A América do Sul emerge como a região de expansão petrolífera mais acelerada do mundo, com projeção de aumento de 30% na produção até 2030, superando Oriente Médio e EUA. Impulsionada por Brasil, Guiana e Argentina, a região deve saltar de 7,4 milhões para 9,6 milhões de barris/dia, consolidando-se como polo estratégico para investimentos em energias fósseis.
O Brasil, maior produtor regional, atingiu recorde de 5 milhões de barris/dia em junho de 2025, graças ao pré-sal – reservas submarinas sob camadas de sal que respondem por 70% da produção nacional. Projetos como Búzios, Mero e Atapu destacam-se entre os maiores campos de águas profundas globais, com a Petrobras investindo em unidades adicionais para ampliar capacidade.
A Guiana, com o bloco Stabroek (operado pela ExxonMobil), vive um boom desde 2015, com expectativa de dobrar a produção até 2030. Já a Argentina explora Vaca Muerta, a segunda maior reserva global de hidrocarbonetos não convencionais, que registrou crescimento de 28% em julho de 2025. A construção de um oleoduto de 400 km até 2026 visa acelerar a exportação.

Desafios e Tensões Ambientais
Enquanto a América do Sul atrai investimentos por custos competitivos e reservas vastas, a pressão por transição energética gera contradições. A dependência global de petróleo e o risco de escassez pós-2030 mantêm a região no centro de um debate geopolítico e ambiental, onde crescimento econômico e sustentabilidade colidem.
Apesar do otimismo, especialistas alertam para a necessidade de novas descobertas pós-2030, já que campos atuais podem esgotar-se. A região, não vinculada a cotas da OPEP, enfrenta críticas por priorizar o petróleo em meio à crise climática. O Brasil, sede da COP 30 em 2025, defende que receitas do setor financiem energias verdes – posição contestada por ambientalistas.




