Economia

SETOR ELÉTRICO

Privatização da Eletrobras pode ajudar no crescimento da matriz renovável

Governador de MS aponta que a demanda estadual para a ampliação da fonte solar e hidráulica deve ser atendida

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O Tribunal de Contas da União (TCU) deu aval à privatização das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), e a estatal agora corre contra o tempo para terminar o processo ainda neste primeiro semestre. De acordo com o governo de Mato Grosso do Sul, a desestatização pode ajudar no crescimento das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e energia solar.  

No ano passado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pediu em agenda que houvesse um estímulo à geração de energia limpa incluída na proposta de privatização.  

“[O pedido] é sobre PCHs e geração solar, aumentar as energias renováveis. E a informação é de que está contemplada, a empresa ganhadora vai ter como prioridade esses investimentos que foram elencados em audiência pública pelos estados brasileiros”, disse Azambuja em agenda na manhã de ontem (19).  

Na mesma agenda, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, disse que a ação será positiva para o Brasil como um todo.

“A gente acredita que tem de privatizar a Eletrobras, porque para o Brasil crescer nós precisamos melhorar o sistema de distribuição de energia elétrica, e com a privatização isso vai acontecer”.  

De acordo com o doutor em Economia Michel Constantino, o que os primeiros relatórios mostram é que a empresa pública não consegue realizar os investimentos necessários para tornar o País competitivo e com energia limpa.  

“A privatização vai amarrar investimentos para melhorar esse cenário e, assim, permitir uma nova matriz energética que some energia eólica, energia de hidrogênio verde e redução do uso de combustíveis fósseis, como preveem os países mais aptos ao meio ambiente”, analisa o economista.

PROCESSO

A Eletrobras é a maior companhia do setor de energia elétrica do Brasil. Apesar de ser uma sociedade de economia mista e de capital aberto, a empresa é estatal porque o governo brasileiro é dono da maior parte.

A desestatização será realizada por meio do aumento de capital da empresa. Novas ações da companhia serão lançadas na Bolsa de Valores, reduzindo a participação do governo federal, para, no máximo, 45% – atualmente, a União detém cerca de 60% do capital.

Para concluir o processo, o governo terá de seguir alguns trâmites burocráticos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Securities and Exchange Commission (SEC) para que a oferta de ações seja concluído.

Conforme avaliação do mercado, a desestatização deve movimentar R$ 67 bilhões ao longo dos próximos anos, dos quais R$ 25,3 bilhões vão direto para o caixa do governo.

IMPACTO

De acordo com a análise do mercado uma possível redução na conta de luz seria pequena e temporária, e somente nos primeiros anos, de no máximo 3%. Outras vertentes falam em aumento na conta de luz para o consumidor.

“O efeito da desestabilização de uma empresa nacional é igual para todo o País”, aponta o doutor em Economia Michel Constantino.  

“Seja Mato Grosso do Sul, Acre ou Rio Grande do Sul, teremos impacto. Afirmar que teremos aumento da conta de luz pela desestabilização é bem prematuro e irresponsável, mas não podemos também afirmar que vai cair o valor”.  

“Para avaliar o impacto nos preços, vai depender da forma que será realizado o processo, seja de distribuição, estrutura de mercado e competição”, avalia Constantino.  

A Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch) explica que a lei que estabelece a desestatização da Eletrobras estipula a contratação mínima de 50% da demanda da energia declarada pelas distribuidoras nos leilões A-5 e A-6, proveniente de centrais hidrelétricas de 50 megawatts (MW), até atingir 2.000 MW.

Ao alcançar os 2.000 MW, o porcentual reduz para 40% da demanda declarada nos leilões A-5 e A-6 realizados até 2026.  

Com isso, o segmento tem a perspectiva de aumentar o número de PCHs e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) em 30% para atender o consumo, se a diretriz for respeitada.

Segundo Paulo Arbex, presidente da Abrapch, “as PCHs foram esquecidas nos últimos leilões realizados em detrimento da contratação de térmicas fósseis caras e poluentes”.

O executivo comenta ainda que o Brasil corre o risco de dispensar energia renovável e de melhor preço para consumir carvão, em virtude das estratégias mal planejadas de se optar por termelétricas, por isso defende a desestatização da Eletrobras.

CONTRÁRIOS

Quatro ações judiciais contra a privatização da Eletrobras foram ajuizadas na quarta-feira (18) em justiças federais de estados do Nordeste (Alagoas, Bahia e Paraíba) e no Supremo Tribunal federal (STF), conforme informações do Correio Braziliense.

