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Manifestantes protestam contra PEC da Blindagem e Anistia em Campo Grande

Ato mobilizou neste domingo (21) manifestantes em várias capitais contra a blindagem de parlamentares e a anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro

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Manifestantes contrários à PEC da Blindagem e à Anistia marcaram presença no ato deste domingo (21), com concentração na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande. O ato ocorre simultaneamente em várias capitais do país.

O protesto acontece em ao menos 33 cidades e 22 capitais, tendo como pauta a PEC da Blindagem, como ficou popularmente conhecido o projeto de lei (PL) aprovado na última terça-feira (16) na Câmara Federal.

Durante a concentração, os manifestantes entoavam gritos de: “Não tem blindagem, não tem perdão, eu quero ver o Bolsonaro na prisão”. Na sequência, eles seguiram pela Rua 14 de Julho.

O militante da Unidade Popular, Douglas Soares, de 25 anos, em conversa com a reportagem, destacou que a presença da população nas ruas é essencial, em vista do cenário político que o país atravessa.

“A gente teve, há cerca de quase três anos, um ataque à nossa democracia, com os ataques golpistas promovidos pelos partidos fascistas, pelo [ex-presidente] Bolsonaro e pelos generais golpistas. E, neste momento, estão pautadas tanto a PEC da Anistia quanto a PEC da Blindagem, que a gente está popularmente chamando de PEC da ‘Bandidagem’, porque blinda os congressistas, deputados, senadores, de qualquer tipo de investigação e punição”, pontuou Douglas Soares.

Também foram distribuídos panfletos do Plebiscito Popular por um Brasil mais Justo, que a pessoa pode responder se é favorável à escala 6x1 e se quem ganha mais de R$ 50 mil deve pagar mais imposto de renda, isentando quem recebe até R$ 5 mil.

O ex-candidato à prefeitura de Campo Grande, Luso Queiroz, do PSOL, destacou que a luta é contra a anistia ampla que, segundo ele, não envolve apenas a manifestante presa Débora do Batom (Débora Rodrigues dos Santos), mas termina abrangendo também os envolvidos em financiar os protestos.

“Uma anistia que vai além, que alcança patrocinadores, inclusive o crime organizado. E aí entra a PEC da Blindagem, que é dar aos deputados federais, aos presidentes de partidos e aos senadores uma benevolência a mais. Além disso, o Supremo Tribunal Federal, sendo o único a permitir uma investigação ou condenação, [teria o parlamento] com o privilégio de ser ao mesmo tempo investigador e juiz”, disse Luso.

Presente na mobilização, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) fez duras críticas ao Congresso Nacional, que, segundo ela, está pautando uma agenda que atende aos interesses do ex-presidente.

“Estamos vendo uma barbaridade, reflexo da condenação do Bolsonaro. A importância da condenação não está na pessoa do condenado, mas na simbologia da fortaleza das instituições brasileiras. Somos capazes de julgar com as mesmas regras, com os mesmos tribunais, com a mesma justiça qualquer pessoa — seja alguém que cometeu um furto ou assalto, seja alguém que organizou um golpe contra a democracia e as eleições”, pontuou a vereadora.

Com a presença da Polícia Militar, os manifestantes param a caminhada quando a sinalização semafórica fecha e tomam a rua para erguer cartazes. Após a liberação, seguem o percurso entoando palavras de ordem.

Crédito: Marcelo Victor / Correio do Estado

Entenda

Após passar pela Câmara, o PL da PEC da Blindagem seguiu para o Senado Federal. Pelo texto, a proposta amplia a proteção a deputados, senadores e presidentes de partidos, dificultando a investigação e o julgamento criminal de parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal. Segundo o texto, para que o STF investigue um parlamentar, é necessária autorização da Câmara Federal ou do Senado.

Dos 513 deputados, 482 votaram, sendo 314 a favor do voto secreto e 168 contra o voto secreto. Veja como votou cada deputado federal de MS:

A FAVOR

  • Beto Pereira (PSDB)
  • Dagoberto Nogueira (PSDB)
  • Luiz Ovando (PP)
  • Marcos Pollon (PL)
  • Rodolfo Nogueira (PL)

CONTRA

  • Camila Jara (PT)
  • Vander Loubet (PT)
  • Geraldo Resende (PSDB)

Outra pauta levantada é a crítica à proposta de anistia que tramita no Congresso Nacional. Ela trata do perdão de crimes para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, podendo inclusive restaurar os direitos políticos daqueles que perderam o mandato em decorrência desses atos. Em uma versão mais ampla, pode alcançar o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e os envolvidos na trama golpista.

