Esportes

CARTÃO VERMELHO

Suspeito de desviar R$ 6 milhões da FFMS, Cezário pode ser banido por até 10 anos

À frente da federação desde 1998, Francisco Cezário segue preso por participar de um esquema criminoso de desvio de verbas dentro da FFMS. Além dele, mais seis pessoas foram detidas.

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O presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, pode ficar afastado da entidade por até 10 anos em casos de má gestão financeira. A informação é prevista no estatuto da FFMS para casos de corrupção. O dirigente está preso desde a última terça-feira (21), após agentes do Gaeco cumprirem um mandado de prisão na Operação Cartão Vermelho.

A reportagem do Correio do Estado teve acesso ao estatuto da Federação para entender melhor o que pode acontecer com o futuro da entidade. Conforme descrito no Artigo 57, somente os associados à FFMS podem convocar uma Assembleia Geral para discutir o futuro da entidade e também a instauração de um procedimento que apure casos de má gestão do presidente.

Cezário está à frente da federação há 26 anos. Ele foi detido no início da semana, suspeito de fazer parte de um esquema criminoso que desviou valores acima de R$ 6 milhões de convênios da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, entre os anos de 2018 e 2023.


“Caso seja constatada a responsabilidade do presidente, o dirigente será considerado inelegível por dez anos para cargos eletivos em qualquer entidade desportiva profissional”, relata o artigo. 

Em outra parte do estatuto, conforme o Artigo 16, diz os seguintes termos: 

 

  • Clubes de time profissional e amador com, no mínimo, três anos de filiação – 2 votos (um para cada)
  • Clubes de time amador com, no mínimo, dois anos de filiação – 1 voto
  • Clubes de ligas municipais com, no mínimo, dois anos de filiação – 1 voto

Outro cenário, segundo o Código de Direito Desportivo, é acionar diretamente a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para uma possível intervenção na Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul.

Ainda de acordo com o estatuto, essa comissão pode afastar temporariamente Francisco Cezário e acionar o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para que nomeie um interventor independente.


Exemplos 

Um desses exemplos, aconteceu com o presidente da Federação de Futebol da Paraíba, Amadeu Rodrigues. Ele foi afastado da entidade em uma operação policial que investigava um esquema de corrupção no futebol paraibano.  Após acionar a CBF, o auditor do  Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Boson Gambogi, assumiu o cargo interinamente.

Caso um interventor seja escolhido pela Confederação Brasileira de Futebol, ele pode permanecer no cargo até 2027, quando termina o mandato de Francisco Cezário., ou convocar novas eleições em prazo estimado pela CBF. 

Cezário preso por corrupção 

O ex-prefeito de Rio Negro e presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, é um dos pelo menos cinco presos nna última terça-feira (21) durante a Operação Cartão Vermelho, que aponta o desvio de mais de R$ 6 milhões da Federação, somente entre 2018 e o ano passado. Na casa dele foram apreendidos mais de 800 mil reais. 

A justiça emitiu sete mandados de prisão e 14 de busca e apreensão e até o fim da manhã pelo menos cinco pessoas haviam sido presas e levadas à Cepol, delegacia do bairro Tiradentes. Francisco Cezário é advogado e por isso a detenção foi acompanhada por representantes da OAB. 

Policiais e promotores passaram a manhã inteira na sede da Federação de Futebol recolhendo documentos que podem dar mais embasamento às investigações feitas até agora, que se estenderam por um período de 20 meses, segundo nota do Gaeco. 

Ele está à frente da Federação faz cerca de três décadas e seu sétimo mandato está previsto para acabar em 2027. Em nota divulgada na manhã desta terça-feira pela assessoria do Ministério Público, ele e outros integrantes da Federação são acusados de fazer mais de 1.2 mil saques, sempre de até R$5 mil, para tentar driblar uma possível investigação nas contas da Federação. 
Parte do dinheiro desviado, segundo acreditam os investigadores, era repassado pelo governo estadual, que somente no ano passado liberou R$1,35 milhão para os campeonatos estaduais da Série A, Série B e para o futebol feminino. Em 2023, somente para o estadual da Série A, foram R$1,2 milhão. 

