Cidades

CARTÃO VERMELHO

Preso com R$ 800 mil, Cezário vivia insatifeito com seus ganhos

Interceptação telefônica revela que ele pretendia montar um projeto para tomar dinheiro de prefeituras. Do Governo do Estado, a Federação recebeu R$ 1,35 milhão em 2023

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Apesar de estar com mais de R$ 800 mil em espécie em sua residência e dos supostos desvios milionários, o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário, estava insatisfeito com seus rendimentos e sempre planejava novas formas para aumentar seus ganhos. 

Trecho da decisão judicial que decretou a prisão de Cezário, assinada pelo juiz Eduardo Eugênio Siravegna Junior, destaca uma iterceptação telefônica na qual Cezário sugere a criação de um projeto para tomar dinheiro de prefeituras, já que não estava satisfeito com o que recebia do Governo do Estado e da CBF. 

"Nós não temos um jeito de inventar um projeto pra nós ganhar dinheiro cara? No interior de São Paulo tem um projeto dos times de futebol das prefeituras. Não sei se você conhece esse projeto o Adachito uma vez trabalhou nele, Você lembra ou não?" 

Na outra ponta da linha telefônica estava uma pessoa sobre a qual a decisão judicial não traz detalhes. Deixa claro somente que se tratava de alguém identificado como Romeu. E essa identificação foi possível porque o próprio Cezário citou. 

“Entende Romeu?  Tá louco rapaz, nós precisamos ganhar dinheiro desse futebol”, afirmou Cezário.  Esse grampo, feito com autorização judicial, “denota que a Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul era utilizada para receber vantagens indevidas, com o desvio de verbas públicas”, escreveu o magistrado em seu decreto de prisão. 

Somente em 2023 a Federação recebeu R$ 1,36 milhão da Fundesporte. A maior parte, R$ 1.014,490,00 para o Estadual da Série A. Outros R$ 245.145,00 para o Estadual de Futebol Feminino e mais R$ 99.984,00 para a Série B. Para dar um ar de seriedade na prestação de contas, a Federação devolveu quase R$ 6 mil. 

Além disso, a Federação também recebe ajuda generosa da Confederação de Futebol (CBF). Em 2021, por exemplo, foram R$ 2,15 milhões, o quinto maior repasse entre todas as federações do País, embora o futebol local tenha a terceira pior pontuação no ranking da CBF. 

Por conta de sua insatisfação com o faturamento, o qual dividia com uma série de familiares, Francisco Cezário também sonegava impostos, o que é outra forma de melhorar os rendimentos. 

“Em análise dos relatórios extraídos das instituições bancárias, as investigações identificaram que, no período de 4 anos, Francisco Cezário de Oliveira recebeu 84 transferências da Federação de Futebol, identificadas como "pagamentos em cheque", que totalizaram R$ 403.225,47, valores que não foram declarados à Receita Federal”. 

INSATISFAÇÃO GENERALIZADA

E não era somente Cezário que se mostrava insatisfeito com o faturamento, que era superior a R$ 1 milhão por ano, já que foram mais de R$ 6 milhões de desvio em um período inferior a cinco anos investigado pelo Ministério Público. 

Em interceptação telefônica do dia 19 de julho de 2022,  Aparecido Alves Pereira, um dos presos no dia 21, conversa com sua esposa e menciona que Umberto Alves Pereira estaria "empurrando dinheiro no rabo de Cezário". Complementa ainda que Umberto colocou “dinheiro dentro do envelope e foi lá na casa do Cezário entre quatro e cinco horas da tarde”. 

Esse Umberto, que é sobrinho de Cezário, recebeu em suas contas quase R$ 2,9 milhões em menos de cinco anos e essa interceptação telefônica deixa claro que ele sacava o dinheiro e entregava a maior parte ao tio Cezário. 

Apesar de ser o sobrinho predileto por conta de sua fidelidade, Umberto deu provas de que não estava satisfeito com aquilo que o tio lhe deixava. No 21 de abril de 2023, Umberto ligou para Rubson Bogarim Barbosa, também preso na operação Cartão Vermelho, para combinarem o desvio de R$ 10.000,00 dos valores recebidos da CBF 

“Dá pra ver segunda e diz que arbitragem faz parte, e que tem que ver o que mais faz parte, gandula etc o que mais faz parte (...) então, isso que vou ver, e que se puder ver se encaixa ambulância e diz "ESSES 10 MIL AI, ELES VAI SER NOSSO ENTENDEU", diz a transcrição do juiz para justificar a prisão dos dois. 