 

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Lula diz ser amigo de Motta e Alcolumbre e ter confiança de que Messias será aprovado no Senado

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia

16/12/2025 13h45

Foto: Divulgação

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ser "amigo" dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Em entrevista ao SBT News, Lula foi indagado sobre o que aconteceu na relação com os dois presidentes. "Não aconteceu nada. Nada. Eu sou amigo do Davi, eu sou amigo do Hugo Motta", respondeu. Na sequência, ele destacou que o governo aprovou "99% de tudo que nós mandamos para o Congresso Nacional".

"Nunca, nos meus dois primeiros mandatos, eu aprovei a quantidade de coisas que eu aprovei agora num Congresso totalmente adverso", afirmou, adicionando que tem minoria tanto na Câmara quanto no Senado.

Para garantir as aprovações de projetos do governo pelo Congresso, ele afirmou que houve "o milagre da democracia, o milagre da conversa, o milagre de esgotar os argumentos até o final para a gente poder convencer as coisas". E disse não ter mandado nenhum projeto de interesse pessoal ou de interesse de um grupo.

"Todos os projetos que nós mandamos foram projetos de interesse da sociedade brasileira e de interesse do Brasil", sustentou. Ele exemplificou que o País esperava há 40 anos uma reforma tributária, "e nós fizemos a reforma tributária com esse Congresso adverso".

"Nem sempre você consegue 100% de tudo que você quer, mas nem tudo você perde. Ou seja, você ganha aquilo que é essencial para melhorar a vida do povo brasileiro", completou.

Operação na Câmara dos Deputados

Lula também foi perguntado sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino que determinou uma operação dentro da Câmara dos Deputados contra a responsável pela distribuição das emendas parlamentares, Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL). O petista lembrou que "quase todos" os ministros do STF foram indicados por ele.

"Se eu tivesse interferência na Suprema Corte, eu teria ficado preso 580 dias? A verdade é que a Suprema Corte é totalmente independente e autônoma e é bom que seja assim. O Presidente da República não tem e não quer ter interferência sobre os votos dos ministros da Suprema Corte, como eu não quero que eles tenham interferência nas coisas que eu faço", prosseguiu.

Ele disse que as decisões dos ministros em investigações do Supremo "é um problema que só cabe ao ministro. O presidente da República não tem nem como dar opinião sobre isso". Lula ainda pontuou que "as pessoas se esquecem que foram fazer busca e apreensão" na casa dele.

Por fim, ele disse respeitar as decisões da Câmara, do Senado e da Suprema Corte, "e eu quero que eles façam comigo o mesmo que eu faço com eles". "Respeito a autonomia de cada ente federado, de cada instituição brasileira", emendou.

Confiança na aprovação de Jorge Messias

O presidente respondeu afirmativamente à pergunta sobre se ainda acredita que o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, será ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias foi indicado ao cargo em 20 de novembro, na vaga deixada pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso. No entanto, a sabatina e votação do nome de Messias pelo Senado foram postergados para 2026, ante a resistência do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia a indicação do também senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

"Eu acredito, estou trabalhando para isso, o Messias está trabalhando para isso. E eu não indiquei uma pessoa qualquer, eu indiquei um advogado muito competente, um advogado-geral da União extraordinário, que demonstrou ao longo do tempo seriedade e serenidade no jeito de advogar e defendeu o Estado brasileiro como poucos defenderam", afirmou.

"Ele (Messias) merece estar lá, como o Fernando Henrique Cardoso indicou o Gilmar Mendes, como eu indiquei o Toffoli. E eu acho que ele vai ser um bom ministro da Suprema Corte", completou.

