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Confira curiosidades e história de Santo Antônio, São João e São Pedro, presentes nas festas juninas

Santo Antônio é padroeiro de Campo Grande, em razão de um dos fundadores da cidade, José Antônio Pereira, ter sido seu devoto

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As festas juninas são uma boa síntese do sincretismo brasileiro —a fusão e a coexistência de diferentes crenças e práticas religiosas. Elas fazem parte de um tradição que se mistura à fé e, inclusive, à história de regiões e cidades de todo o País. 

Em Campo Grande, o padroeiro Santo Antônio foi escolhido em razão da devoção de um dos fundadores da Capital, José Antônio Pereira. 

Com elementos de origem pagã que perduram até hoje, como a fogueira, as celebrações foram incorporadas pela Igreja Católica e passaram a homenagear santos cujos dias são comemorados ao longo de junho: Santo Antônio (dia 13), São João (24) e São Pedro (29).

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Seguro Rural Obrigatório: Proteção Essencial para o Setor Agrícola

Leandro Amaral Provenzano (leandro@provenzano.adv.br)

10/04/2025 00h05

Leandro Provenzano

Leandro Provenzano

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A agricultura e a pecuária são atividades fundamentais para a economia brasileira, mas estão expostas a diversos riscos, como eventos climáticos extremos, pragas e doenças. Para garantir a proteção financeira dos produtores e a segurança alimentar do país, o governo instituiu o Seguro Rural Obrigatório, que protege trabalhos, animais e equipamentos contra perdas e danos em alguns casos específicos.

O Que é o Seguro Rural Obrigatório?

O Seguro Rural Obrigatório é uma modalidade de seguro imposta para quem realiza o custeio de sua atividade, de até R$ 335.000,00, enquadrado no Zarc, e que seja financiado com recursos controlados. Esse seguro pode ser contratado com o subsídio do governo (Proagro), ou por meio de seguradoras privadas.

O seguro cobre perdas em atividades agropecuárias causadas por fatores como previsões climáticas, incêndios, pragas e doenças. Ele tem o objetivo de proteger produtores rurais, cooperativas, instituições financeiras que concedem crédito e empresas agrícolas, garantindo a continuidade da produção mesmo diante de adversidades.

Esse seguro pode abranger diferentes áreas do agronegócio, incluindo:

Seguro Agrícola – Protege trabalhos contra perdas por eventos climáticos.
Seguro pecuário – Garantia de indenização por morte de animais por doenças ou acidentes.
Seguro de máquinas e equipamentos – Cobre danos a tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas.

Seguro de benfeitorias e produtos agropecuários – Protege silos, galpões, cercas e insumos armazenados.

O Seguro Rural Obrigatório é um dos principais instrumentos para garantir a segurança financeira aos produtores e evitar impactos na cadeia de abastecimento.

Por que o Seguro Rural é Obrigatório?

A obrigatoriedade desse seguro está prevista em diversas normativas do governo federal, em especial pela Lei nº 4.829/65, (com alterações trazidas pela lei nº 13.195, de 25 de novembro de 2015.) para produtores que acessam crédito rural ou financiamento agrícola, por meio de recursos controlados.

O seguro neste caso funciona como garantia para o banco que ofereceu crédito, mas ele não é a única ferramenta que pode servir como garantia. A própria lei prevê que o produtor rural pode usar como garantia do pagamento do crédito: penhor agrícola, penhor pecuário, penhor mercantil, penhor industrial, bilhete de mercadoria, warrants, caução, hipoteca etc.

Percebe-se que o seguro é a melhor ferramenta de garantia que pode ser oferecida para o banco que oferece crédito, de modo que, caso haja algum problema com a safra, é o que acarreta menos perdas para o produtor rural, portanto, é a mais recomendada para manutenção da atividade independentemente das adversidades.

Sem o seguro, um produtor que sofresse grandes perdas pode ser obrigado até a abandonar a atividade agrícola, o que comprometeria toda a cadeia produtiva.

Quem é Obrigado a Contratar o Seguro Rural?

