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A reforma da reforma trabalhista

O fim da ultratividade trouxe benefícios para o trabalhador e, por esse motivo, não haveria por que se falar em "revisão" desse tópico

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As questões estão postas. O novo ministro do Trabalho assume o compromisso de reformar a reforma trabalhista. Alega que precisa haver uma “revisão” daquilo que entende ser prejudicial ao trabalhador. Aponta três temas que serão “revistos”. 

O primeiro é o trabalho intermitente. A pergunta que se faz é: como esse modelo de trabalho prejudica o trabalhador se, antes do trabalho intermitente, esses trabalhadores exerciam essas atividades 100% na informalidade, sem direito algum?

Quem dignificou o trabalho intermitente, concedendo a esses trabalhadores todos os direitos da CLT, foi justamente a reforma trabalhista. Mas alguém pode alegar que, se o trabalhador intermitente trabalhar menos do que o valor correspondente ao salário mínimo, ele terá de pagar sua contribuição previdenciária.

Para corrigir essa disfunção legal, há de se fazer o ajuste na lei previdenciária, e não na trabalhista, ou seja, não na Lei 13.467/17. Essa é a lei que beneficiou o trabalhador intermitente. Então, insisto: como o trabalho intermitente prejudica o trabalhador para justificar a “revisão” desse tema? 

O segundo tema que o governo pondera que trouxe prejuízos para o trabalhador é a ultratividade. A reforma trabalhista determinou que, a cada dois anos, as partes, por meio de negociação coletiva, devem negociar novos direitos.

Com isso, não permitiu a perpetuação desses direitos, que é o que a ultratividade fazia. Com o fim da ultratividade, sindicatos laborais e de empregadores podem negociar novos direitos e, quando entendem que a negociação é prejudicial ao trabalhador, simplesmente não negociam.

A perpetuação de direitos só estava fazendo com que houvesse restrição nas negociações: era impossível negociar novos direitos protetivos para os empregados justamente porque a ultratividade os perpetuava. Quem deseja negociar “o que negociado está” para sempre?

O fim da ultratividade trouxe benefícios para o trabalhador e, por esse motivo, não haveria por que se falar em “revisão” desse tópico. 

O terceiro e último ponto se refere ao fato de a reforma trabalhista ter extinguido a contribuição sindical obrigatória. Em outras palavras, a partir da Lei 13.467/17, os sindicatos podem se sustentar, desde que trabalhadores e empresas contribuam espontaneamente para seus respectivos sindicatos.

Com isso, a reforma trabalhista corrigiu uma anomalia que só existia no Brasil: um sistema de custeio obrigatório para sindicatos, com desconto de um dia de salário do trabalhador e um porcentual do faturamento da empresa. Alguns alegam que o fim da contribuição sindical obrigatória foi prejudicial para os sindicatos.

A pergunta que se tem que fazer é: se hoje é possível se contribuir voluntariamente para os sindicatos, e não são poucos os empregados e as empresas que não desejam contribuir espontaneamente para os sindicatos, esse problema é da Lei 13.467/17 ou dos sindicatos?

Então, não há por que colocar na conta da reforma trabalhista a desorganização do sistema sindical.

Não bastasse esse argumento, há um estudo do professor Hélio Zylberstajn mostrando que, desde 2017, as entidades sindicais, buscando novas fontes de custeio, implementaram outras modalidades de contribuição e fizeram-nas constar dos acordos e das convenções coletivas.

São contribuições essas que superam o valor da antiga contribuição sindical obrigatória (Hélio Zylberstajn, “Avaliação da reforma trabalhista”, São Paulo: Informações Fipe, Temas de Economia Aplicada, 2022).
Se esses são os três principais pontos que o atual governo pretende discutir para “revisar” o conteúdo da reforma trabalhista, então ele precisa inicialmente apontar o motivo pelo qual deseja fazê-lo.

E, ainda que assim se concretizasse, o sistema de negociação que o governo deseja implementar para discutir o que pode ser “melhorado” na reforma trabalhista – o sistema tripartite, em que de um lado se sentam o governo e os sindicatos e, de outro, as empresas –, significa que as empresas serão sempre voto vencido, uma vez que governo e sindicatos representam o mesmo interesse.

