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crise hídrica

Sanesul descarta desabastecimento de água em Corumbá

Capital do Pantanal enfrenta calorão, queimadas e perda de recursos hidrícos, com o Rio Paraguai em nível negativo

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Mudanças climáticas têm gerado cenários desfavoráveis ao planeta e a crise hídrica coloca em risco um dos bens da natureza, o Pantanal. No centro do bioma, Corumbá enfrenta não apenas um calor acima do suportável pela população, acostumada a temperaturas altas, mas os efeitos das queimadas e a perda dos recursos hídricos.

O Rio Paraguai está em nível negativo e em declínio, porém, apesar do alarde de alguns setores, não faltará água aos corumbaenses.

O abastecimento da cidade, que tem uma população de 99 mil habitantes, é feito em sua totalidade por captação superficial do principal rio da bacia. Por hora, o complexo sistema bombeia 1.900 metros cúbicos de água para o centro de tratamento e distribuição, a 1.830 metros em inclinação.

Responsável pelo serviço, a Sanesul (Empresa de Saneamento de MS) garante que não há riscos de interrupção no fornecimento com as medidas adotadas desde o início do ano.

O nível do Rio Paraguai, ontem (29), era de -50cm na régua da Marinha, em Ladário, com probabilidade de chegar próximo ou superar a marca recorde de 1964 (década em que ocorreu um dos ciclos mais longos de seca no Pantanal), de -61cm.

Os bancos de areia no leito do rio, o fogo e a falta de chuvas especulam cenários sombrios e sensitivos, enquanto situações idênticas no passado foram superadas com a resiliência do Pantanal. Em 2021, o rio, na mesma régua, chegou a -60cm, e a vida seguiu...

Planejamento

A Sanesul tem planos A e B prontos em caso de um colapso, ou seja, o nível do rio ao extremo suportável de -82cm. O plano A consiste na instalação de equipamentos de inversão de frequência, reduzindo o volume de água retirada do leito pelas quatro bombas instaladas na estrutura de captação a uma profundidade de 45 metros.

O B consiste na colocação de uma balsa flutuante com quatro motores, em substituição aos similares que estão submersos e sem capacidade de sugar água sem volume.

Em 2021, a balsa foi posicionada ao lado das quatro torres que acomodam as bombas, contudo não houve necessidade de ser acionada. Naquele ano, o nível mínimo do rio ocorreu em 16 de outubro.

A mesma estrutura já foi contratada pela empresa e pronta para operar em caso de emergência, informou o coordenador comercial da unidade de Corumbá, Marcondes de Oliveira. Por precaução, a instalação deverá ocorrer nos próximos dias.

O diretor de operações da Sanesul, Madson Valente, lembrou que o retorno gradual das chuvas não vai normalizar de imediato o abastecimento da cidade, uma vez que o volume de água das nascentes (em Mato Grosso) chega à captação em no mínimo 45 dias. Informou ainda que o abastecimento de Ladário e Porto Murtinho (35 mil habitantes), também feita do rio, está normal e basta estender o mangote em flutuação mais ao leito para garantir a captação.

Consumo racional

"Tudo o que a ANA (Agência Nacional de Águas) recomendou em maio, como um plano de contingência, nós já havíamos implementado em fevereiro. Estamos preparados para um nível crítico, com balsas, motores estacionários e mangotes prontos para buscar água onde for necessário", afirmou Madson. “Em fevereiro, o nosso diretor-presidente da companhia, Renato Marcílio, criou um grupo de trabalho para acompanhar essa situação”, completou.

A Sanesul lançará em outubro uma campanha de combate ao desperdício, perdas e fraudes para reforçar o trabalho de manutenção do abastecimento sem racionamento. “Tem ocorrido interrupções pontuais em Corumbá por conta da manutenção da rede, justamente para reduzir perdas”, explicou Marcondes de Oliveira. “A sociedade deve fazer a sua parte nesse período de alerta extremo e consumir água racionalmente, sem desperdício”, cobra Madson Valente.

Cidades

MS receberá nova Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã

O estado conta ainda com outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados

22/11/2024 10h28

Divulgação: Governo Federal

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Mato Grosso do Sul receberá mais uma unidade da Casa da Mulher Brasileira, que será construída em Ponta Porã, município da fronteira distante aproximadamente 313 km da Capital.

O convênio que viabiliza a construção foi assinado na última quinta-feira (21), pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e contará com cooperação, além do Governo Federal, do Estado e do Município, além de um convênio com a Itaipu Binacional.

“A cada seis horas uma mulher é morta pelo fato de ser mulher, e a cada seis minutos uma mulher ou uma menina sofre violência sexual. Esse é o retrato do Brasil, esse é o retrato das mulheres brasileiras. É esse retrato que nós queremos mudar e reconstruir neste país, isso não pode ser um problema simplesmente do governo federal, ou partidário e ideológico, isso precisa ser um compromisso de todo o Estado brasileiro independentemente de partido, religião e ideologia. Nós precisamos reconstruir este país e transformar o ódio que está colocado em harmonia, sensibilidade e respeito. É por isso que temos lutado, por respeito!”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

O estado de Mato Grosso do Sul foi pioneiro na implementação do equipamento que reúne serviços especializados de atendimento às mulheres vítimas de violência, com a primeira Casa da Mulher Brasileira do País inaugurada em Campo Grande em 2015. O estado conta também com outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados.

