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A Era IA-Driven e a redefinição do Mercado de Trabalho

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Dia 31 desta semana teremos o XV Encontro de Economistas – ENEOESTE e vou palestrar sobre tecnologia e esse tema emergente para a sociedade e principalmente para o mercado de trabalho. A narrativa hype de que robôs inteligentes irão roubar nossos empregos, um pilar da ficção científica e de debates alarmistas, está sendo rapidamente substituída por uma realidade mais complexa e colaborativa. O futuro do trabalho não é uma batalha de "humanos contra máquinas", mas uma simbiose consciente. Este é o argumento central de "Híbridos", o recém-lançado livro do cientista de dados Cappra, e é uma tese que encontra forte eco nos dados e transformações que já varrem o setor produtivo global.

Já somos "seres híbridos". Nossas mentes e capacidades foram estendidas por algoritmos que moldam desde o que compramos até como diagnosticamos doenças. A questão, não é mais se a inteligência artificial irá impactar o trabalho, mas como estamos gerenciando essa fusão inevitável. "A IA não veio para nos substituir, mas para nos transformar", afirma Cappra. "Ela automatiza o que é previsível para que possamos nos concentrar no que é imprevisível, no que é fundamentalmente humano."

Essa transformação, que pode ser chamada de hibridização, já é visível em números e práticas concretas. Longe de apenas eliminar postos de trabalho, a IA está redefinindo funções, exigindo novas competências e criando um valor econômico que, segundo projeções da consultoria PwC, pode adicionar até US$ 15,7 trilhões ao PIB global até 2030.

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Dinâmica Empresarial em Campo Grande e MS: uma análise (2024-2025)

04/11/2025 00h05

Michel Constantino

Michel Constantino Divulgação

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Sancionada em agosto de 2024 e em vigor desde setembro do mesmo ano, a Lei Complementar nº 528/2024, conhecida como a Lei de Liberdade Econômica de Campo Grande, marcou um ponto de inflexão no ambiente de negócios da capital sul-mato-grossense. Um ano após sua implementação, os dados indicam um impacto significativo e positivo, com um crescimento expressivo no número de novas empresas, consolidando a cidade como um polo de empreendedorismo e desenvolvimento no Centro-Oeste brasileiro. Na coluna desta semana exploramos os dados antes e depois da lei, revelando os efeitos práticos da desburocratização na economia local.

A Lei de Liberdade Econômica de Campo Grande foi criada com o objetivo de alinhar o município à legislação federal (Lei nº 13.874/2019) e estadual (Lei nº 5.626/2020), estabelecendo um ambiente de maior segurança jurídica e simplificação para os empreendedores. O pilar da nova legislação é a presunção de boa-fé do empresário e a intervenção mínima do Estado na atividade econômica.

O principal dispositivo da lei é a dispensa de alvarás e licenças para 68% das atividades econômicas classificadas como de baixo risco. Isso permite que um empreendedor inicie suas operações imediatamente após a inscrição cadastral, com a fiscalização ocorrendo posteriormente. Antes da lei, apesar de Campo Grande já possuir o menor tempo de abertura de empresas do estado (2 horas e 53 minutos), o processo ainda envolvia etapas que foram eliminadas, reduzindo custos e barreiras de entrada, especialmente para micro e pequenos negócios, que representam mais de 93% do tecido empresarial da cidade.

Os dados da Junta Comercial de Mato Grosso do Sul (JUCEMS) permitem uma análise comparativa clara do cenário pré e pós-legislação. O impacto mais notável é a aceleração consistente na abertura de novas empresas, tanto em Campo Grande quanto no estado como um todo, a partir de janeiro de 2025.


 

Cenário Pré-Lei (2020-2024)

O período anterior à lei já mostrava um crescimento gradual, mas em um ritmo mais contido. Em Mato Grosso do Sul, a média mensal de abertura de empresas evoluiu de 800 em 2022 para 930 em 2024. Campo Grande, respondendo por uma parcela significativa deste total, seguia uma tendência similar.

Michel Constantino

 

O verdadeiro ponto de virada ocorre em 2025. Pela primeira vez na série histórica, o estado de Mato Grosso do Sul ultrapassou a marca de 1.000 novas empresas abertas por mês durante nove meses consecutivos. Em 2024, essa marca havia sido atingida apenas duas vezes.