A contratação do Seguro Rural Obrigatório é aplicada principalmente para produtores que solicitam crédito rural ou subsídios do governo.

Os principais obrigados a contratar esse seguro são:

Produtores rurais que acessam financiamento agrícola;

Cooperativas que recebem incentivos governamentais;

Empresas agropecuárias que utilizam recursos do crédito rural;

Beneficiários do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR);

Se um produtor não contratar o seguro, poderá ter o financiamento negado ou pagar taxas mais altas de juros.

Já os agricultores que financiam suas atividades com recursos próprios não são obrigados a contratar o seguro, mas podem fazê-lo voluntariamente para proteger sua produção.

Coberturas do Seguro Rural Obrigatório

Esse seguro pode cobrir diferentes tipos de riscos, dependendo da modalidade contratada.

O que é seguro cobre?

Fenômenos climáticos – Chuvas excessivas, secas, moderadas, granizo, vendavais e incêndios.
Doenças e pragas – Infestações que afetam plantações e rebanhos.

Perda de produtividade – Redução na colheita devido a fatores climáticos ou biológicos.
Morte de animais – Cobertura para gado, aves e suínos em caso de doenças ou acidentes.
Danos a máquinas agrícolas – Tratores, colheitadeiras e implementos danificados por acidentes.

O que o seguro NÃO cobre? (Riscos Excluídos)

Erros de manejo ou falhas humanas.

Doenças sem controle sanitário adequado.

Uso inadequado de defensivos agrícolas.

Cada apólice tem coberturas específicas, então é importante que o produtor verifique todos os detalhes antes da contratação.

O que fazer em caso de sinistro?

Se um evento coberto pelo seguro causar danos à produção ou aos bens segurados, o produtor deve:

1️- Comunicar imediatamente a segurança sobre o ocorrido.

2️- Registrar o sinistro com documentos, fotos e laudos técnicos.

3️- Fornecer relatórios meteorológicos ou veterinários, quando necessário.

4️- Aguardar a vistoria da segurança para análise do prejuízo.

A seguradora avaliará as perdas e, se estiverem dentro da cobertura contratada, pagará a indenização ao produtor.

E se for Indenização por Negada?

Se a garantia negar o pagamento da indenização, o produtor pode:

  • Solicitar uma justificativa formal da seguradora.

  • Revisar um pedido para verificar a cobertura do sinistro

  • Buscar orientação jurídica especializada

  • Entrar com uma ação judicial exigindo o pagamento da indenização devidamente atualizado

Se por convicção que a indenização era devida, a Justiça pode determinar que o valor seja pago com juros e correção monetária.

O Seguro Rural Obrigatório é essencial para proteger produtores e empresas agropecuárias contra perdas financeiras causadas por fatores climáticos, biológicos e acidentais.

Se você é produtor e acessa crédito rural, certifique-se de estar em conformidade com essa exigência legal para evitar problemas e garantir a segurança de seu patrimônio.

E se você teve sua indenização negada injustamente, saiba que pode recorrer à Justiça para exigir o pagamento atualizado do valor devido.

Quando se trata da sua produção e manutenção da sua atividade agropecuária, prevenir é sempre melhor do que remediar.

Leandro Amaral Provenzano (leandro@provenzano.adv.br)

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A correlação entre café e popularidade

08/04/2025 00h05

MIchel Constantino

MIchel Constantino Divulgação

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O preço do café, um dos produtos mais emblemáticos da cultura e da economia brasileira, atingiu níveis recordes em 2025, reacendendo debates sobre seu impacto na vida cotidiana e na percepção pública do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em um país onde o café é quase um símbolo nacional, a escalada dos custos – que já alcançam cerca de R$ 50 por quilo em algumas regiões – coincide com uma queda acentuada na popularidade do líder petista, que enfrenta o pior momento de aprovação de seus três mandatos.