As ações foram impetradas por parlamentares do Partido dos Trabalhadores e dirigentes sindicais, representados pela Advocacia Garcez, com apoio da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

As ações contra a venda da Eletrobras questionam e contestam questões relativas a impactos tarifários, transparência de informações e contratos de concessão.  

O mandado de segurança impetrado no STF argumenta que o Ministério de Minas e Energia (MME) não cumpriu devidamente determinações relativas à publicidade dos processos.

SAIBA

O governo espera concluir o processo de privatização no fim do primeiro ou início do segundo semestre, porque acredita que os investidores ainda terão interesse nos papéis da companhia. Depois disso, a preocupação é que a incerteza com a eleição presidencial deste ano tire o apetite dos investidores. 

Eventos externos, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e a alta dos juros nos EUA, também podem reduzir o interesse dos investidores.

RELAÇÃO INTERNACIONAL

Pecuaristas de MS rechaçam boicote do Carrefour à carne e pedem retratação

Governador também condena decisão da multinacional francesa e defende a imagem do agronegócio sul-mato-grossense

22/11/2024 08h30

A carne bovina representa 11% da pauta de exportações de MS

A carne bovina representa 11% da pauta de exportações de MS Foto: Gerson Oliveira

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O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa deixará de comercializar carnes provenientes de países do Mercosul, e a declaração do francês trouxe indignação aos pecuaristas e aos governantes de todo o Brasil. 

Os representantes do agronegócio de Mato Grosso do Cul condenaram as afirmações e acreditam que o dirigente da multinacional francesa precisa se retratar com os produtores do Mercosul.

O governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou ontem que é um “absurdo” a declaração e o boicote à carne nacional. “Esse é o tipo de coisa que a gente quer combater, esses absurdos comerciais que transportam a relação para algo negativo”, disse o governador.

O titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, corroborou que a decisão foi totalmente política, demonstrando uma ação privada de um determinado grupo e estabelecendo restrições comerciais ao Brasil.

“É uma decisão individual que pode gerar [um efeito dominó para] que outras empresas também façam o mesmo, para proteger o mercado europeu. Mas ela é totalmente descabida sob o ponto de vista das relações comerciais e diplomáticas entre os países”, afirmou Verruck ao Correio do Estado.

O efeito para Mato Grosso do Sul, segundo o secretário, é de que toda vez que há uma limitação de um determinado mercado, mesmo que seja de uma empresa só, há uma restrição do mercado como um todo. “Então é prejudicial, não vai ter nenhuma queda imediata em termos de preço, mas demonstra que toda essa política do Brasil de buscar ampliação de seus mercados pode ter restrições individuais do setor privado. Realmente é lamentável”, opinou.

PECUARISTAS

Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, esse embargo é um ato “meramente ideológico”, não tendo “nenhum motivo razoável” para impor tais restrições à carne produzida no Mercosul.

“O Brasil já se consolidou entre os principais produtores de proteína animal do mundo, garantindo a segurança alimentar de numerosas populações espalhadas pelos mais de 160 países com os quais mantemos estreitos laços comerciais, inclusive da União Europeia [UE]. A Acrissul reforça, portanto, o compromisso do agro brasileiro com a qualidade, a sanidade e a sustentabilidade dos alimentos, fatores que têm sido considerados pelo mercado global para comprar e consumir a carne brasileira, o que atesta a sua qualidade. É preciso respeito às normais internacionais, e o Brasil tem feito a sua parte”, ressaltou em nota oficial.

Segundo o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore (Nelore-MS), Paulo Matos, a entidade repudia a declaração e destaca ainda a irrelevância da França no mercado brasileiro. 

“A França comprou 0,002% do total embarcado pelo Brasil neste ano. Porém, por outro lado, a UE tem uma importância maior para a exportação de carne bovina do Brasil, apesar de ainda ser modesta, com cerca de 2,2% dos embarques. Isso mostra que, mesmo com a insignificância da exportação francesa, essa declaração atinge a moral do produtor rural brasileiro, fazendo que outras empresas possam questionar a qualidade da proteína produzida aqui”, avaliou o representante dos pecuaristas.

Para Matos, a tentativa de desqualificar a carne produzida no Brasil cria um embaraço comercial entre os países do Mercosul. “Os criadores brasileiros exigem respeito, pois a declaração foi feita de maneira irresponsável e sem respaldo científico que justificasse tal decisão. A Nelore-MS aguarda a manifestação de reparo tanto do Carrefour Brasil como da França”, frisou.

