A descoberta de que os porcos domésticos descendem de javalis do sul da China há cerca de 8.000 anos desvendou aspectos críticos da domesticação animal. Essa revelação foi resultado de pesquisas arqueológicas que analisaram a transição do período Neolítico.
Durante esse tempo, humanos começaram a adotar práticas agrícolas, reduzindo a dependência da caça ao incorporar javalis que se alimentavam dos resíduos humanos. Este hábito formou um laço que favoreceu o processo de domesticação dos porcos.

A evolução dos javalis em animais domésticos
Os javalis selvagens, inicialmente grandes e agressivos, transitavam em florestas. Porém, aqueles que habitavam regiões próximas a humanos começaram a demonstrar mudanças comportamentais, tornando-se menos agressivos.
Essa convivência forçada levou a transformações físicas como a diminuição do tamanho corporal e cerebral. Estudos de microfósseis dos dentes de porcos confirmaram que sua alimentação incluía arroz e outras plantas cultivadas por humanos.
A análise de microfósseis dentários revelou uma dieta diversa próxima àquelas das comunidades humanas. Grânulos de amido encontrados nos dentes indicam que os porcos consumiam alimentos cozidos, sugerindo uma relação de proximidade.
A descoberta de ovos de parasitas nos dentes mostra a possibilidade de eles terem sido infectados por meio da ingestão de alimentos ou água contaminados por humanos. A domesticação não apenas alterou sua morfologia, mas facilitou uma coexistência benéfica com as populações humanas.
A domesticação de porcos é semelhante à dos cães, que se originaram de lobos há cerca de 40 mil anos. Ambos os processos demonstram a capacidade humana de adaptar comportamentos animais às suas necessidades.
Enquanto os cães foram um dos primeiros a serem domesticados, estudos de DNA indicam que a domesticação dos porcos ocorreu de forma independente em várias regiões, afetando a alimentação e socialização nas sociedades sedentárias da época.