Os próprios subalternos de Cezário, quase todos familiares, tinham conhecimento de sua insatisfação com os faturamentos. Em conversa telefônica de Valdir Alves Pereira, também preso, com sua esposa, Valdir “reclama que Francisco Cezário diz não ter dinheiro para pagar o seu veículo, mas que possui recursos para gastar com Jamiro Rodrigues de Oliveira (MIRO), presidente do Clube Misto de Três Lagoas”. 
 

Pós acidente

Após "milagre", jovem acorda do coma e volta para casa; os desafios continuam

Amigos e familiares fizeram uma 'vakinha' para tentar ajudar a custear os tratamentos que o jovem precisa após o acidente

12/06/2025 14h27

Amigos criaram vakinha para arrecadar doações para os tratamentos de Matheus

Amigos criaram vakinha para arrecadar doações para os tratamentos de Matheus Reprodução/Redes Sociais

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O Correio do Estado tem acompanhado de perto a história de Matheus Henrique da Silva Nascimento, jovem de 19 anos que sofreu um grave acidente de moto no dia 17 de maio em Campo Grande. 

O jovem foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande em estado gravíssimo e foi constatado o diagnóstico de traumatismo craniano severo, onde ficou 9 dias em coma. 

Durante todo o tempo, amigos, familiares e conhecidos do menino se reuniram no estacionamento do hospital para cantar e orar pela sua recuperação. No dia mais cheio, mais de 150 pessoas estavam juntas intercedendo pelo rapaz. 

Definido pela médica do garoto como um “milagre”, Matheus teve alta da Santa Casa na última sexta-feira (6) para continuar os tratamentos em casa. 

Em conversa com o Correio do Estado, o pai de Matheus, Anderson da Silva Nascimento, relata que os desafios continuam após o despertar do menino. Devido à gravidade do acidente, o jovem não consegue andar sozinho e tem dificuldade na fala.

“Nós estamos correndo atrás de fisioterapia e fono, estamos tentando pelo SUS mas está complicado, não tem previsão de agendar. A médica mesmo, quando deu a alta, pediu pra gente iniciar o tratamento logo que, quanto antes, melhor”, conta Anderson. 

Além das limitações motoras e de fala, Matheus também sofreu fratura no braço e precisa de tratamento oftalmológico devido ao estrabismo em um dos olhos, devido aos danos neurais. 

De acordo com a última ressonância do garoto, ainda existe sangramento em áreas importantes do cérebro, causando dano nas conexões entre as células, que podem ter efeitos duradouros e permanentes. Além disso, foi constatado uma fratura grave na base do crânio, onde ficam regiões sensíveis e fundamentais para o funcionamento do corpo.

Próximos passos

Anderson conta que Matheus tem estado muito ansioso, sem dormir e muito agitado. Devido a uma queda recente, a família procurou a Santa Casa para retorno e novas consultas, porém, foram orientados que precisavam de um encaminhamento de uma unidade de pronto atendimento e que a Santa Casa estaria fechada por 12 horas devido à superlotação. 

“Ele acorda, pelo menos, 20 vezes à noite e, por causa da ansiedade, ele come demais. Sempre comeu muito, mas agora, bem mais. Essa noite, a gente teve que conter ele”, conta. 

O acidente afetou a família de várias formas, entre elas, a forma financeira. Anderson e Ione, a mãe do menino, dividem um carro para fazer uber.

Porém, o veículo foi acertado por outro carro que atravessou um sinal vermelho, trazendo mais prejuízo e a impossibilidade de trabalhar durante o período de acompanhamento do garoto. 

“Os gastos foram desde a internação do Matheus, com fraldas, lenços, além da gasolina de ir e vir para o hospital sempre. Alguns amigos têm nos ajudado desde então” relatou.

Com a dificuldade de agendar consultas e retornos através da rede pública de saúde, a família tem procurado atendimento particular. 

“Além da fisio e da fono, temos que ir atrás de oftalmologista pra ver o olho dele, e pelo SUS não tem previsão. Para ver o braço dele e o dedinho que quebrou, o retorno na UPA é só em setembro e ninguém quer mexer. Nós compramos os remédios para ele mas não estão mais surtindo efeito, então precisamos encaminhar para um Neurologista também, eu não tenho noção do valor, mas estou indo atrás disso também”, conta. 