 

O gráfico abaixo compara o número de empresas abertas mensalmente em 2024 e 2025 para o estado de Mato Grosso do Sul, evidenciando o salto quantitativo após a consolidação da lei.

 

Michel Constantino

Campo Grande: O Epicentro do Crescimento

Como principal motor da economia do estado, Campo Grande liderou o movimento de expansão. A análise dos dados estimados para a capital, com base em sua participação histórica de aproximadamente 42,5% e o dado real de 454 empresas em setembro de 2025, revela um crescimento médio mensal de +19,1% no período de janeiro a setembro de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. O gráfico mostra a comparação mensal para Campo Grande, mostrando a diferença entre o período "antes" e "depois" da lei.

 

Michel Constantino

O crescimento percentual mês a mês em 2025, comparado ao ano anterior, é notável, com picos que ultrapassam 50% em janeiro, o que demonstra um otimismo renovado e uma resposta rápida do mercado às novas regras.

 

Dashboard de Impacto: Resumo Visual

O painel a seguir resume os principais indicadores de impacto da Lei de Liberdade Econômica em Campo Grande, comparando os nove primeiros meses de 2024 com os de 2025.

 

Michel Constantino

 

  • Total de Empresas (Jan-Set): Um salto de 3.658 em 2024 para 4.356 em 2025.

  • Média Mensal: Aumento de 406 para 484 novas empresas por mês.

  • Crescimento Médio: Uma expansão de +19,1% na média mensal de abertura de negócios.

 

A análise da evolução acumulada de empresas abertas em Campo Grande nos primeiros nove meses de cada ano também reforça a tendência de aceleração. Ao final de setembro de 2025, a cidade registrou um total de 4.356 novas empresas, um aumento de quase 700 negócios em relação ao acumulado de 3.658 no mesmo período de 2024.

Um ano após a implementação da Lei de Liberdade Econômica, os dados confirmam que a desburocratização e a simplificação de processos foram catalisadores para um crescimento robusto e sustentado na abertura de empresas em Campo Grande. A legislação não apenas removeu barreiras para novos empreendedores, mas também fortaleceu a posição da cidade como um ambiente de negócios dinâmico e competitivo.

Michel Constantino

 

O crescimento de quase 20% na média mensal de novas empresas é um indicador inequívoco do sucesso da política pública. Ao reduzir a intervenção estatal e apostar na boa-fé do cidadão, Campo Grande colhe os frutos de um ecossistema empresarial mais livre, ágil e preparado para o futuro.

DIREITO PREVIDENCIÁRIO

Juliane Penteado: Câncer de mama aposenta?

31/10/2025 00h05

Juliane Penteado

Juliane Penteado

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Estamos no Outubro Rosa, um mês para lembrarmos do autocuidado com nosso corpo e da prevenção ao câncer de mama.

O diagnóstico de câncer de mama levanta muitas dúvidas além das médicas: “vou conseguir me aposentar?”, “posso receber algum benefício do INSS enquanto me trato?”, “o que preciso apresentar?”.

Neste artigo explico quais benefícios existem, quando o câncer de mama dá direito à aposentadoria por incapacidade e quais passos práticos seguir.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o câncer de mama é o tipo com maior incidência entre mulheres no Brasil: para o triênio 2023–2025 foram previstos cerca de 73.610 novos casos por ano no país. O câncer de mama também é responsável por um número expressivo de óbitos entre mulheres no Brasil. Esses números mostram a magnitude do problema e a demanda por atendimento e suporte social.

Que benefícios o INSS oferece para quem tem câncer de mama?

Auxílio-por-incapacidade temporária (auxílio-doença)

Quando o segurado está temporariamente incapaz de trabalhar por mais de 15 dias seguidos. A concessão depende de perícia médica do INSS que comprove a incapacidade.

Aposentadoria por incapacidade permanente (aposentadoria por invalidez)

Quando a perícia do INSS considera que a incapacidade para o trabalho é total e permanente (não pode ser reabilitada para outra função). Em muitos casos a aposentadoria surge após o requerimento inicial de auxílio-doença e sua manutenção/avaliação pela perícia.

Acréscimo de 25%

O beneficiário aposentado por invalidez que comprove a necessidade de assistência permanente de outra pessoa pode receber um acréscimo de 25% sobre o valor do benefício (regra do INSS).

Outros direitos

Dependendo do caso pode haver direito a auxílio-acidente (se houver sequela reduzindo a capacidade laborativa) e benefícios assistenciais em situações socioeconômicas muito vulneráveis (BPC/LOAS).