O sistema de tripartismo é assimétrico.

Por fim, o lugar adequado para se discutir mudança de lei é o parlamento.

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CLÁUDIO HUMBERTO

"Dizer que foi golpe? Golpe tem que ter líder"

Deputado Hugo Motta, presidente da Câmara, criticando sentenças exageradas do STF

08/02/2025 07h00

Cláudio Humberto

Cláudio Humberto

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Usaid usou fundo para injetar milhões no Brasil

Além de bancar ONGs, ativistas picaretas e iniciativas de esquerda no Brasil, o dinheiroduto da Usaid, agência do governo americano cuja extinção foi decretada por Donald Trump, sustentou também interesses bilionários como o Amazon Biodiversity Fund (ex-Althelia Biodiversity Fund, ABF) fundo privado para negócios “sustentáveis”. Esta semana, o pesquisador Mike Benz, ex-Departamento de Estado, revelou que dólares da Usaid interferiram nas eleições presidenciais brasileiras.

Alma francesa

O ABF é ligado ao fundo francês Mirova, gerenciado no Brasil pela Vox Capital, de Antonio de Moraes Neto, herdeiro do Grupo Votorantim. 

Ataque à soberania

Não fosse essa interferência da Usaid, disse Benz, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria sido reeleito e estaria no cargo, hoje.

Não é segredo

A própria embaixada dos EUA explica o caminho dos US$30 milhões da Usaid. Metade para ABF, metade para a ONG Alliance Bioversity&CIAT.

Chamariz

A grana é usada pelo ABF como garantia de empréstimos com o selo de confiança do governo dos EUA, enorme atrativo para investidores.

Governo já torrou R$13 milhões em viagens este ano

O governo Lula (PT) conseguiu gastar mais de R$13,2 milhões com viagens apenas no mês de janeiro, o mês dos recessos no Legislativo e no Judiciário. Foram pouco mais de R$7 milhões com as passagens aéreas e apenas R$6,1 milhões com as diárias pagas aos funcionários a título de ressarcimento. Cerca de 13% do total (R$1,75 milhão) das despesas em 2025 foram realizadas com viagens internacionais.

Na nossa conta

Foram realizadas 6,7 mil viagens bancadas pelo pagador de impostos este ano. O trecho mais frequente foi Brasília-São Paulo (166).

Números oficiais

Em 2023, o governo Lula conseguiu gastar R$2,28 bilhões com passagens aéreas e diárias pagas a funcionários em viagens.

Prata histórica

Segundo o Portal da Transparência, as despesas do governo federal com viagens em 2024 foram de R$2,27 bilhões.

Chega de enrolação

Enquanto Lula “ensina” o povo faça o que sempre fez, não comprar comida cara, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), lembra o remédio eficaz contra inflação: corte de gastos e responsabilidade fiscal. 

Desconectado

Em editorial sobre bobagens presidenciais como “ensinar” não comprar comida cara, o Estadão mostrou por que considera que Lula está “desconectado” da realidade. A aposta em Brasília não é tão gentil.

Pedala no STF

Em iniciativa que mais parece exibição de bíceps de quem manda no pedaço, a Advocacia Geral da União (AGU) mandou recado para o STF: cobrando “celeridade” para definir questões como censura nas redes.

Arrocho vem aí

A equipe da Fazenda de Fernando Haddad vai apresentar a Lula um “tripé” para reduzir o rombo do governo. A base será maior arrocho na concessão do BPC, fim dos supersalários e aposentadoria dos militares.

Parou de novo

Pela terceira vez, está parado no STF o julgamento sobre tributação de lucro no exterior de uma empresa controlada pela Vale. Desta vez, foi o ministro Nunes Marques quem pediu vista. Tem 90 dias para votar.

Tudo pela Frente

Quem está à frente das negociações com o Planalto para ampliar a imunidade tributária de igrejas é Otoni de Paula (MDB-RJ). O deputado quer o apoio do governo para comandar a Frente Evangélica.