“Dia de celebração. Temos que comemorar todos estes convênios assinados, pela grandeza e simbologia dos atos. Um trabalho em prol de milhares de pessoas, que serão beneficiadas com estes investimentos”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

A construção da Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã está inserida no âmbito do Programa Mulher Viver sem Violência, coordenado pelo Ministério das Mulheres, aderido anteriormente pelo Governo de Mato Grosso do Sul e alinhada à missão institucional da Itaipu.

“A Casa da Mulher Brasileira é um trabalho que a ministra Cida tem cobrado com muita frequência. Assim como aqui em Ponta Porã, estamos cooperando também para uma CMB em Foz do Iguaçu pensando na importância deste serviço na fronteira para atender além da mulher brasileira. Um trabalho que tem uma lógica regional e, assim como outras políticas públicas, atendam a demanda de Brasil e Paraguai”, destacou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri.

A cerimônia, realizada no Centro Internacional de Convenções, contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, e demais autoridades.

Investimentos Conesul

Durante o evento, foram anunciados diversos investimentos para a região do Conesul. Além da unidade da CMB, a região foi contemplada com o programa “Água para todos”, para a melhoria do abastecimento de água, a construção de 10 Centros de Cultura Indígena e de um Centro de Atenção Integral ao Adolescente.

“Estamos aqui trazendo a garantia de água potável para as comunidades, aquilo que é de direito constituído, mas que as pessoas não conseguem acessar”, ressaltou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

A ministra Cida Gonçalves reafirmou o compromisso com toda a sociedade brasileira, com todas as mulheres e que assim como pediu o presidente Lula, durante a primeira reunião ministerial em 2023, um “compromisso com a transversalidade e a inclusão das mulheres em todas as políticas”. Na oportunidade, Cida Gonçalves também ressaltou que um dos desafios da Mobilização Nacional pelo Feminicídio Zero é o envolvimento de toda a sociedade.

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"CASA DO TESOURO"

MP tenta impedir que prefeitura doe R$ 400 mil à igreja no interior de MS

Valores estabelecidos eram para compra de ar-condicionado e automóvel

22/11/2024 10h15

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros

Como típico de cidades interioranas, distância entre Paróquia e Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros Reprodução/Redes Sociais/@edaocorrea

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Recomendações feitas pelo Promotor de Justiça Substituto, Guilermo Timm Tocha, buscam impedir que uma igreja no interior de Mato Grosso do Sul, distante cerca de 360 km da Capital, receba o repasse municipal de R$ 400 mil que segundo o Ministério Público tinha sido estabelecido em lei. 

Há mais de 130 anos, pelo menos na teoria, o Brasil se firmava como Estado laico, com dever da neutralidade e não doação de recursos financeiros , promovendo uma liberdade para quaisquer crenças e cultos. 

Porém, o promotor evidencia que, no dia 24 de outubro de 2024, a  publicação da Lei Municipal n. 1.771 autorizava o Executivo de Bela Vista efetuar o "repasse financeiro a Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório".

Diante disso, foi instaurado inquérito civil para apurar a regularidade/legalidade da referida lei, que permitiria repasse financeiro de  R$ 400 mil. 

Entre as várias considerações feitas pelo promotor, ele aponta a falta de cadastro de outras entidades religiosas, ou mesmo publicidade que informasse à população de que tal valor poderia ser doado para equipamentos/bens móveis, o que fere a impessoalidade e moralidade, conforme texto da Constituição Federal. 

Como tipicamente observado em cidades interioranas espalhadas pelo País, inclusive, o inusitado é que a distância entre a Paróquia e o prédio tido como Paço da Prefeitura Municipal de Bela Vista é de pouco mais de 50 metros. 

Finalidade do repasse

Segundo evidenciado pelo promotor, o referido valor de R$ 400 mil a ser repassado pelo município para a paróquia teria inclusive uma finalidade específica. 

"Para aquisição de equipamentos de ar-condicionado e um veículo automotor, pela Mitra Diocesana de
Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, contrariando flagrantemente a obrigatoriedade de a Administração Pública Municipal manter-se neutra no tocante à religião", complementa. 

Diante disso, entraram na mira do Ministério Público tanto o prefeito Reinaldo Miranda Benites, como o representante legal da paróquia Santo Afonso Maria de Ligório em Bela Vista, uma série de recomendações distintas. 

Ao chefe do executivo são apontadas as seguintes recomendações: 

  1. ) Se abstenha de efetuar o repasse financeiro à Mitra Diocesana de Jardim – Paróquia Santo Afonso Maria de Ligório, consistente no valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), objeto da Lei Municipal n. 1.771/2024;
     
  2. ) Se já iniciou o respectivo Procedimento Administrativo de doação objeto desta Recomendação, que este seja ANULADO, dando a devida divulgação do ato anulatório no diário oficial da municipalidade;
     
  3. ) Caso já tenha sido efetuado o repasse financeiro, embora tal informação não conste no Portal da Transparência, que o Município abra o competente Procedimento Administrativo para reaver o valor; e
     
  4. ) Seja dada divulgação adequada e imediata à presente Recomendação

Do lado da paróquia, o representante deve se abster de qualquer ato que viabilize o repasse e, caso já tenha sido efetivado o recebimento do recurso financeiro, que a igreja "o diligencie junto ao Município de Bela Vista/MS, a fim de tomar as providências necessárias para devolução do referido valor devidamente atualizado. "

 

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