Cidades

MEIO AMBIENTE

Incêndio no Pantanal consumiu R$ 204,8 milhões entre prejuízos e ações de combate

Pesquisadores indicaram que ações efetivas envolvem políticas e recursos que favoreçam comunidades e proprietários rurais

Continue lendo...

Em todo o 2024, mais de 897 mil hectares foram devastados no Pantanal pelos incêndios, e a situação segue para quase 6% do território atingido, de acordo com dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais  da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/URFJ). Esse fogo deixa um rastro de prejuízo ambiental e econômico. Em valores, as cifras que o fogo consumiu do poder público federal e estadual e da iniciativa privada ultrapassam os R$ 204,8 milhões.

O fogo no Pantanal neste ano tem queimado desde janeiro e a situação agravou-se em junho. Ainda assim, os incêndios não terminaram e o período mais crítico, conforme prognóstico, é para agosto e setembro. 

Em nota técnica da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), os prejuízos para a agropecuária pantaneira alcançaram R$ 17.247.666,86 para um período de pouco mais de dois meses (10 de abril a 12 de junho). 

O documento do governo do Estado não averiguou, por exemplo, o período mais crítico, quando em todo o mês de junho os incêndios queimaram 434 mil hectares no Pantanal, nem o registro de danos em janeiro, quando foram queimados mais de 127 mil hectares. Com isso, a apuração de prejuízos tende a ser bem superior. 

Os dados foram apurados em nota técnica número 1, de 2024, que averiguou os impactos das queimadas para a agropecuária pantaneira e seu entorno da Safra de Verão 2024. 

“Os prejuízos provocados pelos incêndios são expressivos, tanto no que se refere aos aspectos ambientais quanto às perdas econômicas, e estão relacionados a diversos componentes, entre eles a vegetação, o solo, a fauna, os bens materiais e a vida humana, e que a análise dos focos de calor detectados por meio do satélite AQUA_M-T”, definiu a Semadesc, em nota. 

Esse estudo gerou dado técnico para a declaração de situação de emergência no Estado, decretada em 21 de junho e com validade por 180 dias, ou seja, até dezembro.

A gravidade dos danos do fogo exigiu que o governo federal realizasse liberação de recursos extraordinários para tentar conter o avanço das chamas e aumento dos prejuízos. 

Por meio de medida provisória, número 1.241/2024, houve a liberação de R$ 137,6 milhões para serem gastos pelos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança Climática, Justiça e Segurança Pública, além da Defesa. 

Quem mais recebeu recurso de forma única foi o Ministério da Defesa, com R$ 59,7 milhões para custear aquisição de bens de consumo e de investimento, contratação de serviços e outras necessidades logísticas e operacionais.

As Forças Armadas, com Marinha, Exército e Aeronáutica estão com aeronaves empenhadas para fazer combate direto dos incêndios e transporte de pessoal. Nessa tentativa de controlar as chamas, está em uso o modelo KC-390, uma aeronave produzida nacionalmente pela Embraer e pela primeira vez está sendo usada para combate ao fogo.

O KC-390 chegou em Corumbá dia 28 de junho e segue no aeroporto da cidade desde então. O avião tem capacidade de dispersão de 12 mil litros de água de uma única vez ou parceladamente. Isso equivale a cerca de 5 aeronaves menores, do tipo air tractor. 

De forma dividida, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) receberam, respectivamente, R$ 38,1 milhões e R$ 34,1 milhões. 

Esse crédito foi voltado para contratação de brigadistas pelo Prevfogo/Ibama, aquisição de equipamentos de proteção individual e combate, pagamento de despesas de diárias e passagens, além de locação de meios de transporte. 

O órgão que recebeu menor quantidade de recursos neste momento foi o Ministério da Justiça, com R$ 5,7 milhões. A maior parte desse dinheiro foi direcionada para a Polícia Federal realizar fiscalizações, com gasto nas despesas de mobilização para vistorias, além de manutenção e abastecimento de viaturas, helicópteros, aviões, bem como deslocamento de pessoal.

Esse volume financeiro gasto para tentar conter os incêndios ainda pode ter as cifras aumentadas, conforme a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alegou em uma das visitas que fez a Corumbá, neste mês. 

