Com estabelecimentos sendo interditados pela venda de carne sem procedência, a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon) intensificou a fiscalização e fechou três comércios em Bandeirantes.
Batizada de “Operação Bandeirantes”, a ação foi realizada nesta quinta-feira (4). Após a fiscalização, os estabelecimentos Divimar Casa de Carnes, Mercado Primos e Casa de Carnes Pantaneiros foram interditados.
Segundo a investigação da Decon, a comercialização de carne sem comprovação de origem está se tornando recorrente em todo o Estado, em razão do abate clandestino de animais.
Esse tipo de prática, em que o animal não passa pela vistoria dos órgãos responsáveis, coloca em risco a saúde da população, além de contribuir para a sonegação fiscal por parte dos comerciantes e para o descarte irregular de resíduos.
Outro ponto levantado é a concorrência desleal, já que, ao adquirir carne de forma clandestina, ela é vendida por um preço bem abaixo do praticado por estabelecimentos que seguem todas as normas sanitárias.
Em um vídeo divulgado pela polícia, é possível ver peças de carne penduradas com várias moscas ao redor, ferrugem em contato com o produto e até queijo estragado armazenado no mesmo local.
Os proprietários foram presos em flagrante e vão responder por crimes contra as relações de consumo, que incluem:
- vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em desacordo com as prescrições legais ou que não corresponda à respectiva classificação oficial;
- vender, ter em depósito para venda, expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias para consumo.
A detenção para esses crimes varia de dois a cinco anos, o que impossibilita o arbitramento de fiança nesta fase.
Outro caso
Após uma denúncia, a polícia, em ação conjunta com a Vigilância Sanitária Municipal, fiscalizou o Ponto da Carne e se deparou com 387 kg de produtos de origem animal de diversos tipos, sem procedência, na Rua Pedro Celestino, região central de Terenos.
Segundo informações da Polícia Civil, o freezer onde foram encontradas carnes congeladas — entre linguiça, carne bovina, charque e carne suína —, além de 4 litros de leite, não continha informações como:
- data de fabricação;
- origem;
- tabela nutricional;
- data de validade.
No local, em uma sala sem refrigeração, uma caixa plástica com água era usada para armazenar pedaços de carne bovina picada, que serviam para a fabricação de linguiça.
Além disso, nos fundos do açougue, a equipe verificou caixas com restos de carne e sangue em espaço aberto, o que representa grande risco de contaminação.










