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MS pode ter pedágio em mais três rodovias que ligam o Estado a São Paulo

Enquanto governo pavimenta estradas com recursos do BNDES, estudo de fluxo de veículos será feito nas BRs 262 e 267 e na MS-040

Um empréstimo de R$ 2,370 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Mato Grosso do Sul vai preparar vias estaduais para um grande projeto para conceder à iniciativa privada duas rodovias federais e uma rodovia estadual que

Um empréstimo de R$ 2,370 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Mato Grosso do Sul vai preparar vias estaduais para um grande projeto para conceder à iniciativa privada duas rodovias federais e uma rodovia estadual que - Foto: Gerson Oliveira

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Um empréstimo de R$ 2,370 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a Mato Grosso do Sul vai preparar vias estaduais para um grande projeto para conceder à iniciativa privada duas rodovias federais e uma rodovia estadual que ligam Campo Grande ao estado de São Paulo: as BRs 262 e 267 e a MS-040. Com isso, o Estado deve ter mais três rodovias com praças de pedágio, além da BR-163.

Os recursos devem financiar melhorias na MS-040 e em vias estaduais que interligam essas três rodovias, apurou o Correio do Estado.

O governo tem interesse em licitar a MS-040 e a BR-262 e, para isso, inicia nos próximos dias o levantamento do fluxo de veículos nas vias. A informação foi dada pelo titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante evento em Ribas do Rio Pardo.

"O governador Eduardo Riedel determinou que a gente fizesse os estudos de fluxos de veículos na BR-262, na MS-040, que liga Campo Grande a Bataguassu, e da BR-267, que liga Nova Alvorada [do Sul] a Bataguassu, visando a uma possível concessão. Nós vamos trabalhar paralelamente ao governo federal, tentando modelar [a logística], porque é uma medida urgente", disse Verruck.

A forma com que essa concessão será feita, se pelo governo federal ou estadual, ainda não foi divulgada, no entanto, o governador Eduardo Riedel (PSDB) já havia demonstrado interesse na forma de delegação da concessão, como o governo do Paraná está fazendo com as rodovias federais a partir deste mês. 

A BR-267, que liga Nova Alvorada do Sul a Bataguassu a partir da BR-163, está prevista para integrar a concessão de um dos lotes da BR-163 e pode até mesmo ser incluída na negociação com a CCR MSVia, caso a operadora manifeste o desejo de continuar com a concessão. 

Ainda segundo o titular da Semadesc, o projeto para a duplicação da BR-262 será custeado com recursos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

"Foi colocado no PAC o projeto da BR-262, a elaboração do projeto, que é o primeiro passo para fazer uma duplicação de Anastácio até Três Lagoas", comentou.

FINANCIAMENTO

O governo do Estado ontem pediu autorização à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para financiar R$ 2,370 bilhões por meio do BNDES para asfaltar e recuperar rodovias estaduais.

Ao todo, serão pavimentadas 11 rodovias, e outras 5 serão recuperadas com os recursos do empréstimo. Entre elas está a MS-276, onde haverá a restauração entre Indápolis e Deodápolis.

O pedido para autorizar a operação de crédito vai tramitar em regime de urgência na Casa de Leis.

Em justificativa enviada com o projeto de lei, o governador Eduardo Riedel afirma que a operação de crédito é de baixo risco, pois tem condições facilitadas, juros reduzidos e prazo de amortização consideravelmente maior em relação às outras instituições financeiras nacionais, "sendo realizado em moeda nacional, o que imuniza o Estado do risco cambial inerente às operações de crédito internacionais". 

O Correio do Estado apurou que as rodovias que devem entrar nos planos da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog) estão próximas de dois grandes eixos de desenvolvimento planejados para o Estado: na região leste, perto das grandes indústrias de celulose, e também na região sudoeste, para contribuir com ligações com a Rota Bioceânica. 

A MS-134, rodovia que liga o distrito de Casa Verde, na BR-267, à cidade de Santa Rita do Pardo, destino final da MS-040, é uma das rodovias a serem recuperadas.

A MS-040, rota alternativa entre Campo Grande e o estado de São Paulo, poderá ter obras de alargamento de pista e de prevenção de acidentes envolvendo animais silvestres bancadas pelo dinheiro do empréstimo. 

O empréstimo marca o retorno de uma política do BNDES que não era vista desde o governo de Dilma Rousseff (PT), quando o banco deixou de financiar grandes projetos de infraestrutura. 

