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SOBERANIA

Brasil vira antagonista dos EUA na abertura da Assembleia-Geral da ONU

É a primeira viagem oficial de Lula aos EUA desde a posse de Trump, em janeiro, que marcou o início da crise atual entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca

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O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se tornou o principal antagonista de Donald Trump no primeiro dia da abertura da Assembleia-Geral da ONU, que começa nesta segunda-feira, 22, em Nova York.

É a primeira viagem oficial de Lula aos EUA desde a posse de Trump, em janeiro, que marcou o início da crise atual entre o Palácio do Planalto e a Casa Branca, uma das mais graves desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, no século 19.

Os dois presidentes poderão se encontrar pela primeira vez nos corredores da ONU. Como de praxe, cabe ao Brasil fazer o discurso de abertura amanhã no plenário da Assembleia-Geral da ONU. Trump ocupará a tribuna logo em seguida. O governo brasileiro entende que os contrastes entre eles ficarão claros.

Não há pedidos de reunião bilateral, que poderiam ser interpretados como humilhação ao Brasil. Os mais experientes ex-embaixadores brasileiros em Washington classificaram o atual momento como o pior em 200 anos de relações diplomáticas. Ameaças de novas punições ao Brasil em virtude do apoio de Trump ao ex-presidente Jair Bolsonaro tendem a piorar a crise.

TARIFAS

Os diplomatas avaliam que Lula errou ao apoiar os democratas para sucessão de Joe Biden, divergem sobre a conveniência de um contato direto com Trump, como um telefonema, mas concordam que o republicano praticou uma ingerência na política brasileira.

A Casa Branca insiste na tese de defesa da liberdade de expressão por parte de Trump, que vê uma caça às bruxas na condenação de Bolsonaro, com quem ele se comparou, e na suposta perseguição às big techs americanas.

O Planalto, no entanto, enxerga no tarifaço de 50% e na pressão por meio de sanções pessoais (com corte de vistos e cerco financeiro da Lei Magnistky) a ministros do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente Alexandre de Moraes, uma tentativa de ingerência nas eleições de 2026.

De visões antagônicas em questões importantes, dos conflitos geopolíticos à emergência climática, Lula e Trump se chocam em uma série de pontos.

SANÇÕES

Nos bastidores, há o temor de que autoridades brasileiras sejam alvo de novas sanções ou que o País sofra novas tarifas ou sanções secundárias em razão da compra do diesel e de fertilizantes russos. Antes da Assembleia-Geral, o Departamento de Estado dos EUA impôs restrições de locomoção no visto diplomático de representantes brasileiros.

Impedido de circular livremente em Nova York, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, desistiu de viajar. Em carta, apontou obscurantismo e prejuízos ao Brasil. Integrantes da delegação brasileira de menor escalão também tiveram a movimentação restrita.

O episódio não deve passar batido do discurso de Lula, que deve mencionar as restrições não só à comitiva do Brasil, mas também à delegação palestina. Preparado há dias, a fala deve citar as prioridades da política externa brasileira. No Planalto, a ideia é mandar uma mensagem contundente e responder a Trump, ainda que Lula não deseje mencioná-lo.

A posição de enfrentamento recebeu elogios fora do País, na avaliação do governo, algo que o Planalto não quer deixar escapar. Lula pretende fazer uma defesa enfática da soberania nacional, frente aos ataques de Washington, da democracia e da independência das instituições.

MULTILATERALISMO

 Lula vai citar a crise do multilateralismo, a proliferação de guerras e a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU, fazendo referência à campanha do Brasil por um assento permanente. Ele também deve citar as prioridades da COP-30 e criticar quem põe em xeque as mudanças climáticas.

O presidente também deve qualificar como "genocídio" a atuação de Israel na Faixa de Gaza e manifestar publicamente o apoio do Brasil ao processo contra o governo israelense na Corte Internacional de Justiça (CIJ), aproveitando a onda favorável aos palestinos patrocinada pelo governo da França.
 

narcotráfico ou petróleo?

