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Israel intensifica ataques ao Hezbollah e rebeldes do iémen em conflito no Oriente Médio

Guerra que deu origem à crise atual, no dia 7 de outubro de 2023, segue seu curso em marcha reduzida, mas constante

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Israel ampliou a pressão sobre o Hezbollah neste domingo (29), atacando alvos em todo o Líbano e bombardeando um porto utilizado pelos rebeldes pró-Irã no Iémen, que têm disparado mísseis contra Tel Aviv. O governo libanês informou que cerca de 1 milhão de pessoas, aproximadamente 20% da população, foram deslocadas devido à guerra.

O recente assassinato do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, acentuou a crise, enquanto os ataques israelenses continuaram a ser direcionados a alvos estratégicos. Neste domingo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram a morte de Nabil Quaq, chefe da segurança do Hezbollah, em Beirute, onde os bombardeios deixaram 53 mortos.

Na frente sul, Israel atacou o porto de Hodeidah, resultando na morte de quatro pessoas. As tensões permanecem altas, com os EUA reforçando sua presença militar na região como uma mensagem de dissuasão contra o Irã e seus aliados.

Por fim, também foi morto em um ataque de Israel, mais ano norte no vale do Bekaa, um comandante de outro grupo rival de Tel Aviv, a Jama'a Islamiya.

A campanha para dizimar o Hezbollah começou há meros 11 dias, quando pagers começaram a explodir no bolso de integrantes do grupo. A morte de Nasrallah, 32 anos após ascender ao poder na agremiação, encimou o processo.

Israel também divulgou que matou, no ataque da sexta, 20 pessoas da cúpula do Hezbollah, além de um general da Guarda Revolucionária do Irã —Teerã, que fez sua única ação direta na história contra o Estado judeu justamente por um assassinato semelhante em abril, não se manifestou.

O presidente Masoud Pezeshkian, teoricamente um moderado, disse que "os guerreiros libaneses não podem ficar sozinhos nessa batalha para que o regime sionista [Israel] não ataque um país após o outro no Eixo da Resistência", disse, usando o nome fantasia dos aliados de Teerã.

Já o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, foi transferido para um local seguro após a morte de Nasrallah, segundo a agência Reuters.

Após relatos da rede americana ABC e do The New York Times acerca de incursões terrestres israelenses já em curso no sul do Líbano, em antecipação a uma invasão, a Folha foi ouvir pessoas familiarizadas com as operações.

O relato colhido é um pouco diferente do da rede de TV, que falou em curtas ações, e do jornal, que citou infiltrações mais profundas. Segundo o que foi dito, unidades especiais estão mapeando áreas intermediárias, talvez até 15 km ao norte da fronteira, para localizar pontos de lançamento não rastreados e refinar o mapeamento do terreno.

Numa era em que tudo se resolve com drones e satélites, há coisas que só são feitas direita por seres humanos com visão no campo, como perceber esconderijos e pontos de emboscada disfarçados.

Na via inversa, o Hezbollah tem tratado de manter uma imagem de combatividade. Ainda que Israel diga que destruiu 50% de seu arsenal, algo obviamente impossível de aferir de forma independente, conta com muitos foguetes e mísseis para seguir impondo disrupção na rotina do rival.


Neste domingo, foram ao menos 75 projeteis lançados, a maioria rumo ao norte de Israel. Não houve registro de danos ou feridos graves. No porto meridional de Eilat, um míssil foi disparado por algum grupo pró-Irã do Iraque.

Também neste domingo, o secretário americano de Defesa, Lloyd Austin, determinou o reforço adicional de suas capacidades no Oriente Médio.

Segundo o Pentágono, a ideia é mandar uma mensagem de dissuasão contra Teerã e seus aliados. Na sexta, os rebeldes houthis haviam lançado 23 drones e mísseis contra três navios de guerra americanos no mar Vermelho, sem deixar danos aparentes.

Só no teatro de operações sírio, ativo em guerra civil desde 2012, disse o governo americano, os EUA mataram 37 acusados de terrorismo em setembro.

Enquanto isso, a guerra que deu origem à crise atual, no dia 7 de outubro de 2023, segue seu curso em marcha reduzida, mas constante. Uma ação na Faixa de Gaza matou chefes locais do Hamas, e o número de vítimas contado pelos palestinos chegou a 41.595.

MUNDO

Grupo pede ao G20 gestão sustentável dos oceanos

Além de citar o desenvolvimento da chamada "economia azul" grupo pede incremento das finanças oceânicas e melhor segurança marítima

16/11/2024 22h00

O20 teve a participação de representantes dos países do G20, entidades da sociedade civil, pesquisadores, corporações globais e outros grupos

O20 teve a participação de representantes dos países do G20, entidades da sociedade civil, pesquisadores, corporações globais e outros grupos Agência Brasil/Fernando Frazão

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Cúpula do Oceans 20 (O20) divulgou neste sábado (16), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, um documento com sete recomendações aos líderes do G20, com o texto final resumindo os principais pontos discutidos ao longo do ano, com foco na gestão sustentável dos oceanos e no desenvolvimento da chamada economia azul.