Dados recentes mostram que o preço do café no mercado interno subiu quase 40% em 2025, impulsionado por vários fatores que reduziram a produção no Brasil, e uma oferta ampliada do maior exportador mundial do grão. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra 2025/26 pode cair para 51,81 milhões de sacas, o menor volume em três anos, agravando a escassez global de café arábica, cujos preços internacionais saltaram 70% em 2024 e mais 20% este ano, atingindo US$ 4,30 por libra. No Brasil, o impacto é ainda mais sentido devido à depreciação do real, que encarece insumos importados e pressiona os custos domésticos.

Para os brasileiros, o café caro não é apenas uma questão econômica, mas emocional. "Eu fico impressionado que 500 gramas custem R$ 30. Isso é culpa do governo", desabafou João Silva, motorista de 49 anos, em entrevista ao Financial Times. Esse sentimento reverbera entre consumidores, que associam o aumento do custo de vida – com inflação anual em 4,96% em fevereiro, a maior desde 2023 – à gestão de Lula. Apesar de medidas como a redução de impostos de importação sobre alimentos, anunciada em março pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, a percepção pública não mudou. "O café é sagrado aqui. Quando sobe assim, o povo culpa quem está no poder", analisa Carla Beni, economista da Fundação Getúlio Vargas.

A popularidade de Lula reflete essa insatisfação. Pesquisas do Datafolha indicam que sua aprovação caiu para 24% em fevereiro de 2025, a menor já registrada, ante 60% no início do mandato em 2023. Outros institutos, como CNT/MDA, apontam que a reprovação (44%) superou a aprovação (29%) no mesmo período. Embora a economia tenha crescido 3,1%-3,5% em 2024 e o desemprego esteja em 6,4%, o peso da inflação nos itens básicos, como o café, tem ofuscado essas conquistas. "A comida na mesa fala mais alto que os números do PIB", diz João Feres, cientista político da UERJ.

A oposição, a partir das redes sociais, destacam que "sob Lula, o preço do café atingiu o maior valor em 50 anos", reforçando a narrativa de desgoverno. Especialistas, porém, ponderam que o problema transcende a gestão atual. "A seca e o mercado global são os vilões. Lula tem pouco controle sobre isso", explica Jean Vilhena, presidente da Associação de Cultivadores de Alta Mogiana.

Ainda assim, o café caro tornou-se um símbolo do descontentamento com Lula. Em um país onde o grão já foi motor da economia e hoje é parte do cotidiano de 79% da população (segundo o Statista Global Consumer Survey de 2023), seu preço elevado alimenta a rejeição ao presidente. Com a eleição de 2026 no horizonte, o desafio de Lula será reverter essa percepção – ou arriscar ver seu legado manchado pelo custo de uma xícara de café.

Caro leitor, essa correlação é apenas uma amostra da importância de entender o contexto econômico, e que o poder de compra é o principal fator de confiança das pessoas em relação ao governo. Governo que gasta muito, gasta mal e gera inflação tem historicamente um impacto negativo direto do seu próprio eleitor.

O período de 2020-2024 foi marcado por uma trajetória de crise e recuperação. O mercado de trabalho foi um ponto positivo, com desemprego em mínimas históricas. Contudo, a inflação persistente, o aumento da Selic e a depreciação do real em 2024 indicam vulnerabilidades, agravadas por incertezas fiscais internas (como a mudança da meta fiscal de superávit para déficit zero em 2025) e externas (políticas e guerras). O agronegócio e o consumo interno foram pilares de sustentação, enquanto o investimento e a confiança do mercado oscilaram com o risco fiscal e o câmbio.

O governo Lula 3 ecoa o de Dilma em sua vulnerabilidade econômica e fiscal, com a popularidade refletindo diretamente o desempenho do PIB, inflação e confiança do mercado. Contudo, Lula evita até agora o colapso visto no governo Dilma, graças a fundamentos mais sólidos (emprego, agro) e maior habilidade política. Ainda assim, a trajetória de desgaste sugere que, sem reformas ou melhora econômica, Lula 3 pode seguir um caminho paralelo ao de sua sucessora, embora em menor intensidade.

 

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