A carne bovina representa 11% da pauta de exportações de MSEscreva a legenda aqui

EXPORTAÇÕES

Atualmente, a carne bovina é o terceiro produto da pauta de exportações de Mato Grosso do Sul e representa 11% de tudo que o Estado envia para outros países.

Conforme os dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), de janeiro a outubro, foram enviadas 215,8 mil toneladas de carne bovina do Estado para o exterior – uma alta de 38,3%, ante as 156 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2023.

No comparativo do volume negociado no período, a variação é de 37,3%, considerando que neste ano o volume negociado chegou a US$ 1,014 bilhão, enquanto em nove meses de 2023 foram negociados US$ 738 milhões.

No recorte específico do país europeu, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Mato Grosso do Sul embarcou 106 mil toneladas de produtos para a França, resultando em US$ 48,8 milhões em negociações. 

Para o analista do mercado exterior Aldo Barrigosse, é preciso cautela no atual momento. “Isso é o que chamamos de barreira comercial, com a finalidade de proteção aos produtores de carne europeus. Isso é muito ruim para o mercado mundial, pois o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina. Porém, hoje o momento é de cautela para podermos tomar as medidas possíveis comercialmente. 

Observo que o presidente do Carrefour Brasil declarou que continuará comprando carne normalmente dos produtores brasileiros”, ponderou.

O CASO

Nesta quarta-feira, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou que a empresa deixará de comercializar carnes provenientes de países do Mercosul, como o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai.

Em uma carta destinada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores (FNSEA), e compartilhada em suas redes sociais, Bompard explicou que a decisão foi motivada pela insatisfação dos agricultores franceses. Eles protestam contra a proposta de acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reiterou a qualidade e o compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais.

“Diante disso, [a Pasta] rechaça as declarações do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, quanto às carnes produzidas pelos países do Mercosul. O Mapa lamenta tal postura, a qual, por questões protecionistas, influencia negativamente o entendimento de consumidores sem nenhum critério técnico que justifique tais declarações”, argumentou por meio de nota.

“O posicionamento do Mapa é de não acreditar em um movimento orquestrado por parte de empresas francesas visando dificultar a formalização do Acordo Mercosul-UE. O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, concluiu.

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LOTERIA

Resultado da Quina de ontem, concurso 6587, quinta-feira (21/11): veja o rateio

A Quina realiza seis sorteios semanais, de segunda-feira a sábado, sempre às 20h; veja quais os números sorteados no último concurso

22/11/2024 08h10

Confira o resultado da Quina

Confira o resultado da Quina Foto: Arquivo

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 6587 da Quina na noite desta quinta-feira, 21 de novembro de 2024, a partir das 20h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 10 milhões. Nenhuma aposta acertou os cinco números sorteados e o prêmio acumulou em R$ 11,4 milhões.

  • 5 acertos - Não houve ganhadores;
  • 4 acertos - 70 apostas ganhadoras (R$ 7.938,70 cada);
  • 3 acertos - 6.404 apostas ganhadoras (R$ 82,64 cada);
  • 2 acertos - 154.127 apostas ganhadoras (R$ 3,43 cada);

Confira o resultado da Quina de ontem!

Os números da Quina 6587 são:

  • 03 - 77 - 79 - 26 - 17

O sorteio da Quina é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Quina 6588

  • 03 - 77 - 79 - 26 - 17

Como a Quina seis sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na sexta-feira, 22 de novembro, a partir das 20 horas, pelo concurso 6588. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Quina é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 2,50 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 5 dentre as 80 dezenas disponíveis no volante, e fatura prêmio se acertar 2, 3, 4 ou 5 números.

Como apostar na Quina

A Quina tem seis sorteios semanais: de segunda-feira a sábado, às 19h (horário de MS).

O apostador deve marcar de 5 a 15 números dentre os 80 disponíveis no volante e torcer. Caso prefira o sistema pode escolher os números para você através da Surpresinha ou ainda pode concorrer com a mesma aposta por 3, 6, 12, 18 ou 24 concursos consecutivos com a Teimosinha.

Ganham prêmios os acertadores de 11, 12, 13, 14 ou 15 números.

O preço da aposta com 5 números é de R$ 2,50.

É possível marcar mais números. No entanto, quanto mais números marcar, maior o preço da aposta.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas cinco dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 24.040.016, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 7.507,50 a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 8.005, ainda segundo a Caixa.

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