Adquirir veículo financiado ficou mais caro com a nova taxa Selic, que aumentou os juros desse tipo de compra em cerca de 0,06% ao mês, conforme o economista Sérgio Bastos. O valor é confirmado pela tabela do Banco Central do Brasil (BCB), que ainda revela que esse tipo de aquisição pode chegar a ter acréscimo de até 0,83% na taxa de juros, dependendo da instituição financeira contratada.
Numa simulação, um carro que custa R$ 40 mil, se fosse financiado em 48 parcelas fixas, antes do aumento da Selic a juros de 1,99% ao mês (média praticada hoje) sairia, no final do contrato por cerca de R$ 78,2 mil. Com a atual taxa Selic, de 9,5% ao ano, o mesmo juro sobe para mais de 2,05% ao mês, fazendo com que o automóvel atinja R$ 79,5 mil depois de quitado.
“E, se a taxa Selic atingir os 11,5% previstos até o final do ano, comprar um veículo por meio de financiamento pode ficar muito mais salgado, chegando a quase R$ 84 mil”, calcula, revelando acréscimo de 7,4% frente ao valor quando a Selic ainda era 8,75% ao ano. Se os cálculos forem feitos em valores, os montantes significam acréscimos de R$ 1,3 mil com a Selic nos atuais 9,5% e R$ 5,8 mil com a possível Selic em 11,5%.
Bastos explica que a alta nos juros pode ainda ser maior, já que a Selic é apenas um dos cinco componentes que formam o índice e os bancos podem ainda aumentar os juros por conta de outros custos, questões operacionais, impostos e margem de lucro da instituição. “Não podemos atribuir todas as altas à Selic. Os bancos podem, na hora que quiserem, modificar suas tabelas de juros por diversos motivos que não sejam apenas a taxa”, aponta.
Isso explica a alta verificada pelo Banco Central nos juros de financiamentos de veículos, que vão desde os 0,06% apenas da Selic, até 0,83%, que inclui outros motivos não especificados pela instituição. O Banco Bradesco, por exemplo, teve, entre 13 de abril e 11 de maio, acréscimo de 0,17 pontos percentuais nesse tipo de financiamento. Já o HSBC registrou aumento de 0,14 pontos percentuais nos juros de financiamento automobilístico e o Banco Azteca do Brasil chegou aos 0,83% quando em abril seu índice para esse tipo de operação era de 5,95% ao mês e em maio passou para 6,78% ao mês. (AM)