Cientistas chineses desenvolveram um arroz capaz de crescer em solos salinos e até em água do mar diluída, chamado seawater rice. O cultivo desse grão transforma áreas antes consideradas improdutivas em campos capazes de produzir até 8,8 toneladas por hectare.
A tecnologia é baseada em pesquisas iniciadas pelo agrônomo Yuan Longping, responsável pelo arroz híbrido, e hoje conduzidas pelo Centro de Pesquisa de Qingdao, com metas de produção ambiciosas para alimentar milhões de pessoas até 2030.
O arroz tolerante à salinidade pode ser cultivado em regiões onde solos degradados impedem qualquer plantio tradicional. A integração de técnicas genéticas e aprimoramento de híbridos tornou possível que o grão resista à salinidade elevada, mantendo rendimento equivalente ou superior ao de áreas férteis convencionais.
Para países que enfrentam a salinização de terras, essa tecnologia representa uma oportunidade inédita de recuperar solos e ampliar a produção sem abrir novas fronteiras agrícolas.

Produção e impacto global
Atualmente, já são mais de 400 mil hectares plantados com arroz tolerante à salinidade na China. Os testes mostram que o rendimento por hectare pode atingir níveis comparáveis aos melhores campos tradicionais, o que reforça o potencial do cultivo em larga escala.
O governo chinês projeta expandir a produção para milhões de hectares, recuperando terrenos degradados e reduzindo a necessidade de importações estratégicas. Se a meta de 133 milhões de hectares de solo salino convertido em produção for alcançada até 2030, a produção adicional poderá chegar a 50 bilhões de quilos de arroz, suficiente para alimentar cerca de 200 milhões de pessoas.
Além do impacto nacional, a tecnologia tem implicações geopolíticas. A capacidade de transformar solos anteriormente inúteis em produtivos reduz a dependência externa e fortalece a posição da China no comércio internacional de grãos.