Como uma alternativa para tentar ajudar, amigos da família criaram uma ‘vakinha’ para arrecadar fundos para os tratamentos de Matheus. Atualmente, o valor está em R$8 mil e tem ajudado nos tratamentos iniciais. O objetivo é arrecadar R$50 mil para que o jovem consiga realizar os tratamentos e demais despesas. 

“Toda ajuda é válida. Não é fácil, mas Deus está no controle de tudo. O importante é que a gente está correndo atrás e, aos poucos, as coisas vão normalizando”, disse Anderson. 

Se você quiser contribuir, pode acessar a ‘vakinha’ aqui. 

Relembre

Matheus sofreu uma acidente no dia 17 de maio, na avenida Tamandaré, quando tentou uma ultrapassagem pela contramão e bateu em um carro Volkswagen Brasília que fazia uma conversão irregular. Com a batida, Matheus foi arremessado e bateu a cabeça ao cair no chão. 

Testemunhas contam que ele sangrava pela boca mas não tinha nenhum machucado externo e acionaram o Corpo de Bombeiros, que chegou pouco tempo depois. O jovem foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande em estado gravíssimo e foi constatado o diagnóstico de traumatismo craniano severo. 

Nem o jovem e nem o motorista da Brasília de 65 anos possuíam carteira de habilitação. Os dois veículos foram apreendidos. Durante a abordagem, foi feito o teste de bafômetro no motorista, que apontou 0,09mg/L de álcool, o que não configura crime, mas resultou em autuação administrativa. 

Na terça-feira (20), segundo o pai do garoto, os médicos estavam prontos para decretar a morte cerebral do menino. Porém, Anderson conta que Matheus reagiu a dois dos três testes principais para constatar a atividade do cérebro. O pai conta que a médica que atendia o filho afirmou que “sem dúvidas, estamos testemunhando um milagre”. 
 

Internacional

Equipes já resgataram 204 corpos no local de acidente aéreo na Índia

242 pessoas estavam a bordo e, até o momento, apenas uma está com vida.

12/06/2025 14h00

242 passageiros estavam a bordo

242 passageiros estavam a bordo Divulgação

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Até agora, 204 corpos foram resgatados no local do acidente com um Boeing 787 Dreamliner operado pela Air India, segundo equipes de defesa civil indianas. Das vítimas, 169 eram indianas e 53, britânicas, além de sete canadenses e um português.

A aeronave operada Air India, a principal companhia aérea indiana, caiu logo após a decolagem na cidade de Ahmedabad, no oeste do país, nesta quinta-feira, 12, de acordo com a mídia local. O voo tinha como destino o Aeroporto de Gatwick, em Londres, com 242 pessoas a bordo.

A polícia indiana afirmou num primeiro momento que não havia sobreviventes, mas no final da manhã descobriu que um passageiro conseguiu escapar com vida.

Vishwash Kumar Ramesh estava em Ahmedabad visitando a família e relatou um forte barulho logo após a decolagem. "Quando me levantei, havia corpos por todos os lados", disse.

Faiz Ahmed Kidwai, diretor-geral da diretoria de aviação civil indiana, disse que o voo AI 171 da Air India caiu em uma área residencial chamada Meghani Nagar, cinco minutos após decolar, às 13h38, horário local.

A queda ocorreu sobre uma área residencial próxima ao aeroporto, e o avião se chocou em um prédio que funcionava como alojamento de uma escola de medicina.

Partes da fuselagem do avião estavam espalhadas ao redor do prédio no qual ele se chocou. A cauda do Boeing estava presa no topo do prédio. As caixas-pretas ainda não foram encontradas.

O presidente da companhia aérea, Natarajan Chandrasekaran, confirmou o acidente em comunicado. "Com profundo pesar, confirmo que o voo 171 da Air India, que seguia de Ahmedabad para Londres Gatwick, se envolveu em um acidente trágico hoje", disse.

O executivo acrescentou que um centro de emergência foi ativado e uma equipe de apoio foi acionada para atender às famílias que buscam informações.

O 787 Dreamliner é um avião bimotor de fuselagem larga. Este é o primeiro acidente fatal de uma aeronave Boeing 787, de acordo com o banco de dados da Aviation Safety Network.

A Boeing ofereceu apoio à Air India após o acidente.

"Estamos em contato com a Air India em relação ao voo 171 e estamos prontos para apoiá-los", declarou a empresa em um comunicado. "Nossos pensamentos estão com os passageiros, a tripulação, os serviços de emergência e todos os afetados". 

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