A raça africana Nguni, originária da região da África Austral, vem conquistando espaço no Brasil como símbolo de resistência e beleza. Pertencente ao grupo de gado Sanga, ela resulta do cruzamento entre Bos taurus e Bos indicus, adaptados às condições desafiadoras do continente africano.
Introduzido na África do Sul e em países vizinhos por populações migrantes, o Nguni passou a ser central nas atividades agropecuárias e sociais locais. No Brasil, a raça chama a atenção tanto pela rusticidade quanto pelo valor estético, já que cada animal exibe padrões de pelagem únicos, transformando o rebanho em uma verdadeira coleção de cores e formas.

Resistência e potencial produtivo
Um dos pontos mais marcantes do gado Nguni é sua resistência natural. Criado em ambientes de clima severo, desenvolveu tolerância ao calor intenso e proteção contra a radiação solar, devido à pigmentação da pele e pelos curtos.
Além disso, apresenta imunidade elevada a doenças e parasitas, especialmente carrapatos, o que reduz significativamente os custos com tratamentos veterinários. Essa rusticidade torna a raça promissora em cenários de mudanças climáticas e em regiões de pastagens irregulares.
Do ponto de vista produtivo, o Nguni se destaca pela eficiência. As vacas têm longevidade reprodutiva, podendo gerar mais de dez crias ao longo da vida, com partos fáceis e baixa incidência de complicações.
A carne é macia, com bom marmoreio e camada de gordura equilibrada, atendendo tanto ao mercado interno quanto aos nichos de exportação. O leite, por sua vez, apresenta proteína A2, considerada mais digestiva para consumidores sensíveis ao leite tradicional. Outro aspecto de destaque está na valorização das peles, usadas em artesanato e artigos de luxo devido aos variados padrões de cores.





