviço com a adesão de outras instituições financeiras em breve. O objetivo é garantir que os mais de 14 milhões de microempreendedores do país tenham acesso a essa solução, que reúne crédito, capacitação e incentivos para formalização de novos negócios.

Com a iniciativa, o governo federal busca promover o crescimento sustentável dos pequenos empreendimentos, uma ação que se alinha às políticas de recuperação econômica, especialmente no cenário pós-pandemia.

Vantagens do Cartão MEI

Sem cobrança de anuidade, o novo cartão combina funcionalidades de crédito e débito. Além disso, o cartão conta com um design exclusivo e um QR Code que facilita o acesso ao Portal do Empreendedor, onde é possível obter informações e realizar serviços essenciais.

Entre os principais benefícios do Cartão MEI, estão:

  • Isenção de anuidade;
  • Parcelamento de compras à vista;
  • Opção de parcelar faturas;
  • Centralização do pagamento de contas e boletos.

Como se tornar MEI

Para quem deseja formalizar seu negócio como MEI, é necessário atender a alguns requisitos básicos:

  • Não possuir sócios na empresa;
  • Não ser proprietário de outra empresa;
  • Não participar como sócio ou administrador em outro empreendimento.

O processo de abertura do MEI é simples e pode ser realizado de forma online, através do Portal do Empreendedor. Confira o passo a passo para formalizar o seu negócio:

  1. Acesse o Portal de Serviços do Governo Federal (Plataforma gov.br);
  2. Se ainda não possuir, crie uma senha para acessar o sistema;
  3. Verifique se a atividade exercida é permitida para MEIs;
  4. Se a atividade for elegível, clique em "Quero ser MEI" e, em seguida, "Formaliza-se";
  5. Preencha o cadastro online.

Documentos necessários para abrir um MEI

Para abrir um MEI, é necessário ter em mãos os seguintes documentos:

  • CPF;
  • Título de eleitor;
  • CEP residencial e do local onde a atividade será exercida;
  • Número das duas últimas declarações do Imposto de Renda;
  • Número de celular ativo.

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