“O presidente Lula disse o seguinte: contrate o número de brigadistas que for suficiente, gaste o que tiver que gastar para preservar o meio ambiente do Pantanal, que não é um patrimônio pessoal de Mato Grosso do Sul, é um patrimônio do Brasil”, afirmou Marina.

O governo de Mato Grosso do Sul vem divulgando que a mobilização contra os incêndios no Pantanal consumiu R$ 50 milhões. 

“Nós, quando estamos falando aqui de R$ 200 milhões, [cerca de] R$ 150 milhões do governo federal, até agora, e mais R$ 50 milhões do governo do Estado desde 2019, não é um volume de recursos desprezível. Somos uma potência ambiental. Isso tem valor na diversidade, tem valor na contenção e na mitigação de crédito de carbono. Isso tem valor na nossa cultura, assim como tem as nossas atividades econômicas tradicionais”, defendeu o governador Eduardo Riedel (PSDB), neste mês.

PREVENÇÃO

Uma análise publicada na Brazilian Journal of Biology, em 2022, elaborada por pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap/ICMBio), Prevfogo/Ibama e Embrapa Pantanal, mostrou que o atual cenário tem como causa a quantidade de água nas planícies e nos rios sendo reduzida, resultado de uma estiagem extrema no solo e na vegetação. 

Esse cenário ocorre por conta do desmatamento e o uso em larga escala do fogo na Amazônia, que vem mudando o ciclo hidrológico e reduzindo as chuvas. 

E apesar dos aportes milionários já feitos agora em 2024, o que os pesquisadores sugeriram em 2022 que é preciso que os governos incentivem as ações envolvidas na prevenção e na conservação. 

Foram apontadas cinco medidas urgentes que ainda não estão em efetiva execução: monitoramento contínuo para detecção precoce do fogo e do risco de fogo; manter brigadas em áreas estratégicas com atuação contínua; programas de educação ambiental sobre o uso do fogo; reforço das regras de uso do fogo; e implementação de um centro especializado de resgate de animais selvagens.

Além desses pontos, os pesquisadores reportaram a necessidade de políticas a médio prazo para engajar proprietários rurais e comunidades. 

“Incentivos tributários e outras medidas voltadas para remunerar os serviços ambientais e na conservação da biodiversidade devem ser aplicados para engajar proprietários rurais e comunidades para que haja o uso sustentável do meio e das práticas de conservação”, disseram os pesquisadores no estudo The Pantanal is on fire and Only a sustainable agenda can save the largest wetland in the world. 

“O futuro do Pantanal depende fortemente de estratégias que conectam economia, conservação da biodiversidade e conservação das culturas tradicionais”, alertaram.

Assine o Correio do Estado

Cidades

Após deixar presídio, Brazão ja cumpre prisão domiciliar em casa

De acordo com informações inicias, Brazão já está em sua residência na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro

13/04/2025 12h00

Após deixar presídio de Campo Grande, Brazão cumpre prisão domiciliar em sua casa no RJ

Após deixar presídio de Campo Grande, Brazão cumpre prisão domiciliar em sua casa no RJ Divulgação STF

Continue Lendo...

O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, já está em sua residência na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio de Janeiro, cumprindo prisão domiciliar. As informações são do portal CNN.

Após 385 dias detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), Brazão deixou a unidade na tarde de sábado (12), após o ministro Alexandre de Moraes autorizar a substituição da prisão preventiva pelo regime domiciliar. A decisão foi motivada por um laudo médico que apontou agravamento em seu quadro de saúde, incluindo doenças cardíacas, diabetes, hipertensão, insuficiência renal e episódios de angina. 

A defesa do parlamentar havia solicitado a prisão domiciliar alegando que o sistema prisional não oferecia condições adequadas para o tratamento de suas comorbidades, especialmente a necessidade de uma cirurgia cardíaca.

Agora em casa, Brazão está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e deve cumprir uma série de restrições impostas pelo STF, como a proibição de acessar redes sociais, conceder entrevistas à imprensa, receber visitas que não sejam de familiares ou advogados, e manter contato com outros investigados no caso Marielle.

