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Riedel admite crise em MS e anuncia corte de 25% no custeio

Governo vai publicar decreto com detalhamento das ações e prevê economia de até R$ 800 milhões

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Em meio ao agravamento da crise fiscal que atinge Mato Grosso do Sul, o governador Eduardo Riedel (PSDB) anunciou um corte de despesas no governo estadual. O ajuste será feito por meio da redução de 25% no custeio da máquina pública, atingindo todas as secretarias, como forma de enfrentar a queda na arrecadação e manter o ritmo de investimentos estratégicos no Estado. O decreto de contingenciamento ainda não foi publicado.

Durante lançamento de obras e de eventos para o aniversário de Campo Grande, o governador falou que o plano no curtíssimo prazo é atuar sobre as despesas. 

“Estou publicando um decreto sobre contingenciamento, que é uma primeira medida de impacto, mas isso já está bem conversado com os secretários, cada um deles com a sua meta, com o seu objetivo, cortando algumas ações que não têm impacto direto na população, que seriam importantes, mas que não dá para fazer nesse momento”, afirmou Riedel.

A medida foi tomada diante de um cenário adverso, a arrecadação estadual desacelerou nos últimos meses, pressionada pela diminuição da produção industrial e pelas incertezas provocadas pela reforma tributária em discussão no Congresso Nacional. Somado a isso, houve uma grande redução da importação do gás natural da Bolívia, comprometendo também a receita proveniente do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal fonte de arrecadação do Estado.

Mesmo com o arrocho, o governo pretende manter os repasses para os municípios, especialmente os vinculados a grandes obras e convênios estratégicos. 

“Crise é crise e nós temos que atuar como tal para a gente poder diminuir a aplicação de recursos, o que não fere em nada grandes iniciativas ou ações estruturadas com os municípios principalmente, mas que a gente vai rever alguns valores que estavam previstos no orçamento”, reiterou o governador.

Apesar das dificuldades, o governador garantiu que o ajuste não afetará os investimentos em infraestrutura e políticas públicas, considerados estratégicos. 

“Seria muito fácil eu chegar e falar assim: a gente aplica mais de R$ 2,5 bilhões de investimento por ano. O mais fácil é cortar o investimento. Eu não quero fazer isso, porque isso faz Mato Grosso do Sul perder competitividade no longo prazo”, disse Riedel, destacando que o foco é preservar a capacidade de crescimento do Estado.

CORTE

O corte de 25% no custeio deve incluir despesas como combustíveis, energia, água, viagens, locações e contratos administrativos. Conforme adiantou o Correio do Estado no mês passado, as medidas poderão resultar em uma economia de R$ 800 milhões até o fim do ano, conforme estimativas do próprio governo estadual. A ordem é revisar todas as ações que não tenham impacto direto na vida da população e postergar projetos que, apesar de planejados, possam ser adiados sem prejuízo imediato.

“O corte é de agora para dezembro. A gente ainda está fechando esse desenho que não está pronto. A gente projeta algo em torno de R$ 500 milhões a R$ 800 milhões de redução de custeio no orçamento anual”, revelou o secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Rodrigo Perez, em entrevista ao Correio do Estado.

O vice-governador, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, ressaltou que o momento exige escolhas duras, mas necessárias. “Quando você vivencia uma crise como nós estamos vivendo, de incertezas na arrecadação, reforma tributária, e tarifaço, você tem dois caminhos: ou você aumenta impostos, ou você corta investimentos e despesas. O governo fez a opção de cortar despesas, de custeio do Estado. Entra a questão de combustível, energia, água. Ações que podem esperar, por exemplo, algumas concretizações, realizações que estavam previstas, elas podem esperar”, explicou.

Barbosinha reiterou que não haverá demissões, nem redução de pessoal. “Não [haverá] corte de pessoal, o Estado tem um tamanho adequado. Cortar o custeio significa manter os investimentos, esse é o desafio do Estado”, completou.

A perda de arrecadação também está diretamente ligada à queda na movimentação de gás natural, um dos motores da receita estadual na última década. Segundo o vice-governador, o volume consumido no Estado caiu de 30 milhões de metros cúbicos para cerca de 9 milhões de metros cúbicos.

“O gás que já representou 25% da receita, mais de dois terços diminuiu... Isso implica que o Estado tenha que tomar responsabilidade”, disse.

Ainda de acordo com o vice-governador, o decreto de contingenciamento vai detalhar que cada secretaria terá que identificar onde e como fazer os cortes. Embora a redução de 25% seja a meta geral, o porcentual pode variar conforme a estrutura orçamentária de cada pasta. 

“Obviamente que as secretarias não são tratadas com absoluta igualdade, porque você tem secretarias com volume menor de recurso, se você tirar 25% do custeio dela, você vai prejudicar o andamento da secretaria”, ponderou o vice-governador.

Entre as áreas atingidas estão saúde, educação, segurança pública e cultura. Ainda que essenciais, essas pastas também terão de rever contratos e postergar projetos. 