Com os juros baixíssimos, "um presente de pai para filho" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme uma fonte disse ao Correio do Estado, o governo estadual deve acelerar suas obras de infraestrutura, deixando os recursos (que não são poucos) do Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul (Fundersul) para outros projetos. No segundo trimestre deste ano, o Fundersul teve receita de R$ 445,9 milhões, ante despesas de R$ 405,4 milhões. 

VALOR SEMELHANTE

Curiosamente, os recursos do BNDES a que o governo de Mato Grosso do Sul terá acesso, caso a Assembleia Legislativa autorize, são muito semelhantes ao montante de R$ 2,319 bilhões que o banco havia liberado em 2015 para a CCR MSVia para duplicar toda a BR-163, ainda na gestão de Dilma Rousseff.

A partir de 2017, já no governo de Michel Temer (MDB), a operação de crédito e os repasses foram suspensos, assim como a duplicação da rodovia que atravessa Mato Grosso do Sul de norte a sul. Foi o início do descumprimento do contrato firmado entre a CCR e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

INTERIOR

Licença para fábrica da Bracell deve sair até final do ano

Audiência pública no fim de maio subsidiará a decisão quanto ao licenciamento ambiental da planta em Bataguassu

16/04/2025 12h59

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses Reprodução/Internet

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Pelas reuniões planejadas pelo chamado Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA), a expectativa é que o esperado licenciamento ambiental para a fábrica de celulose da Bracell em Bataguassu, que fica longe cerca de 309,9 km de Campo Grande, saia até o último mês deste 2025. 

O fato veio à tona com o anúncio da audiência pública de apresentação de Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), marcada para o dia 29 de maio, referente ao licenciamento ambiental para a implantação da unidade pela MSFC FLorestal já protocolado no Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). 

Esse mesmo estudo, como abordou recentemente o Correio do Estado, revela que o investimento atualizado previsto é cerca de 30% menor que o esperado, saindo da ordem de R$ 23 bilhões - quando a fábrica ainda era prometida para Água Clara - para atuais R$ 16 bilhões

Com o Conselho presidido pelo também secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck cita que a próxima audiência pública é considerada fundamental para o processo de licenciamento. 

"Após a realização da audiência, o Imasul dá sequência ao processo e encaminha a solicitação para que o Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) aprecie o pedido", afirmou o titular da Semadesc, Jaime Verruck.

De olho no calendário de reuniões do Ceca, há a previsão de análise do pedido de licenciamento da Bracell até um mês após a audiência, para entrega da Licença Prévia ainda este ano, até dezembro. 

Após apresentação e posterior intervalo, a audiência pública de 29 de maio será aberta para resposta de perguntas previamente cadastradas, para as quais os interessados já podem se inscrever CLICANDO AQUI

Feita no ginásio de esportes do Centro Educacional Juventude do Amanhã (CEJA), em Bataguassu, a audiência terá transmissão ao vivo e poderá ser acompanhada pelo canal da Imasul no Youtube. 

Bracell em Bataguassu

Loge cerca de 9 km da área urbana, a instalação neste ponto do município irá facilitar a captação de água - onze milhões de litros de água por hora - diretamente do Rio Paraná, distante cerca de quatro quilômetros da fábrica, o que dispensará a construção de barragens para benefício da unidade. 

Estimando consumir 12 milhões de metros cúbicos de eucalipto por ano, a capacidade anual de produção da chamada celulose kraft é calculada em torno de 2,92 milhões de toneladas, em caso de trabalho sem parada geral. 

Há ainda a possibilidade de operar em modelo combinado, com 1,46 milhão de toneladas de celulose kraft e 1,14 milhão do tipo solúvel, um total aproximado de 2,6 milhões de toneladas ao ano. 

Mesmo sem data de início anunciada, o estudo indica que as obras devem se estender ao longo de 38 meses, sendo quatro para os trabalhos de terraplanagem e 34 para a construção da fábrica propriamente dita. 

Conforme a previsão, a celulose deve ser escoada por caminhões, pela MS-395 e a BR-158, margeando o Rio Paraná, até a ferrovia que passa em Aparecida do Taboado. De lá, seguirá por ferrovia até o porto de Santos.

O titular da Semadesc, em nota, destacou o desenvolvimento estadual atual, marcado pela chegada da quinta fábrica da Arauco, no município de Inocência, longe cerca de 337 km de Campo Grande, além de apontar o reconhecimento "pelo excelente ambiente de negócios e segurança jurídica"

"Detemos 24% da produção brasileira, temos a segunda maior área de eucalipto cultivado e lideramos a produção de madeira para a indústria de papel e celulose. Tudo isso torna o Estado um terreno fértil para investimentos globais", concluiu Verruck. 

