Dois dias após a paralisação dos motoristas do transporte coletivo motivada pelo atraso no pagamento do vale, o valor continua em atraso. A informação e do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio Freitas.
Segundo ele, há possibilidade de nova paralisação nos próximos dias caso o pagamento não ocorra, entretanto, a decisão de parar ou não e a data específica será definida em uma assembleia geral marcada para acontecer na segunda-feira (27). "Se na assembleia, a paralisação for aprovada por maioria, aí sim teremos uma data, mas tudo dentro da legalidade", disse.
Conforme divulgado pelo Correio do Estado, na quarta-feira (22), as ruas de Campo Grande amanheceram sem os ônibus do transporte coletivo. Na ocasião, os motoristas retardaram em uma hora e meio o início das atividades em protesto ao atraso no pagamento do adiantamento salarial que normalmente é feito no dia 20 de cada mês.
O atraso no pagamento do chamado vale, da ordem de R$ 1,3 mil, atingiu o bolso de cerca de mil trabalhadores, segundo Demétrio de Freitas. "Infelizmente o consórcio não fez esse depósito. Esperamos até ontem e fomos informados que não iam pagar e não havia data definida para efetuar esse pagamento. Por isso tomamos essa iniciativa de fazer esse protesto hoje pela manhã", afirmou o presidente do sindicato.
Ainda de acordo com a reportagem, o protesto e a ameaça de greve por tempo indeterminado coincide com as reivindicações, inclusive por meio da Justiça, dos proprietários das empresas pelo reajuste da tarifa, que desde o dia 24 de janeiro está em R$ 4,95. Os empresários reivindicam reajuste da ordem 26%, o que elevaria a tarifa para R$ 6,17.
O aumento da tarifa técnica do transporte põe ainda mais pressão sobre o poder público, uma vez que Prefeitura de Campo Grande e o governo do estado de Mato Grosso do Sul subsidiam a operação e estão inadimplentes no pagamento do subsídio.
Um aumento da tarifa técnica pode elevar ainda mais o valor a ser repassado como subsídio, ou então, fazer com que a prefeita Adriane Lopes (PP) tome a impopular medida de subir o preço da passagem paga pelo usuário.
O Correio do Estado entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande, questionando quais serão as medidas adotadas pelo Poder Executivo diante da possibilidade de uma nova paralisação do transporte coletivo, mas té o fechamento dessa reportagem, não obteve retorno. O espaço segue aberto.


