A cesta básica em Campo Grande atingiu o 4° maior valor entre as capitais do Brasil. A Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos informa que de dezembro de 2023 a dezembro de 2024, o valor acumulado foi de 10,41%, ficando atrás apenas de João Pessoa (11,91%), Natal (11,02%) e São Paulo (10,55%).
Entre os principais itens que colaboraram para o aumento, a carne bovina foi o grande destaque, nos últimos 12 meses, o valor aumentou em todas as cidades pesquisadas, com destaque para Campo Grande (29,90%), Goiania (29,05%), Fortaleza (28,06%), São Paulo (27,05%), Florianópolis (25,69%), Brasília (24,04%) e Salvador (22,58%).
A maior demanda externa e interna, tanto pelos consumidores quanto pelos frigoríficos, e as restrições climáticas (estiagem e queimadas), que prejudicaram a formação dos pastos, provocaram o aumento do preço da carne no varejo.
Conforme levantamento realizado pelo Correio do Estado em dezembro, um exemplo foi o corte nobre do churrasco brasileiro, a picanha que teve um aumento expressivo nos últimos meses na Capital, chegando a ser comercializada por R$115,98 o quilo em casas de carne. Na comparação com setembro do ano passado, o preço do corte mais que dobrou, saindo de R$ 56 para R$ 115,98 – alta de 105,41%.
Em segundo lugar, o pão francês aparece com um aumento de 8,75%. Ao todo, 14 cidades tiveram aumento, em João Pessoa, o preço não variou. Houve queda em Aracaju (-4,61%) e Recife (-0,45%), a justificativa foi de que grande parte da farinha para produção foi importada e a alta do dólar pressionou os custos, elevando o preço do pão francês no varejo.
O conjunto de bens alimentícios básicos também apresentou maior custo em algumas capitais, entre elas, Campo Grande (R$ 770,35) - ou seja, o valor da cesta básica para uma família com quatro pessoas é de R$ 2.311,05 - São Paulo (R$ 841,29), Florianópolis (R$ 809,46), Porto Alegre (R$ 783,72), Rio de Janeiro (R$ 779,84).
Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde são pesquisados 12 produtos (um a menos que nas demais capitais), Aracaju (R$ 554,08), Salvador (R$ 583,89) e Recife (R$ 588,35) registraram os menores valores médios
Cesta x salário mínimo
No último mês de 2024, o tempo médio necessário para comprar os produtos da cesta básica em âmbito nacional, a média foi de 109 horas e 23 minutos, comparado ao mês de novembro (107 horas e 58 minutos), houve um aumento de 2 horas e 35 minutos.
Já em relação ao salário mínimo líquido - aquele que têm desconto referente à Previdência Social - o trabalhador precisava comprometer 53,75% do rendimento em dezembro de 2024, já no mesmo período do ano anterior, a média era de 53,59%.
Em Campo Grande, a jornada de trabalho necessária para comprar uma cesta básica na capital morena em Dezembro foi de 120 horas e 02 minutos – redução de 19 minutos na jornada em comparação ao mês de Novembro.
Itens
Além dos itens citados, o café em pó (8,36%), o óleo de soja (7,06%), e a carne bovina (5,83%) mantiveram as altas registradas no undécimo mês do ano de 2024. Café e óleo registraram altas ao longo de 9 meses no ano, enquanto a carne registrou altas em 8 meses, o que ajuda a entender o porquê destes alimentos registrarem as variações mais expressivas em 12 meses: 58,69%, 39,31% e 29,90%, respectivamente.
Itens como: Tomate (-7,93%), banana (-2,50%), leite de caixinha (-2,27%), manteiga (-0,60%). e feijão carioquinha (-3,39%) registraram as maiores retrações de preços em Dezembro de 2024.
No acumulado de 12 meses, Tomate (-36,79%) e Feijão (-5,14%) tiveram quedas de preços, ao contrário de banana (2,54%), leite (15,33%) e manteiga (9,57%), que acompanharam as variações do insumo.