A China está investindo em um dos projetos mais ambiciosos de transporte terrestre da atualidade. Em testes recentes, um trem de levitação magnética desenvolvido pela Corporação de Ciência e Indústria Aeroespacial da China (CASIC) alcançou a velocidade de 623 km/h. Com esse desempenho, o veículo passa a competir em velocidade com aeronaves comerciais, como o Boeing 747.

A tecnologia por trás da alta velocidade
O funcionamento desse tipo de trem, conhecido como maglev, é baseado na repulsão magnética. O veículo não toca os trilhos, mas flutua alguns milímetros acima deles, reduzindo o atrito e permitindo alcançar velocidades muito superiores às dos trens convencionais.
Além disso, por se mover sobre uma almofada de ar e ser impulsionado por ímãs, o sistema opera de forma silenciosa e com menor desgaste mecânico. O projeto chinês, batizado de T-Flight, está em fase experimental. A primeira etapa utilizou uma pista curta, mas já foi suficiente para ultrapassar recordes anteriores no setor.
A próxima fase prevê a extensão da via para 60 quilômetros, o que permitirá ao trem acelerar ainda mais. A meta é ousada: chegar a 1.000 km/h, igualando a velocidade de um avião comercial em voo de longa distância.
Se atingir os objetivos, o T-Flight poderá encurtar de forma significativa o tempo de deslocamento entre grandes cidades chinesas. Viagens que hoje duram horas poderiam ser concluídas em poucos minutos, criando uma alternativa competitiva para trechos de curta e média distância que hoje são dominados pela aviação.
Como o trem não utiliza combustíveis fósseis diretamente, sua operação reduz emissões e representa um passo importante em direção a sistemas de transporte mais sustentáveis. Contudo, o custo elevado de construção e manutenção de linhas maglev ainda é um desafio, assim como a necessidade de adaptações regulatórias e de infraestrutura.