 

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Cidades

STF revalida provas e casal condenado por tráfico volta para cadeia em MS

Sentença reativada estabeleceu pena de 9 anos e 4 meses de reclusão para Maisa e 8 anos e 6 meses de reclusão para Mateus. 

16/04/2025 12h45

JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL

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Em atendimento a recurso extraordinário apresentado pela 10ª Procuradoria de Justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu a condenação do casal Mateus da Silva Messias (26) e Maisa Aparecida Rodrigues (34), pela prática do tráfico de drogas, na cidade de Nova Alvorada do Sul. A decisão, proferida pelo Ministro Dias Toffoli, que reconheceu as provas obtidas durante a busca domiciliar, que anteriormente havia sido anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a pedido da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul.  

Ao conceder o recurso ao MPMS, o Ministro Dias Toffoli destacou que a ação policial foi fundamentada em razões concretas e não violou a Constituição Federal, validando, assim, a sentença condenatória original.  

“Não visualizo que houve abusos do poder do Estado, aptos a tornar ilícita as provas colhidas e posterior condenação dos recorridos”, diz o texto do STF. 

A sentença reativada estabeleceu pena de 9 anos e 4 meses de reclusão para Maisa e 8 anos e 6 meses de reclusão para Mateus. 

Ambos foram enquadrados por tráfico de drogas e associação para o tráfico, após serem flagrados em um ponto de venda de drogas do município, mediante denúncia anônima.

Conforme os autos, o casal passou a morar em uma residência do Bairro Maria de Lourdes, em Nova Alvorada do Sul, em novembro de 2021, local em que passaram a comercializar drogas. Depois de uma campana e da observação do fluxo de clientes em busca de entorpecentes, no dia 15 de fevereiro de 2022, a polícia encontrou na casa porções de cocaína e pasta-base de cocaína, além de petrechos para preparo dos produtos ilegais. 

Cronologia 

Após serem condenados em primeiro grau, os dois réus protocolaram apelação criminal, alegando que as provas usadas para a acusação haviam sido obtidas de forma ilícita, por meio de invasão de domicílio. 

A 2ª Câmara Criminal do TJMS rechaçou a tese defensiva de nulidade das provas, mantendo a condenação dos acusados pelo tráfico de drogas e, por outro lado, os absolveu do crime de associação para o tráfico. 

A Defensoria Pública, então, impetrou um habeas corpus no STJ, insistindo na tese da obtenção de provas de forma ilegal em busca da absolvição. O relator, Ministro Antônio Saldanha Palheiro, concedeu a ordem, reconhecendo a ilegalidade do ingresso no domicílio dos réus e das eventuais provas daí decorrentes, cassando os julgamentos prolatados pelas instâncias de origem e determinando o retorno dos autos à primeira instância, para novo julgamento. 

O MPMS recorreu, porém, obteve resposta negativa no STJ. A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negou provimento ao recurso ministerial, por entender que “houve o ingresso forçado na casa onde foram apreendidas as drogas e que tal ingresso não se sustenta em fundadas razões”. 

Para a Sexta Turma, “a mera apreensão de drogas fora da casa dos réus não autoriza o ingresso em domicílio e não justifica, por si só, a dispensa de investigações prévias ou do mandado judicial.” 

A 10ª Procuradoria de Justiça do MPMS foi ao Supremo, e solicitou o restabelecimento da condenação, sob a alegação de que houveram razões para ingresso policial na residência, pois, após os agentes públicos receberem inúmeras denúncias anônimas de que o casal estava praticando o comércio ilícito de drogas no local, deram início a uma investigação, inclusive realizaram monitoramento do imóvel por semanas e flagraram um usuário deixando o local, o qual, ao notar que seria abordado, fugiu, dispensando uma porção de entorpecente, de modo que somente após tais diligências é que a incursão no endereço dos réus foi realizada. 

De acordo com o Ministro Relator do processo no STF, a 6ª Turma do STJ decidiu em desconformidade com a orientação jurisprudencial fixada pelo Supremo no Tema 280, pois o ingresso dos agentes públicos em domicílio, sem mandado judicial, baseou-se não apenas em denúncia anônima, mas também em diligências no local que demonstraram atitudes suspeitas que legitimou a ação policial e resultou na apreensão de entorpecentes e apetrechos para o tráfico. 

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