O Governo federal gastou R$ 200,9 milhões em passagens aéreas para pessoas sem cargo no Poder Executivo durante os dois primeiros anos do mandato de Lula, segundo dados do Painel de Viagens do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Esse valor representa um aumento de 267% em relação aos R$ 54,6 milhões registrados nos últimos dois anos do governo Bolsonaro. No total, incluindo diárias e outras despesas, o gasto com pessoas sem cargo chegou a R$ 392,6 milhões em 2023 e 2024, crescimento de 213% frente ao período anterior.
A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, é a pessoa sem cargo mais visível a ter suas viagens custeadas pelo Executivo, com passagens que somam R$ 237 mil desde o início do mandato.

Contexto e justificativas oficiais
Enquanto os gastos totais com viagens, incluindo servidores públicos, subiram 89,3% e chegaram a R$ 4,5 bilhões, o valor destinado a passagens aumentou 99,7%, atingindo R$ 1,69 bilhão. A Secom afirmou que a comparação com 2021 e 2022 é afetada pela pandemia de Covid-19, que reduziu significativamente o número de viagens aéreas naquele período.
O Governo também esclareceu que algumas situações justificam o custeio de viagens para não-servidores, como representantes da sociedade civil em conselhos do governo, delegados de conferências nacionais e policiais militares cedidos à Força Nacional de Segurança Pública.
Nessas situações, despesas com passagens, hospedagem e alimentação podem ser pagas pelo Executivo, seguindo normas previstas no Decreto nº 10.193/2019 e regulamentadas pelo Sistema de Concessão de Diárias e Passagens (SCDP).





