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Prefeito "mais louco do Brasil" atribuiu investigações a pessoas do mal

Juliano Ferro publicou vídeo em rede social nesta segunda-feira, quatro dias após nova investida do MPE contra supostas irregularidades, atribuindo as denúncias a pessoas fracas

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Em vídeo postado nas redes sociais na noite deste domingo, o prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro, que se autodenomina “o mais louco do Brasil”, deu uma espécie de resposta a mais uma investida do Ministério Público Estadual para tentar acabar com as contratações supostamente ilegais de artistas para eventos culturais no município. 

Embora não tenha feito referência direta ao Ministério Público ou aos autores das denúncias que levaram a promotoria a fazer a recomendação para que evite contratações sem licitação, afirmou para seus 772 mil seguidores no Instagran que “toda vez que você se tornar grande, pessoas fracas vão se levantar contra você. Pessoas do mal vão se levantar contra você, eles vão te atacar e isso faz parte do processo de crescimento…”

A postagem veio quatro dias de o promotor Daniel do Nascimento Britto, de Ivinhema, ter recomendado, à prefeitura do que se abstenha de promover a contratação por inexigibilidade, de artistas com os quais já tenha tido e/ou mantenha algum tipo de vínculo profissional, financeiro e/ou pessoal, bem como se atenha ao dever da instauração e tramitação, conforme exigências estabelecidas pela legislação de regência, citada na recomendação publicada no diário oficial do MPE no dia 16 de maio.

Na publicação, o promotor diz que chegou a seu conhecimento uma denúncia de que o  prefeito teria vínculos profissionais, financeiros e pessoais com diversos artistas, principalmente do ramo musical, e com eles teria celebrado contratos sem licitação para diversos eventos festivos promovidos e custeados pela prefeitura. 

Estas mesmas contratações já são alvo de um inquérito para investigar contratações feitas desde 2021. Na publicação, o promotor dá dez dias de prazo para que o prefeito responda se vai ou não acatar as recomendações. 

Depois da abertura do inquérito, no começo de março deste ano, a prefeitura de Ivinhema cancelou a festa do peão, que havia sido antecipada de novembro para abril deste ano. Juliano Ferro já deixou claro que vai disputar a reeleição e a antecipação da festa foi vista pela oposição como uma forma de autopromoção às custas de recursos públicos. Assim, a festa vai ocorrer em novembro, somente depois da eleição municipal. 

YOUTUBER

Além de ganhar notoriedade por conta as investigações do MPE, o prefeito de Ivinhema, cidade com cerca de 28 mil habitantes e a a 380 quilômetros ao sul de Campo Grande, se destaca por conta de sua constante presença nas redes sociais.

No começo de maio ele se juntou a uma comitiva de proprietários de jetskis e viajou 1,5 mil quilômetros para ajudar a resgatar vítimas das enchentes na região de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. 

A iniciativa turbinou ainda mais suas redes sociais. Antes da viagem, tinha 582 mil seguidores no instagran. Depois da iniciativa, obteve 190 mil novos “fãs”. Somando os 287 mil do facebook, tem pouco mais de um milhão de seguidores. A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, por exemplo, tem pouco menos de 40 mil seguidores no instagran.

Em seu perfil, alimentado com ajuda de assessores, publica desde anúncio para rifas de veículos, vídeos motivacionais, detalhes de suas vida familiar e ações da prefeitura. 

Nesta segunda-feira, por exemplo, postou vídeos mostrando a distribuição de uniformes escolares e trabalhadores começando a instalação de um ponto de ônibus para abrigar universitários que aguardam pelo transporte na região central da cidade. 


 

Cidades

Até fim do ano, Petrobras terá projeto de transição energética interessante aprovado, diz Magda

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero

05/12/2025 22h00

Sede da Petrobrás

Sede da Petrobrás Imagem: Agência Petrobras

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A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o Conselho de Administração da estatal vai aprovar, até o final do ano, um projeto de transição energética "interessante, e que não é greenwashing (sem impacto efetivo)". A declaração foi realizada em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

A executiva apresentou o Plano de Negócios 2026-2030 da empresa para empresários fluminenses, lembrando que o plano se estende até 2050, quando a companhia pretende atingir emissões líquidas zero.

Magda também destacou os investimentos no Estado do Rio de Janeiro, com foco no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, que segundo ela vai ganhar uma petroquímica "moderníssima", mas também não deu detalhes.

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Novo Bolsa Família reduziu beneficiários e valor total de benefícios entre 2023 e 2025

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família

05/12/2025 21h00

Crédito: Lyon Santos / MDS

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Um novo estudo com dados administrativos do governo federal mostra que, entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do Novo Bolsa Família diminuiu, assim como o número de famílias e o valor total gasto em benefícios. O levantamento, conduzido pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, chama atenção para os fluxos mensais, que indicam mais saídas do que novas entradas. Isso apontaria "sustentabilidade e rotatividade saudável no programa".

O Novo Bolsa Família foi relançado em 2023 e tem renovado o público atendido ao longo do tempo, diz o relatório "Filhos do Bolsa Família - Uma Análise da Última Década", lançado hoje no Rio de Janeiro. Entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa em outubro de 2025. De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família oferece proteção em momentos de vulnerabilidade de renda, não se configurando como uma política de dependência permanente. "Mesmo em um horizonte inferior a três anos, o programa segue associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, sobretudo nas idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso".

A análise diz que a Regra de Proteção, que permite que a família permaneça no programa por um período quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada no programa, tem funcionado como um "amortecedor" entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho.

"Isso evita quedas bruscas de renda, diminui o medo de aceitar empregos formais ou registrar-se como Microempreendedor Individual (MEI) e, ao mesmo tempo, garante que, em caso de nova perda de renda, a família possa retornar com prioridade ao programa", cita a publicação.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.

"Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora tem consumo", afirmou.

Segunda geração

O estudo sustenta que o Bolsa Família conjuga proteção social "robusta" e mobilidade socioeconômica. A evidência, de acordo com o pesquisador, é que muitos filhos do programa deixam de receber o benefício futuramente.

A pesquisa acompanha, ao longo da última década (2014-2025), os membros de famílias que recebiam o benefício em 2014, com foco em crianças e adolescentes. Os resultados indicam que uma parcela expressiva da chamada "segunda geração" de beneficiários deixou de depender da transferência de renda. Entre todos os beneficiários de 2014, 60,68% não recebiam mais o Bolsa Família em 2025. As taxas são ainda mais altas entre os que eram adolescentes naquele ano: 68,8% entre jovens de 11-14 anos e 71,25% entre 15-17 anos. Nas áreas urbanas, a taxa de saída para jovens de 6-17 anos chega a 67,01%.

A escolaridade do adulto responsável também faz diferença: quando a pessoa de referência concluiu o ensino médio, quase 70% dos jovens que tinham 6-17 anos em 2014 deixaram o Bolsa Família ao longo da década.

"Essa emancipação do Bolsa Família é acompanhada por uma saída relevante do Cadastro Único e por aumento da participação no mercado de trabalho formal", cita o estudo. Entre os jovens que tinham 15-17 anos em 2014, por exemplo, mais da metade deixa o CadÚnico até 2025, e 28,4% possuem vínculo formal de emprego no ano de 2023.

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