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MATO GROSSO DO SUL Quadrilha de irmãos traficantes de Dourados é denunciada Denúncia do Ministério Público Federal mira 14 integrantes; esquema envolvia escritório de contabilidade, "recolhedor de dízimo" e cerca seis toneladas de cocaína transportadas ao longo de anos 20 AGO 2024 • POR LEO RIBEIRO • 09h17
Investigados são suspeitos de incorrer em uma série de outros crimes, como evasão de divisas, tortura, falsificação de documentos públicos e mais   Reprodução/PF

Através do Ministério Público Federal (MPF), 14 pessoas integrantes da quadrilha dos irmãos de Dourados - que enquanto recolhia dízimos, traficava cocaína - foram denunciadas pelos crimes de: organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro em Mato Grosso do Sul. 

Conforme o MPF em nota, divulgada no fim da tarde de ontem (19), esse esquema que envolve a participação até de um escritório de contabilidade em Dourados, movimentou mais de R$ 100 milhões em quatro anos, desde quando a Polícia Federal investiga o grupo. 

Em maio, como bem acompanhou a equipe do Correio do Estado, aconteceu a derrubada do esquema que nesse meio tempo já havia transportado seis toneladas de cocaína, em tráfico internacional envolvendo: 

Ainda, segundo o Ministério, a requintada loja de acabamentos de construção civil comandada pelo mais velho, era empregada como o pilar do branqueamento de capitais. 

Já as outras partes dos recursos ilícitos obtidos ia rumo ao Paraguai, entregues em casas de câmbio em Pedro Juan Caballero, sendo que transações também foram identificadas para doleiros paraguaios. 

Através das casas de câmbio era injetado capital nas empresas que eles controlavam; feito o pagamento de fornecedores de drogas, entre outras movimentações financeiras como a própria compra de bens.  

O MPF aponta que um dos irmãos cumpria pena por tráfico de drogas, graças à Operação Enigma, desdobrada ainda em 2017.

Esquema

O Ministério destaca que ao menos nove empresas estavam ligadas ao esquema, sendo: quatro construtoras; uma transportadora, além da denúncia contra a proprietária do escritório de contabilidade. 

Além de esconder a origem ilegal dos recursos, ela é apontada como suspeita de ser a "orientadora" dos clientes, sobre a melhor forma de cometer esse crime, e fraudando ainda os dados contábeis e fiscais das empresas. 

Em matéria ainda no dia das operações "Sordidum e Prime" - 15 de maio deste ano - entre os alvos foram listadas: Referência Incorporadora; Focco Imobiliária; Primeira Linha Acabamentos e Efraim Incorporadora, sendo Marcelo o sócio-proprietário dessas duas últimas citadas. 

Vale lembrar que, durante a "Sordidum e Prime", foram cumpridos 25 mandados de prisão preventiva e 11 de temporária; além de 64 mandados de busca e apreensão e o sequestro de 90 imóveis, bem como o bloqueio de bens e valores de cerca de 80 pessoas e empresas envolvidos. 

Entre os envolvimentos dos irmãos, como cita o MPF, está o Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo, e até mesmo o traficante Antônio Joaquim Mota, conhecido como “Motinha”

Em investigação, a PF aponta para a vida de alto padrão bancada pelos irmãos, com vários imóveis urbanos e rurais, veículos de luxo, empresas e criação de gados. 

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