AJUSTES 

Desde o início do ano, o governo já vinha adotando medidas para conter despesas, como revisão de contratos, controle de viagens e suspensão de novos projetos com impacto orçamentário. No entanto, com a piora na arrecadação, as ações de ajuste se intensificaram nas últimas semanas.

A meta de R$ 800 milhões em economia corresponde a cerca de 10% do orçamento total de custeio previsto para o exercício de 2025. Embora expressivo, o corte ainda é visto pelo governo como uma etapa inicial.

Novas medidas podem ser adotadas ao longo do segundo semestre, a depender do comportamento da receita estadual.

A revisão de gastos pelo governo também é necessária por outros motivos, um deles é  o de equilibrar as contas, como, por exemplo, fazer com que o Estado volte a ficar abaixo do limite prudencial para gastos com pessoal, rompido no primeiro quadrimestre do ano.

O relatório resumido de gestão fiscal mais recente indica que Mato Grosso do Sul tem uma receita corrente líquida ajustada, conforme os critérios da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de R$ 20,63 bilhões, e despesas com pessoal de R$ 9,68 bilhões, o que corresponde a 46,92% da receita corrente líquida.

O limite prudencial de gastos com pessoal previsto pela LRF é de 46,55%, o equivalente, segundo as contas da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz), a R$ 9,6 bilhões. Ou seja, por R$ 80 milhões a mais em gastos com pessoal, considerando uma média ponderada de 12 meses, Mato Grosso do Sul ultrapassou o limite prudencial da LRF.

A própria Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026, aprovada recentemente, previa um aperto nas despesas por causa de um otimismo menor com o aumento de arrecadação e, também, de uma possível adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que pode resultar em contingenciamento em pleno ano eleitoral.

“A referida adesão poderá acarretar o contingenciamento de gastos”, afirmou Riedel à época, ao citar a limitação do crescimento de despesas na mensagem enviada à Alems.

Para 2026, o governo estadual estima uma receita total de R$ 23,86 bilhões, enquanto as despesas previstas no projeto da LDO chegariam a R$ 24,2 bilhões. Os valores não consideram as fontes de receita do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).

*Colaboraram Alison Silva e Tamires Santana

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IMPOSTOS

Alta renda adota novas estratégias para evitar IR de 10% em 2026

Antecipação de resultados, uso de holdings e engenharia societária ganham força antes da tributação de dividendos

16/12/2025 05h00

Advogado tributarista Vladimir Rossi Lourenço

Advogado tributarista Vladimir Rossi Lourenço Divulgação

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O outro lado da isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5 mil, que começará a valer em 2026, é a compensação dessa receita por meio da alíquota efetiva de até 10% para quem tem renda de mais de R$ 50 mil mensais ou a entrada em vigor do IR de 10% sobre a distribuição de dividendos das empresas.

As mudanças nas regras para o segmento considerado de alta renda têm mobilizado contadores e escritórios de advocacia neste fim de ano. Isso porque a nova tributação passa a valer a partir de 1º de janeiro do próximo ano.

Os advogados ouvidos pelo Correio do Estado recomendam cautela e afirmam que as estratégias para atenuar o recolhimento de impostos devem ser analisadas caso a caso.

O especialista em Direito Tributário Vladimir Rossi disse ao Correio do Estado que são muito limitadas as alternativas para driblar a alíquota efetiva de 10% para quem tem renda superior a R$ 50 mil, mas a limitação não significa que elas não existam.

A principal das alternativas usadas para atenuar o efeito da nova legislação tributária é a antecipação de dividendos pelas empresas.

“Para os anos anteriores a 2025, é possível estabelecer uma programação de distribuição desse lucro. A lei permitiu que eles possam ser distribuídos em 2026, 2027 e 2028 sem sofrer a tributação”, explica Vladimir Rossi.

Ele lembra, contudo, de outra incerteza embutida nessa estratégia. “Existem empresas que estão ingressando com mandado de segurança pelo fato de que não é possível saber o lucro antes do encerramento do exercício”, explica.

Segundo ele, esses dados só estarão disponíveis depois da elaboração e da publicação do balanço da empresa, que é feita nos primeiros meses do ano. “Por isso, essa data estabelecida [pela lei] é incompatível com essa sistemática”, analisa.
 

Rossi lembra que, durante a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, houve emendas que empurravam a data-limite para abril de 2026, no fim da temporada de balanços, mas elas não acabaram passando e ficaram fora do texto final da lei.

O advogado ainda lembra que muitas empresas estão entrando com mandado de segurança e algumas até já conseguiram liminares para que tenham a oportunidade de verificar o lucro a ser distribuído somente depois do fim do ano contábil.

“Ocorre que, para fugir disso, as empresas estão fazendo uma ata de distribuição sem apontar valores, para que seja possível distribuir os dividendos nos três anos subsequentes”, explica.

Lastro contábil

O advogado Samuel Miranda disse ao site especializado Brazil Economy que antecipar os dividendos é um movimento inteligente, mas faz um alerta. “Não basta transferir o dinheiro, é preciso um lastro contábil real”.

Entre as dicas para dar esse lastro estão a elaboração de um balanço intercalar bem elaborado, um Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE) atualizado e a ata formal de sócios aprovando a distribuição dos dividendos.