Além disso, a Federação também recebia repasses da CBF, cujos valores não aparecem na prestação anual de contas. Esta prestação de contas, por sua vez, mostrou que no ano passado a entidade fechou com prejuízo superior a R$218 mil. No ano anterior, em 2022, o rombo foi de R$492 mil. 


Familiares de Cezário estão entre os envolvidos no desvio milionário na FFMS

Os sobrinhos de Francisco Cezário de Oliveira, de 77 anos, estão entre os envolvidos na Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), na manhã de hoje (21), contra o desvio milionário dentro da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).

Conforme dados da investigação, Francisco Carlos Pereira, Valdir Alves Pereira e Umberto Alves Pereira são os sobrinhos de Cezário que estão sendo investigados. Outro preso durante a operação na manhã de hoje foi o filho de Umberto. O nome dele não foi divulgado, mas ele era responsável pelo setor financeiro.

Segundo informações do Gaeco, entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023, a investigação levantou que a FFMS desviou mais de R$6 milhões. Cezário foi eleito no ano passado e comandaria a entidade até 2027. Atualmente, está em seu sétimo mandato como presidente da federação.

Diante das informações, os agentes do Gaeco cumpriram 7 mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

Além de Cezário, o nome de Jamiro Rodrigues de Oliveira, vice-presidente da FFMS; Marco Antônio Tavares, vice-presidente e coordenador de competições da federação, que também consta como presidente da Federação de Tênis de Mesa; Aparecido Alves Pereira, delegado de jogos da FFMS; Rudson Bogarim Barbosa, que em publicação do site da entidade em 2022 constava como gerente da TI da FFMS, foram todos localizados pelo Gaeco para dar explicações.

 

 

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Economia

Selic deve subir em 0,25 ponto esta semana, e economistas aumentam projeção do PIB

Segundo o boletim Focus, o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%.

16/09/2024 21h00

Banco Central do Brasil

Banco Central do Brasil Arquivo

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Os analistas ouvidos pelo BC (Banco Central) esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) subirá a taxa básica de juros para 10,75% nesta semana. O comitê se reúne nesta terça-feira (17) e quarta-feira (18) para definir a nova Selic.

Segundo o boletim Focus, divulgado nesta manhã de segunda-feira (16), o mercado prevê que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual no patamar atual de 10,50%. Economistas ouvidos pela Folha apontam a mesma alta na taxa de juros.

Na semana passada, os economistas já haviam previsto esta elevação da Selic. O mercado também acredita que haverá mais aumentos até o fim do ano e espera que a taxa básica de juros termine o ano a 11,25%, mesmo patamar divulgado na semana passada. A expectativa da taxa de 2025 subiu para 10,50%, ante 10,25% da semana anterior.

O boletim também mostrou um aumento significativo na expectativa do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano. Os economistas aumentaram o crescimento econômico do país para 2,96%, uma subida de 0,28 ponto percentual em relação ao último levantamento.

A elevação deve ser reflexo do crescimento acima do esperado no segundo trimestre, que foi de 1,4% entre abril e junho, quando o mercado esperava alta de 0,9%. Os dados foram divulgados há duas semanas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia).

É a quinta semana consecutiva que a previsão do PIB aumenta para 2024. A ascensão começou em 19 de maio, quando o índice foi de 2,2% para 2,23%. Depois disso, ele subiu para 2,43%, 2,46%, 2,68% e, agora, 2,96%.

Outra previsão que subiu, mas pela nona semana seguida, foi a inflação, que saltou a 4,35%, contra 4,30% da semana anterior. O mercado também elevou a expectativa do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2025 (de 3,92% para 3,95%) e 2026 (3,6% para 3,61%).

Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se preocupa que a seca que assola parte do país deve aumentar "um pouquinho" a inflação, e a sua pasta já revisou a expectativa do índice neste ano para 4,25%, contra 3,9% anteriormente.

O dólar também está com uma previsão mais alta nesta segunda-feira, com os economistas projetando a cotação de R$ 5,40 para o término deste ano. Na semana passada, ele estava em R$ 5,35.

 

*Informação da Folhapress 


 

Preocupação

Crise financeira pode forçar o Comercial a deixar o futebol profissional

Com 12 títulos estaduais, nove dos quais conquistados após a divisão do estado em Mato Grosso do Sul, o Esporte Clube Comercial enfrenta problemas financeiros e pede socorro para cumprir seus compromissos.

16/09/2024 17h31

Com nove títulos sul-mato-grossense, o Comercial precisa de ajuda para se reerguer estruturalmente

Com nove títulos sul-mato-grossense, o Comercial precisa de ajuda para se reerguer estruturalmente Divulgação/ Hora MS

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Com dívidas milionárias e questões trabalhistas pendentes, o Esporte Clube Comercial, um dos maiores clubes do estado, está em busca de ajuda para evitar o encerramento de suas atividades no futebol profissional. Após uma derrota por 2 a 0 para o Águia Negra no Campeonato Sul-Mato-Grossense da Segunda Divisão, o presidente Cláudio Barbosa desabafou, afirmando que o clube precisa urgentemente de apoio financeiro para reestruturar a parte administrativa.

A situação financeira do Comercial é crítica, de acordo com o presidente do clube, Cláudio Barbosa. Com dívidas milionárias de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ultrapassando R$ 3 milhões, o "vermelhinho" enfrenta uma das piores crises financeiras de sua história, com questões trabalhistas impagáveis acumuladas desde a gestão de Walter Magnini até os dias atuais.

"Estamos com 35 dívidas trabalhistas que remontam a 2007, quando Walter Magnini contratou 25 atletas e não pagou ninguém. Outras dívidas vêm de 2009/2010 e de gestões anteriores, e os valores são surreais, impossíveis de quitar integralmente. Até perdemos a Vila Olímpica para a Justiça. A situação é interminável e preocupante. Se querem realmente ajudar o clube, é agora. Amigos e empresários comercialinos, ajudem o clube antes que fechemos de vez”, relatou em entrevista à Rádio Esporte MS.

Questionado sobre o futuro do Esporte Clube Comercial, o presidente Cláudio Barbosa é enfático ao afirmar que a mentalidade atual é transformar o clube, nove vezes campeão estadual, em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol).

“Somente a SAF mesmo que garantimos o pagamento desta dívida”, lamentou. 

Com nove títulos sul-mato-grossense, o Comercial precisa de ajuda para se reerguer estruturalmente (Foto: Rodrigo Moreira/FFMS)

 


Qual é o futuro do clube? 

Além das numerosas dívidas, atualmente impagáveis, o Esporte Clube Comercial também precisa cumprir suas obrigações esportivas. O clube, que foi rebaixado na temporada de 2023 do Campeonato Sul-Mato-Grossense, mergulhou em um poço sem fim.

Após a queda, o clube direcionou suas atenções para o futebol de base, garantindo estrutura de treinamento no Tênis Clube de Campo Grande e alojamento para os jovens atletas. No entanto, o grande problema é financeiro: assegurar que os garotos permaneçam no clube e que o Colorado consiga pagar alimentação e transporte para eles.

Sem sucesso na base, o Esporte Clube Comercial se viu pressionado no início deste ano a reforçar o elenco para tentar voltar à elite do futebol de Mato Grosso do Sul.