Petros diz que corpos no mar podem ser de vítimas de bombardeio dos EUA

Dois corpos foram localizados no mar do lado colombiano e vários outros do lado da venezuela na semana passada

08/12/2025 07h10

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

Gustavo Petro, desafeto do Governo dos EUA, cobra investigação internacional para descobrir identidade e causa da morte das vítimas

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu neste domingo, 7, a abertura de uma investigação sobre o achado de dois corpos na beira do mar em um povoado na fronteira com a Venezuela e sugeriu que as mortes podem ter sido causadas por um bombardeio americano no Caribe.

Na quinta-feira, 4, a rede pública de televisão RTVC informou sobre a descoberta de dois corpos nesse povoado e de vários outros no lado venezuelano, sem precisar o número.

"Peço ao Instituto de Medicina Legal que estabeleça as identidades (...). Podem ser mortos por bombardeio no mar", escreveu Petro na rede social X. Um porta-voz da polícia confirmou à AFP que os corpos foram encontrados em uma praia de pescadores no departamento de La Guajira (norte).

Em outubro, Petro já havia acusado Washington de violar a soberania colombiana e de matar um pescador durante operações militares americanas contra o narcotráfico no Mar do Caribe.

Segundo ele, o colombiano Alejandro Carranza morreu em um dos ataques realizados por forças dos Estados Unidos que, desde agosto, têm concentrado ações na Venezuela e em áreas próximas às águas territoriais da Colômbia.

À época, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a Colômbia não receberá mais subsídios americanos. Em publicação na rede social Truth Social ele justificou a medida dizendo que o presidente colombiano, Gustavo Petro, é um líder do tráfico de entorpecentes, "que incentiva fortemente a produção maciça de drogas". O chefe da Casa Branca, porém, não apresentou provas sobre suas acusações.

Na ocasião, o presidente colombiano negou qualquer vínculo com o narcotráfico e disse não compreender "a ganância" que, segundo ele, define o capitalismo.
 

deslizamento de terra

Naufrágio deixa mortos e desaparecidos na Amazônia peruana

Informações iniciais apontam que pelo menos 12 pessoas morreram e em torno de 60 seguiam desaparecidas

02/12/2025 07h29

Naufrágio de duas embarcações de passageiros foi provocado por um deslizamento de terra na margem do rio Ucayali

Naufrágio de duas embarcações de passageiros foi provocado por um deslizamento de terra na margem do rio Ucayali

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Ao menos 12 pessoas morreram e cerca de outras 60 estão desaparecidas após o naufrágio de duas embarcações de passageiros provocado por um deslizamento de terra na margem do rio Ucayali, um dos principais rios da Amazônia peruana, nesta segunda-feira, dia 1º.

Imagens divulgadas pela mídia local mostravam mulheres de mãos dadas com crianças, correndo e chorando às margens do rio; pessoas tentando reanimar sobreviventes do naufrágio que estavam no chão, tossindo água; e, até mesmo sobreviventes saindo do rio por conta própria.

O incidente aconteceu durante a madrugada quando as duas embarcações estavam atracadas. Uma delas foi esmagada durante o deslizamento, enquanto a outra virou devido ao impacto da terra com o rio, que gerou uma "grande onda".

As equipes de resgate informaram que a lista de passageiros se perdeu, então não é possível determinar ao certo quantas pessoas estavam a bordo no momento da tragédia.

Corpos foram encontrados flutuando no rio, alguns a até 3 km do local do acidente, em meio a fortes correntes.

Este não foi o único acidente do tipo ocorrido em 2025. Em maio, uma colisão entre uma embarcação da Marinha peruana e um navio-tanque da petrolífera anglo-francesa Perenco, no rio Amazonas, deixou dois marinheiros mortos e um desaparecido.

Em setembro de 2024, outro acidente ocorreu no mesmo rio Ucayali, após uma embarcação colidir com um tronco submerso, resultando em seis mortos e mais de 80 pessoas resgatadas com vida. Na região do Ucayali, assim como em outras partes da Amazônia peruana, os rios são o meio de transporte mais utilizado devido à falta de estradas. Fonte: Associated Press.
 

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