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Mulher, mãe e filho foram esfaqueados e queimados vivos por ex da vítima

Vítimas foram golpeadas com várias facadas, mas perícia apontou que estavam vivos no momento em que incêndio se iniciou na casa; suspeito está preso

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Rosimeire Vieira de Oliveira, 37 anos, a mãe dela, Irailde Vieira Flores de Oliveira, 83 anos, e o filho da vítima, Bruno de Oliveira Gonçalves, de 14 anos, estavam vivos no momento em que o incêndio foi ateado na casa. Antes, eles foram atingidos por vários golpes de faca, desferidos por Higor Thiago Santana de Almeida, 31 anos, ex-namorado de Rosimeire.

O crime aconteceu na madrugada dessa segunda-feira (10), em Rochedo.

Em coletiva de imprensa na tarde de hoje, o delegado responsável pelo inquérito, titular da Delegacia de Polícia Civil de Rochedo, delegado Jarley Inácio da Silva, esclareceu que o suspeito está preso e nega o crime, mas que vários indícios indicam a autoria do crime.

Conforme o delegado, por não aceitar o fim do relacionamento, ele teria ido até a casa da vítima, onde a atingiu com pelo menos duas facadas na região do tórax e pescoço, depois o menino com três golpes e a mãe da mulher com seis perfurações, sendo cinco no pescoço e uma no tórax.

Após isso, a residência da família foi incendiada e laudo aponta que, mesmo feridos, todos ainda vivos até este momento.

"Segundo o perito legista, todas as vítimas tinham fuligens, fumaça nas vias respiratórias, indicando que estavam vivas. Então, todas as vítimas respiraram e sentiram o ardor e o calor do fogo. Infelizmente, todas as vítimas sofreram também com as queimaduras", disse o delegado.

Apesar disso, o delegado disse que não é possível determinar se a causa da morte foram os ferimentos ou o incêndio.

"Foi um conjunto de fatores que levaram [a morte] r não dá para determinar efetivamente, até porque houve carbonização parcial, então não dá para determinar de forma categórica o que levou a morte, qual o golpe, se foi o golpe definitivo ou se o fogo por si só levou à morte", explicou.

Ele disse ainda que análise preliminar descartou a possibilidade de incêndio acidental, mas a perícia ainda está analisando os materiais coletados para saber qual o material comburente e onde foi iniciado o fogo.

"A primeira perícia, chamada de perícia perinecroscópica, a perícia de local de crime, não teve como determinar o triângulo de fogo, onde começou o foco do incêndio. Em razão disso, eu acionei a perícia especializada de engenharia elétrica para que fizesse uma nova perícia no local e os peritos determinaram que o fogo não foi acidental, que não houve qualquer intercorrência na rede elétrica, mas também não soube determinar onde foi o triângulo de fogo", explicou.

O delegado acrescentou que os cômodos mais atingidos pelas chamas foram os quartos do adolescente e da idosa, o que indica que possam ter sido o foco.

"Pode ter sido um e o outro após ou pode ter sido os dois juntos. Fato é que os incêndios se deram com maior gravidade nesses dois quartos e passaram depois para a sala, através do teto, e depois para o outro quarto, que fez o teto desabar", ressaltou.

Prisão

Após a constatação de que se tratava de um crime, a polícia iniciou diligências e descobriu que a mulher havia se separado recentemente de Higor e que ele tinha um extenso histórico de violência.

Ouvido em depoimento, inicialmente na condição de testemunha, ele apresentou álibis, que foram refutados durante a investigação. 

Também foram encontradas uma camisa do suspeito suja de sangue próxima ao local do crime, assim como a faca usada no crime, que foi reconhecida como um objeto integrante da residência do autor.

Na república onde ele morava com outras pessoas, foram apreendidas uma bota e uma calça, também sujas de sangue. 

Além disso, há duas testemunhas que afirmam terem visto o homem indo e voltando duas vezes ao local do crime. Diante dos indícios, ele foi preso em flagrante.

"Ele a todo momento ele nega, mas não estamos indo pelo histórico dele, estamos indo pelos elementos de informação que colhemos durante todo o processo. Encontramos elementos de informação bastante robustos que colocam ele na cena do crime", disse Jarley.

Embaixo da unha do suspeito, foi constatado vestígio aparentemente de sangue, sendo o material coletado para perícia e confrontação com material genético das vítimas, para verificar se se trata realmente de sangue e material genético das vítimas para vincular definitivamente o suspeito ao local dos fatos.

O delegado representou pela conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva, mas até a publicação desta reportagem, ele ainda não havia passado por audiência de custódia.

O inquérito está em andamento, mas o suspeito deve responder por duplo feminicídio qualificado e homicídio.

Histórico de violência

Higor Thiago Santana de Almeida tem um extenso histórico de violência, com diversas passagens pela polícia, especialmente por violência doméstica, segundo o delegado.

Ele já foi condenado a dois anos de prisão por ter dado 37 facadas em uma ex-namorada, em 2014. No julgamento, o crime foi desqualificado para lesão corporal e ele não chegou a cumprir a pena preso, por existir benefícios penais e processuais em condenações de pena menor do que quatro anos.

"Desde os 18 anos, ele vem em uma progressão criminosa, elevando de forma violenta todos os crimes. Todos os crimes praticados por ele são crimes de violência e se destaca entre eles os crimes de violência doméstica contra a mulher".

O delegado comentou ainda que o relacionamento entre a vítima e o suspeito durou pouco tempo e ela não teria sofrido nenhum tipo de violência anterior, tendo terminado com ele por pressão de familiares e amigos devido ao histórico de Higor.

"Foi um relacionamento efêmero de quatro meses, onde ela vivia bem com ele e ela não queria terminar porque ele a tratava bem, ela não acreditava. Familiares e amigos descobriram o histórico dele e disseram para a Rose: 'você precisa terminar porque ele é um cara violento e ele vai te causar um mal', e ela não acreditou, então a família teve que jogar um pouco mais pesado com ela, forçando um afastamento", contou o delegado.

A vítima cedeu e terminou, mas sem informar o motivo. Ainda segundo o delegado, o suspeito não aceitou o término, mas não proferiu nenhum tipo de ameaça, até ir à residência e matar ela e a família.

MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

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