As sete recomendações são:

  1. Garantir um oceano limpo, saudável e produtivo;
  2. Expandir sistemas alimentares aquáticos sustentáveis;
  3. Aumentar a energia eólica offshore;
  4. Melhorar a governança marítima para um transporte marítimo sustentável;
  5. Incentivar as finanças oceânicas;
  6. Melhorar a segurança marítima e
  7. Fortalecer a coordenação global sobre os oceanos.

"As transformações todas que estamos mirando neste G20 passam necessariamente pelo combate às desigualdades. E, nessa abordagem, precisamos considerar como as comunidades que vivem do oceano tiram seus meios de renda. E lutar para que tenham uma vida mais feliz, saudável e com mais qualidade", disse Cristina Reis, representante do Ministério da Fazenda.

O O20 teve a participação de representantes dos países do G20, entidades da sociedade civil, pesquisadores, corporações globais e outros grupos interessados no futuro dos oceanos.

O grupo foi criado pela presidência brasileira do G20 como um desdobramento dos esforços liderados pelos ciclos anteriores na Indonésia e na Índia.

O evento no Brasil foi coordenado pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano da Universidade de São Paulo, em colaboração com o Fórum Econômico Mundial, o Pacto Global da ONU – Rede Brasil e Ocean Stewardship Coalition –, o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade e o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas.

 

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donos do mundo

 Trump é eleito presidente dos Estados Unidos

Ao contrário daquilo que indicavam as pesquisas, o Republicano venceu com larga vantagem

06/11/2024 07h04

Áté o começo da manhã desta quarta-feira (6), Donald Tramp já havia garantido seis votos a mais que o mínimo necessário

Áté o começo da manhã desta quarta-feira (6), Donald Tramp já havia garantido seis votos a mais que o mínimo necessário

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Quatro anos após tentar se manter na Casa Branca com base em mentiras e violência, Donald John Trump, 78, volta ao comando da maior potência do mundo chancelado pelo voto dos americanos, agora como o mais velho candidato a ser eleito na história dos Estados Unidos.

Ele foi o grande vitorioso de uma eleição que marcou uma guinada expressiva à direita. "A América nos deu um mandato sem precedentes", afirmou Trump na madrugada desta quarta-feira (6) na Flórida, onde acompanhou a votação, pouco antes de seu triunfo ser projetado.

O republicano foi declarado presidente eleito dos Estados Unidos pela projeção da CNN. Por volta das 7h30, ele alcançou a marca de 276 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Com a apuração ainda em curso, liderava em todos os sete estados-pêndulo.

Em desempenho superior à sua vitória de 2016, também ganhou no voto popular, com 68 milhões de votos, ante 62,9 milhões de Kamala Harris. Um republicano não chegava à Casa Branca como o mais votado pela população desde George W. Bush, em 2004.
 

Trump teve um desempenho melhor entre eleitores negros e latinos, indicam pesquisas de boca de urna. Desde 2016, seus números nesses segmentos vêm melhorando, e, nesta campanha, republicanos investiram especialmente em homens jovens desse eleitorado. A aposta se mostrou bem-sucedida.

O republicano também ampliou suas margens na Flórida, virando pela primeira vez a região de Miami para os republicanos desde 1988. Mesmo no bastião democrata de Nova York, o empresário foi melhor. O apoio a Trump também cresceu nos subúrbios --levando a melhor numa batalha acirrada com democratas por essa área.

A demonstração de força dos republicanos também foi vista no Senado, cujo controle o partido retomou ao obter 51 dos 100 assentos. Havia a expectativa de que também mantivessem o comando da Câmara, em um quadro que se desenha bastante desfavorável para os democratas.

A vitória contra Kamala marca uma reviravolta em sua história, após seu futuro político ter sido colocado em xeque quando apoiadores invadiram o Capitólio, incitados por ele, para impedir a confirmação da vitória de Joe Biden.

A jornada improvável de um presidente derrotado em sua tentativa de reeleição e que retorna após quatro anos para enfim obter o segundo mandato só havia ocorrido uma vez em quase 250 anos de democracia americana. Foi com o democrata Grover Cleveland, que governou nos períodos de 1885-1889 e 1893-1897. Na eleição de 1888, ele perdeu para Benjamin Harrison e no pleito seguinte o derrotou. Agora, Trump será lembrado como 45º e 47º presidente —como Cleveland, 22º e 24º.

