Cidades

Trânsito

Autoescolas de MS não têm CNH entre as mais caras do país, diz sindicato

A pesquisa que apontou a média da primeira habilitação no Estado, no valor de R$ 4.477,95, foi considerada fora da realidade pela entidade

Continue lendo...

Após a divulgação da pesquisa que coloca Mato Grosso do Sul em segundo lugar no ranking com o preço da primeira habilitação entre os mais caros do país, o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do Estado (SindCFCMS) afirmou que o valor não condiz com a realidade.

O presidente do SindCFCMS, Henrique José Fernandes, relatou à reportagem do Correio do Estado que está em Brasília (DF), junto a outros representantes da categoria, participando de reuniões com deputados federais para alinhar apoio em torno da importância do Centro de Formação de Condutores (CFCs).

Para o presidente do sindicato, a proposta que retira a obrigatoriedade de aulas em autoescolas, apresentada pelo ministro de Estado dos Transportes, Renan Filho, tem objetivo eleitoreiro, com a finalidade de ganhar votos.

“Em relação a esses valores, eu não sei de onde eles tiraram isso, a nível nacional até. Com exceção do Rio Grande do Sul, acho que eles se baseiam nesse estado e vieram fazendo a média das outras unidades da federação, porque esses valores não existem”, afirmou Henrique.

A pesquisa Perfil do Condutor Brasileiro, do Instituto Nexus, apontou que a média da primeira CNH no Estado é de R$ 4.477,95, o que coloca MS com o segundo maior valor do país, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul, que lidera o ranking com R$ 4.951,35.

No entanto, Henrique foi enfático ao afirmar que os valores não condizem com o que é cobrado no Estado, onde, segundo ele, a média da primeira habilitação é de R$ 1.600,00 na parte que cabe à autoescola.

“Qual é a parte da autoescola? São as aulas teóricas que a gente administra e as aulas práticas. O restante do valor fica por conta das taxas do Detran, que envolvem o exame médico e o psicológico”, pontuou o presidente do SindCFCMS.

Em contato com o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), a reportagem levantou que as taxas mencionadas para a primeira habilitação (categorias A e B) ficam em R$ 818,77, valor correspondente à UFERMS de agosto de 2025.

Questionando o valor apontado pela pesquisa, o presidente do SindCFCMS afirmou que, mesmo somando o preço cobrado pela autoescola às taxas do Detran-MS, a média da primeira habilitação no Estado fica em torno de R$ 2.500,00.

“Tem cidade que é um pouco mais cara? Tem, porque a gasolina é mais cara, é longe, a despesa é maior. Então, assim, não existe esse valor de quatro mil. Não sei de onde o ministério tirou isso, e essa entidade que fez a pesquisa, não sei como conseguiu chegar a esse número.”

Para Henrique, a proposta que flexibiliza o processo da CNH está brincando com vidas, tanto na questão da segurança no trânsito quanto no setor, que, no Estado, ele estima empregar aproximadamente 6 mil profissionais.

Além da reunião da categoria com os parlamentares, ele esteve nos gabinetes dos deputados Beto Pereira (PSDB-MS) e Vander Loubet (PT-MS) pedindo apoio para os profissionais do setor.

Proposta de baratear a CNH


O ministro de Estado dos Transportes, Renan Filho, apresentou uma proposta que está em estudo e pode reduzir em até 80% o custo da primeira habilitação para categorias A e B, retirando a obrigatoriedade de o candidato passar por um Centro de Formação de Condutores (CFC).

Segundo o ministro, o atual modelo burocratiza o processo e a proposta deixa o candidato livre para escolher se quer passar pela autoescola ou realizar os exames diretamente pelo Detran. Cabe ressaltar que a novidade não elimina alguns processos.

No novo modelo, o interessado em tirar a CNH pode ter aula particular com um instrutor cadastrado devidamente no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), que pode trabalhar de forma autônoma ou lecionando para uma autoescola.