Sobre a antecipação dos dividendos, quem adotar a estratégia deve ficar atento ao Fisco financeiro: não antecipar mais do que o caixa da empresa suporta. “Distribuir lucro que não existe é contabilmente perigoso”, diz Miranda.

Engenharia societária

O advogado Reginaldo Santos disse ao Correio do Estado que a utilização de holdings tem sido uma tendência no momento. “A distribuição [dos dividendos] é tributada quando repassada à pessoa física, mas para a pessoa jurídica não é”, explica.

A holding, segundo Santos, passaria a realizar os investimentos do proprietário, explica o advogado sobre a estratégia que vem sendo adotada nessa “virada” de tributação sobre a alta renda.

Vladimir Rossi, ao comentar sobre as holdings, alerta para a natureza das despesas das pessoas jurídicas.

“É preciso ter cuidado com as despesas corriqueiras da pessoa física colocadas na pessoa jurídica. Vamos colocar escola, planos de saúde na pessoa jurídica? Tem de tomar cuidado, porque isso pode ser encarado como uma distribuição disfarçada de lucro e ser tributado também pela Receita”, disse.

Samuel Miranda, em entrevista ao Brazil Economy, lembrou da estratégia da diluição familiar na empresa. A isenção de R$ 50 mil mensais sobre o dividendo deve ser aplicada por beneficiário (CPF) e, por isso, ao aumentar o número de sócios, o montante tributável é diluído.

“É absolutamente legal incluir cônjuge ou filhos maiores na sociedade, mesmo com uma porcentagem pequena, como 1%, inserindo uma cláusula de distribuição desproporcional de lucros”.

Ele dá um exemplo prático: “Um empresário sozinho paga imposto sobre o que exceder R$ 50 mil. Se incluir o cônjuge, o casal pode retirar até R$ 100 mil mensais isentos [R$ 50 mil cada]”.

Miranda, contudo, ressalta que não adianta colocar os filhos menores como sócios, uma vez que a responsabilidade usufrutuária é dos pais, o que leva o Fisco a entender que se trata de renda do genitor.

Elisão ou evasão?

Miranda e Rossi alertam sobre a linha tênue em que se trafega ao lançar mão de algumas estratégias.

“A diferença entre elisão [legal] e evasão [crime] está no propósito negocial. Se você cria apenas uma estrutura para não pagar imposto, sem lógica empresarial, é simulação. Se há um propósito econômico verdadeiro, é planejamento legítimo”, lembrou Samuel Miranda.

Vladimir Rossi lembra do risco de o Fisco, no caso da antecipação de dividendos, classificar a operação como distribuição disfarçada de lucros.

“É muito difícil haver situações de elisão fiscal para driblar essa [nova] legislação”, analisou.

Advogado tributarista Vladimir Rossi Lourenço

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Loterias

Resultado da Super Sete de hoje, concurso 785, segunda-feira (15/12)

A Super Sete tem três sorteios semanais, às segundas, quartas e sextas, sempre às 21h; veja quais os números sorteados no último concurso

15/12/2025 20h17

Foto: Super Sete

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A Caixa Econômica Federal realizou o sorteio do concurso 785 da Super Sete na noite desta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, a partir das 21h (de Brasília). A extração dos números ocorreu no Espaço da Sorte, em São Paulo, com um prêmio estimado em R$ 500 mil.

Confira o resultado da Super Sete de hoje!

Os números da Super Sete 785 são:

Verifique sua aposta e veja se você foi um dos sortudos deste concurso.

  • Coluna 1: 5
  • Coluna 2: 2
  • Coluna 3: 4
  • Coluna 4: 9
  • Coluna 5: 2
  • Coluna 6: 9
  • Coluna 7: 8

O sorteio da Dupla Sena é transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal ofical da Caixa no Youtube.

Próximo sorteio: Super Sete 786

Como a Super Sete tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na quarta-feira, 17 de dezembro, a partir das 21 horas, pelo concurso 786. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Super Sete é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

Como jogar na Super Sete

Os sorteios da Super Sete são realizados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 20h (horário de MS).

O Super Sete é a loteria de prognósticos numéricos cujo volante contém 7 colunas com 10 números (de 0 a 9) em cada uma, de forma que o apostador deverá escolher um número por coluna.

Caso opte por fazer apostas múltiplas, poderá escolher até mais 14 números (totalizando 21 números no máximo), sendo no mínimo 1 e no máximo 2 números por coluna com 8 a 14 números marcados e no mínimo 2 e no máximo 3 números por coluna com 15 a 21 números marcados.

Há a possibilidade de deixar que o sistema escolha os números para você por meio da Surpresinha, ou concorrer com a mesma aposta por 3, 6,  9 ou 12 concursos consecutivos através da Teimosinha.

O valor da aposta é R$ 2,50.

Probabilidades

A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada.

Para a aposta simples, com apenas sete dezenas, que custa R$ 2,50, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 158.730, segundo a Caixa.

Já para uma aposta com 21 dezenas (limite máximo), a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 280, ainda segundo a Caixa.

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