Paralelamente, a defesa do deputado enfrenta duas frentes jurídicas: busca barrar o processo de cassação de seu mandato na Câmara dos Deputados e tenta sua absolvição no processo criminal que tramita no STF, também sob relatoria do ministro Moraes.

Durante o período em que esteve preso em Campo Grande, a família do parlamentar ficou hospedada em um hotel na cidade e retornou com ele ao Rio de Janeiro neste domingo (13).

Prisão em Campo Grande 

Chiquinho Brazão chegou a Campo Grande em 27 de março de 2024, após ser transferido do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande. A transferência ocorreu três dias após sua prisão, em 24 de março de 2024, sob a acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018 no Rio de Janeiro.

A decisão de transferi-lo para Campo Grande visava separá-lo de seu irmão, Domingos Brazão, também acusado no caso e enviado para o presídio federal de Porto Velho. Essa estratégia tinha como objetivo evitar comunicação entre os investigados e facilitar as investigações. 

Durante sua permanência em Campo Grande, Chiquinho Brazão enfrentou problemas de saúde, incluindo hipertensão, diabetes e doenças cardíacas. Em fevereiro deste ano, ele foi submetido a um cateterismo no Hospital do Coração, na capital sul-mato-grossense, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Caso Marielle Franco

O deputado chegou no final da manhã de 27 de março de 2024 a Campo Grande, onde ficou preso no presídio federal da Capital, em uma cela de 7 m².

Ele é acusado de ter sido um dos mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

O parlamentar foi preso no dia 24 de março de 2024, após autorização do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre o crime.

Além dele, seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, também foram presos.

Acusações

Após as delações de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz (que dirigiu o veículo que levou o atirador), a Polícia Federal concluiu que os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão contrataram o ex-policial militar Ronnie Lessa para executar a vereadora Marielle Franco, em 2018. O motorista dela, Anderson Gomes, também foi morto.

Para a PF, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da parlamentar aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que tem ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio.

Segundo a PF, Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, “planejou meticulosamente” o crime.

Conforme o relatório, as tratativas ocorreram de forma clandestina e em breves encontros, em locais desertos.

A primeira reunião ocorreu em 2017, quando, segundo a PF, os irmãos Brazão contrataram Edmilson Macalé, um miliciano que atua na Zona Oeste do Rio. Foi ele quem convidou Ronnie Lessa para participar do crime.(Com agências)

**Com Laura Brasil**

Assine o Correio do Estado

Cidades

Carreta carregada com toras de eucalipto tomba na MS-134

Acidente aconteceu no fim da tarde deste sábado (12); motorista foi encaminhado ao hospital com traumatismo craniao

13/04/2025 11h30

Carreta carregada com toras de eucalipto tomba na MS-134

Carreta carregada com toras de eucalipto tomba na MS-134 Divulgação

Continue Lendo...

Um rodotrem que transportava toras de eucalipto tombou na noite deste sábado (12), na rodovia MS-134, no trecho que liga Nova Andradina a Batayporã. O acidente aconteceu próximo à entrada do Jardim Tropical, em Nova Andradina.

De acordo com informações do Corpo de Bombeiros Militar, que atendeu a ocorrência, o acidente ocorreu por volta das 18h. No momento do chamado, os socorristas enfrentaram dificuldades para chegar até o local devido a um grande engarrafamento na rotatória que dá acesso a Batayporã.

No local, os bombeiros encontraram o rodotrem tombado, interditando totalmente a pista. As toras de eucalipto se espalharam pela via, agravando ainda mais a situação.

A única vítima do acidente foi o motorista do veículo, um homem de 60 anos. Ele sofreu um traumatismo cranioencefálico (TCE) leve e apresentava dores nos membros inferiores. Após os primeiros atendimentos, foi encaminhado ao Pronto-Socorro do Hospital Cassems para avaliação médica.

A Polícia Militar Rodoviária (PMR) esteve no local, sinalizou a via e organizou o tráfego, liberando o trânsito pela contramão da pista oposta. No momento do acidente, chovia intensamente, o que pode ter contribuído para o ocorrido.

A remoção do veículo e a limpeza da pista devem ocorrer apenas neste domingo (13), devido à dificuldade de acesso, à baixa visibilidade noturna e à necessidade de retirada das toras espalhadas.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail marketing@correiodoestado.com.br na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).