Só um susto

Luciano Hang, o véio da Havan, tranquilizou amigos e fãs após passar por um cateterismo na quinta (6). A intervenção médica foi de forma preventiva e ocorreu sem complicações. O empresário passa bem.

Voltou a subir

Durou quase nada a discreta queda da cotação do valor do dólar. Na sexta-feira (7), a moeda americana voltou a fechar em alta. Subiu 0,51% e fechou a semana valendo R$5,79.

Pensando bem...

...inquérito eterno está virando delegacia de polícia permanente no STF.

PODER SEM PUDOR

Sabatina inoportuna

O ex-deputado e ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet era só um jovem candidato a vereador, em 1996, quando seu pai, o saudoso e sempre bem humorado deputado Maurício Fruet, achou de visitar escolas, em campanha. Numa delas, um aluno resolveu testar o candidato Gustavo: “Qual a importância de Juscelino Kubitschek para o Brasil?” Gustavo até que se saiu bem, inclusive diante de perguntas sobre Getúlio, Jânio etc. Até o pirralho desafiar: “E Mem de Sá, o que ele fez pelo Brasil?” Maurício Fruet resolveu intervir, encerrando a sabatina e salvando o filho: “Ele fez o que pôde, meu filho. O possível. Adeus e muito obrigado!”

ARTIGOS

Impactos tecnológicos: vício em aplicativos e jogos

07/02/2025 07h45

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A tecnologia está cada vez mais presente na nossa vida e no nosso dia a dia. Entre elas, os aplicativos de jogos se destacam, atraindo todas as idades. Contudo, enquanto proporcionam diversão e momentos de distração, eles podem cruzar uma linha tênue e se tornarem um vício, com consequências preocupantes. A questão que frequentemente surge é: quando a diversão deixa de ser saudável e se torna prejudicial?
Tenho atendido com mais frequência casos de jogadores e familiares preocupados com a perda de controle e que estão buscando ajuda para lutar contra a dependência dos games e dos aplicativos.

De acordo com a ciência, o vício é uma compulsão que prejudica a rotina e o bem-estar do indivíduo. Quando falamos de jogos, ele está associado à busca incessante por recompensas rápidas e constantes, que ativam o sistema de recompensa do cérebro. Essa ativação libera dopamina, o neurotransmissor do prazer e da alegria, levando o jogador a desejar repetir a experiência continuamente.

Com o tempo, o cérebro começa a exigir estímulos cada vez maiores para sentir o mesmo nível de prazer. É aí que a diversão se transforma em uma armadilha, e o jogador pode perder a noção do tempo, negligenciar tarefas importantes ou até comprometer relações pessoais.

Para identificar se há um problema, é necessário estar atento a alguns sinais de alerta, como perda de controle, em que existe uma dificuldade em parar de jogar, mesmo quando há outras prioridades, isolamento social, que é quando a pessoa começa a evitar interações com amigos e familiares para permanecer conectado aos jogos, e comprometimento da rotina, começam a acontecer atrasos ou ausência no trabalho, na escola ou em atividades importantes.

Também é importante perceber se a pessoa que está jogando está tendo alterações emocionais, demonstrando irritação, ansiedade ou depressão quando não está jogando, além de ter o desempenho prejudicado, queda na produtividade ou no rendimento escolar, por conta do uso excessivo de jogos.

Reconhecer que precisa de ajuda é o primeiro passo. Buscar apoio de um profissional qualificado é essencial para retomar o equilíbrio. Indico que procure por ajuda de psicólogos, que auxiliam a identificar e tratar padrões comportamentais associados ao vício. Já os psiquiatras, em casos mais graves, podem avaliar a necessidade de intervenções medicamentosas. Os grupos de apoio oferecem suporte coletivo.

É importante lembrar que aplicativos e jogos não são inimigos, mas seu uso precisa ser consciente. A linha entre diversão e vício é tênue. Reflita, observe e busque o equilíbrio. Afinal, a tecnologia foi feita para servir ao ser humano, e não o contrário.

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