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BOI, BALA E BÍBLIA

Em MS, agro, segurança e evangélicos divergem sobre voo de Flávio Bolsonaro

Setores que deram sustentação ao ex-presidente Bolsonaro no Estado agora destoam da pré-candidatura do filho dele

16/12/2025 08h20

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não é um consenso entre os três grupos bolsonaristas do Estado

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não é um consenso entre os três grupos bolsonaristas do Estado Carlos Moura/Agência Senado

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A pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República está provocando divergência entre representantes do agronegócio, da segurança pública e dos evangélicos em Mato Grosso do Sul, justamente os setores que deram sustentação ao governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

No caso do Estado, os representantes desses três grupos destoam sobre a capacidade eleitoral do filho de Bolsonaro para impedir a reeleição do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente na comparação com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é apontado como o nome mais forte da direita para concorrer à Presidência em 2026.

O deputado estadual Antonio Vaz (Republicanos), um dos representantes dos evangélicos em Mato Grosso do Sul, disse ao Correio do Estado que o nome do governador Tarcísio de Freitas “é mais leve, equilibrado e competente”. “Além disso, ele governa o maior estado do Brasil em número de habitantes, onde tem feito um grande trabalho, sendo bem mais preparado do que o senador Flávio Bolsonaro”, ressaltou.

Para o parlamentar, a maior parte dos evangélicos sul-mato-grossenses que apoia o nome do ex-presidente Bolsonaro está dividida entre o filho dele e o nome de Tarcísio. “No entanto, olhando no geral, o nome do governador de São Paulo ganha longe”, assegurou.

Já o vereador Herculano Borges (Republicanos), que também é uma das lideranças dos evangélicos no Estado, comentou que, caso Flávio Bolsonaro consiga construir alianças sólidas com lideranças evangélicas influentes e demonstre compromisso firme com as pautas conservadoras que o segmento valoriza, é muito provável que alcance uma ampla adesão de apoio.

“Porém, tanto o filho do ex-presidente quanto o governador Tarcísio de Freitas têm suas qualidades e estão aptos para o cargo de presidente do Brasil. Na minha opinião, mais importante do que defender o nome de um ou do outro é que estejam juntos para um propósito maior, que é o de não dividir a direita”, argumentou.

SEGURANÇA PÚBLICA

O deputado estadual Coronel David (PL), que faz parte da bancada da segurança pública, disse que tem acompanhado algumas publicações da grande imprensa nacional que tentam criar a narrativa de que integrantes das bancadas de segurança pública, evangélica e do agronegócio estariam contra o nome de Flávio Bolsonaro a presidente. “É preciso colocar as coisas no devido lugar”, declarou.

Na opinião dele, essas manifestações não representam a maioria. “A ampla maioria desses parlamentares, assim como milhões de brasileiros, queria Jair Bolsonaro como candidato. O que existe hoje é uma realidade imposta por uma perseguição política implacável, que o impede, neste momento, de disputar a eleição”, detalhou.

Diante desse cenário, conforme o parlamentar, Flávio Bolsonaro surge como o nome mais preparado para dar continuidade ao projeto do pai.

“O senador representa o legado do presidente Jair Bolsonaro, conhece profundamente as pautas da segurança pública, da liberdade religiosa e do setor produtivo, tendo plena capacidade de liderar esse campo político”, assegurou.

Coronel David reforçou o apoio à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República. O vereador André Salineiro (PL), que é policial federal, reconhece que dentro da segurança pública há várias opiniões diferentes sobre a questão.

“Na minha opinião, muitas coisas ainda estão por vir até março do próximo ano, que é quando se abre a janela partidária e as chapas tendem a se definir. Não tenho nada contra os nomes de Flávio Bolsonaro e de Tarcísio de Freitas, sendo ambos fortes para representar a direita em 2026”, afirmou.

AGRONEGÓCIO

Nomes do setor afirmam que Flávio é visto como figura lateral, sem atuação consistente em agendas consideradas prioritárias pelo agronegócio, como crédito rural, regularização fundiária e abertura de mercados, enquanto Tarcísio tem serviços prestados na área.

Quando foi ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, foi responsável por apresentar o Plano Nacional de Logística à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Para o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, independentemente de quem seja o pré-candidato a presidente da República da direita, Flávio Bolsonaro ou Tarcísio de Freitas, o importante é a união do grupo.

“Em 2026, é preciso que a direita esteja unida. Para o agro do Estado, qualquer um dos dois seria um bom nome, o que mais me preocupa é não termos uma frente ampla de direita, seja quem for o candidato”, finalizou.

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