O retorno de Trump ao comando dos EUA encerra uma disputa conturbada entre duas visões antagônicas de país, mas a turbulência está longe de ter acabado. Washington e o mundo se preparam para um novo período de imprevisibilidade na maior potência global —traço fundamental de seu primeiro governo.

Dessa vez, analistas acreditam que o republicano vá ter mais liberdade para fazer valer as suas vontades. Em seu primeiro mandato, não tinha experiência com a máquina governamental e teve que montar seu quadro às pressas. Muitas pessoas serviram como uma espécie de barreira aos ímpetos do republicano.

Nos últimos quatro anos, boa parte desse contingente se voltou contra ele.

Agora, Trump retorna à Casa Branca mais experiente, rodeado por um círculo menor, leal e mais bem preparado. Há meses, aliados no think tank conservador Fundação Heritage têm feito uma triagem de potenciais funcionários para um novo governo republicano.

No Congresso, o empresário também deve contar com uma base mais forte do que no mandato anterior, quando nomes tradicionais do establishment do partido ainda dominavam. Finalmente, a Suprema Corte, de maioria conservadora, já concedeu a ele imunidade presidencial parcial.
 

Trump elegeu-se com uma plataforma anti-imigrantes e pró-economia. Sua campanha culpou estrangeiros por quase todos os problemas do país –de criminalidade a aluguéis mais altos. O empresário também explorou a insatisfação dos americanos com sua vida financeira durante o governo Joe Biden. Nos últimos quatro anos, a inflação chegou a disparar para os maiores valores em 40 anos.

A memória de boa parte do eleitorado sobre a economia no governo Trump, quando o poder de compra subiu mais, suavizou a rejeição que americanos mais moderados têm em relação ao ex-presidente.

Na busca desses votos, o republicano prometeu isentar gorjetas e aposentadorias de impostos, cortar a carga tributária geral, impor tarifas de importação generalizadas e fazer a maior deportação em massa da história americana.
 

Trump também se beneficiou da percepção de que o cenário global saiu de controle de Biden, com a eclosão de conflitos no Leste Europeu e Oriente Médio. O republicano, que alardeia ter uma boa relação com o líder russo, Vladimir Putin, disse em campanha que pretende encerrar essas guerras antes mesmo de tomar posse, em 20 de janeiro.

Europeus, especialmente, estão aflitos com o retorno do empresário. Um crítico da Otan, a aliança militar do Atlântico Norte, Trump afirmou que os EUA dão demais ao grupo, cobrando maior participação dos aliados. Um recuo americano nesse front coloca a Europa em alerta, vendo-se enfraquecida diante da ameaça russa.

Para seus apoiadores, a eleição do ex-presidente era seu destino. As duas tentativas de assassinato da qual foi alvo neste ano contribuíram para a aura de escolhido que ele já carrega entre o mundo Maga –acrônimo para Make America Great Again.

Uma eventual derrota de Trump era vista como a última grande oportunidade de o Partido Republicano buscar uma saída para sua fusão com o trumpismo. Agora, o futuro da agremiação entrelaça-se ainda mais ao movimento em torno do empresário.

Nesse sentido, as atenções estarão voltadas para seu vice, J.D. Vance, 40, que pode se tornar o herdeiro dessa base Maga.

Populista como o empresário, o jovem senador é, no entanto, uma figura mais ideológica –suas visões conservadoras evocam papéis tradicionais de gênero, isolacionismo global e denúncia da imigração como uma espécie de invasão do país.

Da perspectiva de Trump, a Presidência é também sua almejada proteção contra os processos criminais dos quais é alvo. O mais perigoso, que trata de sua suposta tentativa de reverter a derrota na eleição de 2020, é movido pelo Departamento de Justiça –um órgão que, agora, estará sob sua alçada.

Se não abrir mão do caso por iniciativa própria, o órgão deve ser ordenado a pedir o arquivamento do processo pelo novo presidente.

Um segundo processo que alega o mesmo suposto crime, mas restrito ao estado da Geórgia, também deve ir para um limbo –muitos juristas afirmam que um processo contra um presidente estaria fora da alçada da Justiça estadual.
 

Trump ainda aguarda a sentença pelo caso que foi condenado, envolvendo a atriz pornô Stormy Daniels, mas, mesmo antes de vencer a eleição, não era esperada uma punição severa, como pena de prisão.

Finalmente, um segundo caso que corre na Justiça federal já havia sido arquivado em meados deste ano por uma juíza indicada por Trump em seu primeiro mandato. Procuradores recorreram da decisão, mas, com a vitória do réu nas urnas, esse também deve ser o desfecho nas cortes.
 

(Informações da Folhapress)

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