Porto Alegre
O técnico Dunga foi avisado de sua demissão por meio de um telefonema do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, no início da tarde de domingo, poucas horas depois de desembarcar em Porto Alegre.
Tão logo soube que Dunga havia voltado atrás na decisão de deixar a seleção, Teixeira ligou de Johannesburgo para o treinador a fim de que o assunto não se arrastasse até seu retorno para o Brasil, que deve ocorrer na próxima semana, com o final da Copa do Mundo África do Sul. A conversa teria sido curta: o presidente da CBF se mostrou grato pelo trabalho, e não houve contestação. Além de Dunga e do assistente técnico Jorginho, estão destituídos de seus cargos o supervisor Américo Faria e o médico José Luiz Runco.
A CBF espera anunciar o novo treinador até o final deste mês. Os mais cotados no momento são Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, e Mano Menezes, do Corinthians. Nomes como Ricardo Gomes (São Paulo), Muricy Ramalho (Fluminense) e Leonardo correm por fora.
Logo após a derrota para a Holanda nas quartas de final, que culminou com a eliminação precoce do Brasil na África do Sul, o treinador chegou a dizer que não pensava em permanecer no comando.
Campanha
Na função de técnico, Dunga encerrou a sua passagem pelo time pentacampeão mundial com 40 vitórias, 11 empates e somente seis derrotas. Ele alcançou o aproveitamento de 76,6% e os títulos da Copa América e da Copa das Confederações.
Apesar dos números convincentes, Dunga naufragou nos principais objetivos. Além da perda da Copa do Mundo de 2010, o treinador fracassou na missão de trazer o título inédito das Olimpíadas, dois anos antes. Em Pequim, ele obteve a medalha de bronze depois da derrota para a Argentina na semifinal.