O Colorado anunciou no dia 13 de agosto a contratação de 17 jogadores, incluindo algumas peças conhecidas no futebol sul-mato-grossense, como o goleiro Rodolpho, o meia Juninho Pavi e o lateral Lucas Paulista, entre outros nomes experientes.

Infelizmente, o clube não conseguiu o resultado que tanto almejava. Em dois jogos pelo estadual da Série B, o "vermelhinho" perdeu as duas partidas e afundou na última colocação da tabela.

Como o campeonato estadual da Segunda Divisão é curto, a pressão aumentou. Na manhã de ontem (16), o analista de desempenho Murilo Santos, o preparador de goleiros Michel Correia e o preparador físico Henrique Fortes entregaram seus cargos.

“Temos um compromisso com a Série B e precisamos cumpri-lo. Mesmo com duas derrotas, acredito que conseguiremos o acesso e estamos em busca de nomes para preencher as lacunas na comissão técnica”, relatou o presidente Cláudio Barbosa ao Correio do Estado.

Para colocar o time em campo e bancar salários, luvas e custos de viagens, o Comercial precisa de R$ 800 mil para fechar o mês.

“O campeonato é de quatro meses e preciso de R$ 800 mil para conseguir cumprir os compromissos. Caso não consigamos o acesso, vamos ter que dar mais atenção à base e nos afastar de vez das competições profissionais”, explicou ao Correio do Estado.

Apesar dos esforços para cumprir os compromissos atuais, o futuro permanece uma incógnita. Caso o clube não consiga o acesso à elite do futebol sul-mato-grossense, a preocupação será ainda maior.

“Estou muito desanimado com tudo o que está acontecendo. Estou lutando sozinho e enfrentando problemas de saúde. Vou até 2025 e devo me afastar definitivamente do clube. Espero até lá encontrar alguém sério que queira administrar o clube”, relatou em entrevista à Rádio Esporte MS.

Virar SAF é solução? 

 Em entrevista ao Correio do Estado nesta segunda-feira (16), o presidente Cláudio Barbosa afirmou que vem conversando há meses com empresas de São Paulo e que transformar o Comercial Esporte Clube em uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol) é a única solução para resolver os problemas.

“Nesses últimos meses, conversei com empresários de São Paulo que estavam buscando clubes para investir. Até evoluímos nas conversas, mas não me senti seguro. Eles conseguiram um espaço para investir no Botafogo-PB. Estamos abertos para conversar com empresas e empresários, mas é essencial que sejam sérios, pois o futebol exige investimentos significativos”, explicou.

História 

Fundado em 15 de março de 1943 pelo esportista Etheócles Ferreira, o Esporte Clube Comercial teve seus primeiros jogadores oriundos do Colégio Dom Bosco e permaneceu no amadorismo durante 29 anos. Seu primeiro registro profissional ocorreu em 1972, quando disputou um torneio para determinar o representante do estado no Campeonato Brasileiro de 1973. O Comercial foi campeão, tornando-se o primeiro time a representar o estado de Mato Grosso no Campeonato Brasileiro.

A partir dessa data, especialmente na década de 80, o Esporte Clube Comercial conquistou nove títulos estaduais de Mato Grosso do Sul (1982, 1985, 1987, 1993, 1994, 2000, 2001, 2010 e 2015). O clube já foi campeão em dois estados diferentes: no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, que se tornaram estados separados em 1979. O Comercial foi o primeiro time a representar o Mato Grosso no Campeonato Brasileiro da primeira divisão e o último a representar Mato Grosso do Sul.

Em 1981, foi realizada a segunda edição da Taça de Prata, também conhecida como Campeonato Brasileiro Série B, que contou com a participação de 48 equipes. O Comercial terminou a competição em 4º lugar. Além disso, o clube ficou em 3º lugar na última edição da Copa Centro-Oeste e em 7º lugar na Copa do Brasil de 1994.

Em 2015, o Colorado sagrou-se campeão estadual, conquistando seu 9º título sul-mato-grossense.

 

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