O câncer exige tempo mínimo de contribuição?

O câncer está na lista de doenças graves que dispensa o cumprimento da carência de 12 meses para concessão de benefícios por incapacidade (auxílio-doença e aposentadoria por invalidez).

Ou seja, mesmo que a pessoa não tenha 12 contribuições anteriores, se for segurada e tiver neoplasia maligna comprovada, pode pedir o benefício. Essa previsão consta na orientação do próprio INSS e em materiais de referência.

Quando o câncer de mama leva à aposentadoria por invalidez?

A concessão depende da avaliação individual pela perícia do INSS:

Auxílio-doença será indicado quando a incapacidade for temporária (ex.: período de quimioterapia, cirurgias, convalescença) e a pessoa puder, no futuro, voltar ao trabalho.

Aposentadoria por invalidez será indicada quando a perícia concluir que há incapacidade total e permanente para o trabalho e sem possibilidade de reabilitação para outra função compatível. Exemplos que frequentemente levam à aposentadoria: metástases extensas que inviabilizam o trabalho, sequelas graves irreversíveis etc.

Importante: cada caso é avaliado por fatores clínicos e funcionais — estágio da doença, tratamentos, efeitos colaterais (fadiga incapacitante, limitação física), comorbidades e exigências do trabalho.

Passo a passo prático para pedir o benefício

Reunir documentação médica atualizada: laudos, relatórios de oncologista, resultados de exames (biópsia, imagem, exames laboratoriais), relatórios de internação, prescrições de tratamentos (quimioterapia, radioterapia), e atestados que descrevam limitações funcionais. (Documentos originais para perícia).

Verificar qualidade de segurado (estar contribuindo ou em período de graça). Em muitos casos de câncer a carência é dispensada, mas é preciso ter qualidade de segurado.

Abrir o requerimento no INSS: pelo Meu INSS (site/app) ou pelo telefone 135; escolha o pedido de “benefício por incapacidade” (auxílio-doença / aposentadoria por incapacidade).

Agendar e comparecer à perícia médica com toda a documentação; levar também documentos de identificação. No dia da perícia, indique claramente as atividades que você não pode mais exercer e como a doença/tratamento impactam o seu trabalho habitual.

Se indeferido, avaliar contestação / recurso administrativo e, se necessário, representação judicial — muitos casos ganham no recurso ou na esfera judicial quando a documentação médica é robusta. Aqui a assessoria de advogado especializado em direito previdenciário costuma fazer grande diferença.

Dicas para fortalecer o pedido

Peça ao médico relatórios que descrevam capacidades/limitações funcionais concretas (por exemplo: “incapaz de permanecer em pé por X horas”, “movimentação limitada no braço direito para levantamento de peso”, “fadiga incapacitante que impede jornada integral”), não apenas o diagnóstico. Perícias valorizam descrição funcional.

Junte documentos sobre tratamento contínuo (registros de sessões de quimioterapia, ciclo de radioterapia) e efeitos adversos que impactem a rotina de trabalho.

Se houver necessidade de ajuda para higiene/atividades diárias, documente: laudos, declaração de cuidador, relatórios de equipe de enfermagem. Isso pode fundamentar pedido de acréscimo de 25% após eventual aposentadoria por invalidez.

Problemas comuns e o que fazer

Indeferimento por perícia: solicite revisão, apresente novos documentos e, se necessário, protocole recurso administrativo. Se ainda assim houver negativa, a via judicial é uma alternativa frequente.

Divergência entre médico assistente e perícia do INSS: reúna relatórios mais completos, solicite laudo funcional e, se possível, prova por imagem/exames que sustentem a gravidade. Um bom parecer médico pericial privado pode ajudar no recurso.

Risco de perder benefício por alta médica: o INSS pode encerrar o benefício se entender que houve recuperação; nesse caso, peça nova perícia, junte documento que comprove continuidade da limitação e, se necessário, recurso.

O auxílio de uma advogada previdenciarista como as que temos em nosso escritório é fundamental para que não haja erros desde o pedido inicial, com as provas médicas e lacunas documentais, ainda, preparar recursos administrativos ou ações judiciais (quando há prova razoável de incapacidade mas negativa do INSS).

A assistência jurídica aumenta as chances de êxito em procedimentos contestados, especialmente quando há complexidade na documentação médica ou conflito entre laudos.

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