A ideia de usar espelhos no espaço para controlar a quantidade de radiação solar que atinge a Terra é antiga, mas ainda envolve muitos desafios. O conceito surgiu em 1923 com o físico Hermann Oberth e ganhou atenção científica nas décadas seguintes, principalmente nos anos 1980.
A proposta consiste em colocar grandes superfícies refletoras em órbita para desviar ou reduzir a luz solar que chega ao planeta, potencialmente ajudando a combater o aquecimento global.
Apesar de promissora, a prática enfrenta limitações técnicas e financeiras. Uma das primeiras tentativas foi o projeto Znamya, realizado pela Rússia na década de 1990, que testou a reflexão de luz solar de forma controlada.
Mais recentemente, estudos sugeriram a construção de velas solares que seriam lançadas em órbita e depois posicionadas no ponto L1, cobrindo uma área de milhões de quilômetros quadrados. O custo estimado de uma operação completa varia entre cinco e dez trilhões de dólares, tornando a execução inviável com a tecnologia de lançamento atual.

Limites e riscos da tecnologia
A tecnologia ainda é cercada de incertezas e riscos. Especialistas em clima alertam que, mesmo se os espelhos conseguissem reduzir a radiação, não haveria impacto sobre outros problemas ambientais, como a acidez dos oceanos e o acúmulo de carbono na atmosfera.
Além disso, depender de soluções de geoengenharia poderia reduzir o incentivo global para a diminuição do uso de combustíveis fósseis, mantendo o ritmo de emissões que causam o aquecimento do planeta.
Sérgio Sacani, no podcast do canal Brasil Paralelo, resumiu bem os desafios: “Já pensaram em colocar grandes espelhos na órbita da Terra e esses espelhos iriam impedir que uma certa quantidade de radiação chegasse na Terra. O problema é que o espelho iria virar uma vela e pela radiação solar ele iria embora. E também não conseguem saber quanto diminuiria, poderia ser demais e congelar todo mundo aqui”.