As provas teóricas e práticas continuam obrigatórias. A ideia é que as aulas teóricas sejam ministradas no modelo de Educação a Distância (EAD) e, após a preparação, o candidato será submetido à prova, conforme regulamento do Conselho Nacional de Trânsito (Contran).

O que muda?


A única alteração é que o candidato poderá escolher se deseja fazer o processo pelo Centro de Formação de Condutores. Caso opte por isso, terá acesso ao conteúdo teórico via EAD fornecido por empresas credenciadas ou pelo Conselho Nacional de Trânsito (Senatran).

Defesa da educação no trânsito


Nesta terça-feira (13) será feito o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Educação para o Trânsito e de Condutores na Câmara dos Deputados, em Brasília, encabeçada pelo deputado federal Zé Neto (PT-BA), com a presença de outros colegas de Casa e de representantes de sindicatos de autoescolas de todo o país.

O intuito da Frente Parlamentar é reforçar o papel que o Centro de Formação de Condutores tem na formação, educação e preservação da vida dos motoristas no trânsito.

“É uma frente que tem mais de 220 deputados apoiando a formação de condutores através da educação para o trânsito. A gente quer melhorar a educação, tudo bem, o processo pode ser melhorado, eu até entendo que algumas coisas poderíamos rever, mas não da maneira como o ministro está querendo fazer. Acabar com tudo não é o caminho.”

Assine o Correio do Estado

CNH

Congresso derruba veto de Lula e retoma exigência de exame toxicológico para primeira CNH

O veto é derrubado dias após a aprovação de uma reformulação no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para eliminar a obrigatoriedade de aulas

04/12/2025 21h00

Foto: Divulgação

Continue Lendo...

O Congresso Nacional rejeitou, em sessão conjunta realizada na tarde desta quinta-feira, 4, um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que barrava a exigência de exame toxicológico para os candidatos à primeira habilitação de condutores nas categorias A (motos e ciclomotores) e B (veículos de passeio).

O veto é derrubado dias após a aprovação de uma reformulação no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para eliminar a obrigatoriedade de aulas;

A exigência do exame toxicológico representa, na verdade, uma ampliação: a realização do exame já é obrigatória para motoristas das categorias C, D e E (transporte de cargas e passageiros).

Na justificativa do veto, de junho deste ano, o governo Lula argumentou que a exigência do exame para as categorias A e B aumentaria os custos para tirar a CNH, o que poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação - estimativas indicam que há cerca de 20 milhões de pessoas nessas condições.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a inclusão do artigo para prever que os condutores de todas as categorias de veículos sejam obrigados a realizar exame toxicológico para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) contraria o interesse público, pois importaria em aumento de custos para a sociedade e poderia influenciar que mais pessoas optassem por dirigir sem a devida habilitação, o que comprometeria, por consequência, a segurança viária", justificou o Planalto, no veto.

Parte dos parlamentares entendeu que o argumento, porém, ficou ultrapassado, uma vez que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editou recentemente uma resolução autorizando regras menos rígidas para acesso à CNH sem precisar cursar escolas de trânsito.

Em nota, a Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox) afirmou considerar a "derrubada do veto ao exame toxicológico obrigatório para a primeira habilitação um avanço decisivo para a segurança viária no País".

"A medida reforça uma política pública que comprovadamente tem impacto positivo na sociedade: desde 2016, quando passou a ser obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, o exame evitou ao Brasil uma perda estimada de R$ 74 bilhões em sinistralidades apenas em seu primeiro ano e permitiu que mais de 28 mil condutores inicialmente reprovados retornassem às atividades após tratamento e reabilitação", estima a entidade.

Conforme a ABTox, a decisão também reflete a vontade da sociedade: segundo pesquisa Ipec de fevereiro de 2025, 83% dos brasileiros apoiam a exigência do exame para novos condutores.

Como funciona o fim da obrigatoriedade de aulas para obter a CNH

Como mostrou o Estadão, a nova resolução para facilitar a obtenção de CNH prevê um curso teórico gratuito e digital, maior flexibilidade nas aulas práticas e permissão para que candidatos sejam acompanhados por instrutores credenciados dos Detrans, e não apenas por autoescolas.

O processo também poderá ser iniciado online, pelo site do Ministério dos Transportes ou pela Carteira Digital de Trânsito (CDT).

A mudança mira os altos custos e a burocracia que afastam milhões de brasileiros. Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) indicam que cerca de 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação, e outras 30 milhões têm idade para tirar a CNH, mas não conseguem arcar com despesas que podem chegar a R$ 5 mil O governo estima que o novo modelo pode reduzir em até 80% o custo total da habilitação.
 

EMPREENDIMENTO

Terceiro porto em município de MS terá investimento acima dos R$ 180 milhões

O novo complexo de Porto Murtinho planeja atender três cadeias estratégicas: grãos, fertilizantes e cargas diversas

04/12/2025 20h18

Continue Lendo...

A partir de 2026, Porto Murtinho terá um novo Terminal Multifuncional à beira do Rio Paraguai, com investimento previsto acima dos R$ 180 milhões. A empresa responsável pelo empreendimento será a PTP Group. O projeto recebeu o licenciamento ambiental e a licença de instalação para construção, emitidas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), durante reunião no gabinete do governador Eduardo Riedel, na quarta-feira (3).

O terceiro terminal portuário do município será construído no quilômetro 2.322 do Rio Paraguai, em uma área total de 352,5 hectares, com 9,9 hectares dedicados à fase inicial das operações. 

A estrutura foi planejada para atender três cadeias estratégicas e prevê uma capacidade de movimentação anual em torno de:

  • 1,15 milhão de toneladas de grãos;
  • 1 milhão de toneladas de cargas diversas;
  • 700 mil toneladas de fertilizantes. 

O complexo também contará com infraestrutura para expansão de silos, armazém de 20 mil toneladas e área offshore para atracação e operação de barcaças.

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), destacou que o PTP Group já atua ao longo da hidrovia do Paraguai com portos na Argentina, Uruguai e Paraguai, o que reforça a integração regional. 

“Estamos falando de um investimento que inicia obras no ano que vem e que, em um ano, já deve estar em operação. É o terceiro porto em implantação em Porto Murtinho, ampliando a capacidade da nossa hidrovia e conectando a produção sul-mato-grossense a mercados do Atlântico e do Pacífico”, afirmou o secretário.

O projeto executivo prevê execução físico-financeira distribuída em dez meses, com Capital Expenditure (CAPEX) total de R$ 181 milhões, incluindo obras civis, infraestrutura portuária e implantação dos sistemas de armazenagem e movimentação de cargas. A Licença Prévia do empreendimento já teve todo o estudo ambiental apresentado ao Imasul, e o processo segue em análise técnica.

Reunião do governador Eduardo Riedel com a delegação de Entre Ríos e a PTP / Crédito: Governo do Estado

Durante a reunião, também foi discutida a ampliação da cooperação internacional com a província de Entre Rios, na Argentina, onde o PTP Group mantém operação portuária. A intenção é fortalecer o corredor logístico entre Mato Grosso do Sul, portos argentinos e o hub de Nueva Palmira, no Uruguai, ampliando as rotas de exportação e criando alternativas de importação via hidrovia. Verruck ressaltou que essa integração também favorece o mercado boliviano, que tem aumentado sua utilização do Rio Paraguai.

O governador Eduardo Riedel propôs que os estados e províncias vizinhas criem um modelo de governança para a hidrovia similar ao desenvolvido na Rota Bioceânica. A ideia é instalar um fórum de governadores subnacionais para tratar conjuntamente de infraestrutura, regulação e expansão das operações ao longo do Rio Paraguai.

Paralelamente, Brasil e Paraguai avançam nas tratativas finais para permitir que, já no próximo ano, seja lançada a primeira licitação hidroviária do trecho entre Corumbá e Porto Murtinho, medida considerada essencial para elevar a navegabilidade e garantir sustentabilidade ao corredor logístico.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).